Empreendimento, que deve ser construído por grupo que administra funerária na cidade, será instalado na avenida Santos Dumont
Depois de obter a LAP (Licença Ambiental Prévia) em 2012, o Sistema Prever, grupo que tem uma funerária em Joinville, avançou mais um passo no processo de instalação do primeiro crematório da cidade. A LAI (Licença Ambiental de Instalação) foi liberada pela Fatma (Fundação do Meio Ambiente) para implantação do serviço. Com o documento, as obras já podem ser iniciadas pela empresa na área de 15 mil metros quadrados adquirida na esquina da avenida Santos Dumont com a rua Tuiuti, no bairro Aventureiro.
A empresa não informou quando a construção deve começar, mas a previsão é de que a estrutura necessária para atendimento seja levantada em até seis meses depois de iniciada. O forno de cremação, comprado há mais de quatro anos, só aguarda ser instalado para entrar em uso. O início das atividades ainda dependerá da obtenção da LAO (Licença Ambiental de Operação) junto à Fatma e, por último, do alvará da Prefeitura. A LAO é solicitada depois do término da obra, quando a Fatma vistoria o local para constatar se o empreendimento foi construído conforme o projeto e se ficou dentro das condições e restrições ambientais licenciadas. Se tudo estiver de acordo, a liberação para funcionamento é concedida.
Após cumpridas todas as exigências burocráticas, a empresa espera iniciar o serviço com plena capacidade de atendimento, de até 20 cerimônias por dia. A instalação do crematório vai terminar uma luta de mais de seis anos da empresa em disponibilizar o serviço em Joinville. Em 2007, a primeira ideia era de montar as instalações no bairro Atiradores, perto do Cemitério Municipal, mas o projeto esbarrou no descontentamento dos moradores da região.
Outro problema era a falta de legislação específica para o tipo de serviço, o que só foi regulamentado em 2011. A nova lei autoriza a construção de crematórios em zonas industriais, caso da área na avenida Santos Dumont, e ao longo de rodovias na cidade. Além do crematório, a empresa tem projeto de construir um cemitério vertical na mesma área. A proposta já foi apresentada para a Prefeitura. Os investimentos da empresa devem ultrapassar os R$ 8 milhões, mais da metade gasto na aquisição do terreno, que custou R$ 4,5 milhões.
Atualmente, as opções de crematórios no Estado se limitam a Jaraguá do Sul (sistema inaugurado em fevereiro), Blumenau e Balneário Camboriú. Um dos diferenciais do novo serviço seria pelo fator ambiental, pois a cremação não deixa o corpo em contato com o solo, tem baixa emissão de gás carbônico e gera fumaça sem cor e sem cheiro.
Fundema acredita que há demanda na região
A Fundema (Fundação Municipal do Meio Ambiente) terá papel de fiscalizadora do novo sistema, assegurando que o processo de cremação respeite as condicionantes das licenças ambientais. Para o órgão, responsável pela administração de dez cemitérios públicos na cidade, a chegada do crematório é positiva, parte por ajudar a atender a demanda dos cemitérios, parte por satisfazer a necessidade das pessoas que buscam esse tipo de serviço. “Vai atender muito da nossa demanda, trazer certa comodidade e dar uma opção para as pessoas”, disse o presidente da Fundema, Aldo Borges.
Ele informou que o órgão está trabalhando para melhorar e ampliar as condições de atendimento e dar conta dos 250 óbitos mensais, em média, que são registrados na cidade. O cenário é de preocupação, considerando que as principais unidades do município estão no limite da capacidade, entre eles o Cemitério Municipal, o Cubatão e o Nossa Senhora de Fátima. A primeira etapa envolve um levantamento de todas as unidades para, com base nas condições atuais, estabelecer um diagnóstico.
De acordo com Borges, a necessidade é viabilizar a instalação de cemitérios verticais que, além de ocuparem menos espaço, são alternativas melhores do ponto de vista ambiental. “Na verticalização, não tem o impacto do contato com o solo”, apontou. Uma das exigências para as novas instalações será que os projetos contemplem também a construção de ossários, permitindo o uso das gavetas para novos sepultamentos depois de determinado tempo.
O levantamento da Fundema vai definir as áreas que poderão receber os cemitérios verticais. “Queremos fazer uso dos espaços nos poucos que restaram. O levantamento das áreas vai mapear o que está ocupado e o que tem de área livre que possa permitir a construção”, comentou. Apesar do estudo iniciado, ainda não há prazo para as propostas virarem realidade. A ideia é viabilizar para o “mais breve possível.”
Publicado em 28/04-13:59 por: Rosana Ritta.
Atualizado em 29/04-11:14
Atualizado em 29/04-11:14