segunda-feira, 24 de junho de 2013

Jazigo perpétuo pode custar até R$ 450 mil em cemitério de Botafogo

 

  • Valor é semelhante ao de um imóvel de 50 metros quadrados no mesmo bairro
  • Dados mostram um movimento de R$ 100 milhões por ano
Com preços aquecidos num mercado pouco divulgado, os jazigos perpétuos em cemitérios cariocas podem chegar a custar até R$ 450mil, como é o caso do São João Batista, onde há mortos ilustres como o compositor Ary Barroso. Fábio Rossi / O Globo
RIO — Se após três anos de supervalorizações o mercado imobiliário no Rio começa a se estabilizar, por outro lado, o custo da última morada está pela hora da morte. O preço de um jazigo perpétuo hoje pode custar até R$ 450 mil (dependendo das benfeitorias), no cemitério São João Batista, em Botafogo, valor semelhante ao de um imóvel de 50 metros quadrados no mesmo bairro. É como se a metragem daquele campo santo pudesse valer o dobro do metro quadrado do, também seleto paraíso do vivos, Jardim Pernambuco, no Leblon.
Com uma demanda de 160 enterros por dia para os 24 cemitérios na cidade, o mercado de jazigos nunca esteve tão disputado, ameaçando o sossego até de quem descansava há décadas, como é o caso dos restos mortais do cantor Vicente Celestino.
O jazigo do artista, morto em 1968, está localizado na área mais valorizada do único cemitério da Zona Sul e no centro da uma briga judicial que já dura cinco anos entre o herdeiro e a Santa Casa da Misericórdia, entidade responsável pela administração dos cemitérios públicos.
A disputa começou em 2008 depois que José Alves Pinto, viúvo e segundo marido da cantora Gilda Abreu solicitou à Santa Casa a transferência da titularidade. Ela foi casada com Vicente Celestino e seu corpo descansa no mesmo jazigo. O provedor da instituição, Dahas Zarur, negou a transferência do título:
— O jazigo não é uma propriedade, mas uma concessão. Vicente Celestino buscou essa concessão para si e para sua família. Ele não tem o direito de despejá-los para vender o título como se fosse um patrimônio.
O advogado do herdeiro, Yubirajara Corrêa Filho, rebate o argumento e lembra que José Alves homenageou Vicente Celestino, ao doar para o município de Conservatória, o acervo do artista para o museu.
— Homenagem é ajudar a manter a memória dele e não a sepultura. Meu cliente tem mais de 80 anos e não tem herdeiros. No caso de sua morte, a titularidade passa para a Santa Casa.
Dados mostram um movimento de R$ 100 milhões por ano
A disputa judicial por um lugar para descansar ferve no Tribunal de Justiça do Rio, onde há pelo menos outros 25 herdeiros, buscando o direito de vender o título de um jazigo perpétuo:
— Há muitos bisnetos que sequer conheceram os familiares que estão enterrados ali. No entanto, eles acreditam que podem ganhar dinheiro com isto — afirma Zarur, que recebe uma média de seis pedidos de transferência por mês.
De acordo com a tabela de preços da Santa Casa, o título de jazigo perpétuo pode custar desde R$ 17.600, na área menos valorizada do cemitério de Santa Cruz, até R$ 176 mil, no entorno do cruzeiro do cemitério São João Batista. Na alameda principal, próximo ao acesso à Rua General Polidoro o valor tem que ser submetido ao provedor. Os preços da tabela não levam em consideração as benfeitorias.
— Depende do que será feito. Se construir o jazigo em mármore, erguer uma capela ou colocar obras ali, esse valor pode até ultrapassar essa cifra (R$ 450 mil) — explica o provedor.
Segundo dados da Santa Casa, o mercado de enterros, entre taxas cemiteriais e serviços funerários movimenta, só na capital, cerca de R$ 100 milhões por ano. Um mercado tão milionário que a disputa já extrapolou as questões cíveis.
No início do mês, em ação civil pública movida pelo Ministério Público, o juiz da 4ª Vara Empresarial determinou liminarmente o fechamento das empresas do advogado Antônio Fernando Gomes Barbosa, acusado de lesar consumidores.
O advogado já havia sido condenado a um ano em regime aberto por estelionato, acusado de vender ilegalmente dois carneiros a Patrícia Carol Correa Garcia e Gonçalo Franca Pessanha no valor de R$ 30 mil. Ele responde ainda a outros dois processos criminais por estelionato e falsificação, todos envolvendo transferência de títulos. Procurado pelo GLOBO o advogado negou as acusações, mas não quis dar entrevista. Nos processos, ele se disse perseguido pela Santa Casa, contra a qual tem dezenas de ações.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Omissão: cemitério de Rio Largo expõe caixões quebrados e ossadas pelo chão

Galaria de fotos mostra o situação lastimável em que se contra o Cemitério São Vicente de Paula: 'Os mortos pedem socorro", diz denúncia

Jessica Pacheco
 
 
Caixões jogados, ossadas expostas à céu aberto no Cemitério São Vicente, em Rio Largo
O descaso mora em Rio Largo, pelo menos é essa a sensação da população que vive no município. Como se problema pouco fosse bobagem, nem os mortos tem mais o direito ao descanso eterno e os vivos ficam sujeitos aos problemas de saúde já que o único cemitério público da cidade está totalmente abandonado  pelo poder público municipal.
Na manhã desta segunda-feira (17), o Portal Primeira Edição recebeu fotos da situação lastimável que se encontra o Cemitério São Vicente de Paula, localizado na Rua das Malhadas, no Alto de São Miguel, em Rio Largo.
As fotos mostram caixões fora das covas, jogados ao chão e abertos, expondo roupas e ossadas dos mortos. Além disso, o mato toma conta do local, cobrindo lápides e tumbas. O lixo também se acumula no dentro do cemitério, que agora, segundo a população, também está sendo usado por usuários de drogas e para o consumo de bebidas alcoólicas.
O denunciante registrou o descaso no local no último sábado (15) quando foi até o cemitério São Vicente enterrar uma parente.
“É um absurdo, os mortos aqui estão literalmente pedindo socorro”, disse, preferindo manter o  anonimato para evitar represálias. “É de doer o coração deixar uma pessoa que você gosta, ama, num lugar como esse, é um desrespeito”, lamentou.
Com a falta de manejo correto, o local é passível de contaminação por necrochorume —substância tóxica produzida pela decomposição dos corpos —, além dos diversos materiais que ‘vão junto’ com os corpos e os caixões, sendo grande o risco para o meio ambiente e para a saúde da população do entorno do cemitério, já que há grande risco do lençol freático ser atingido por tal substância.
Em contato com a Prefeitura de Rio Largo, a reportagem do Primeira Edição não conseguiu esclarecimento “com ninguém que tivesse responsabilidade sobre o assunto” e na Secretária Municipal de Saúde de Rio Largo o telefone ‘ainda não foi instalado esse ano’, informou uma funcionária da Prefeitura.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Moradores fazem novo protesto contra crematório em Joinville

Cerca de cem pessoas fecharam a avenida Santos Dumont. PM teve que intervir para liberar a pista

 

Carlos Junior/ND
Carlos Junior/ND
Manifestantes queimaram caixões e cavaletes na frente do terreno onde está sendo construído o crematório
A Polícia Militar precisou intervir na tarde de sexta-feira (14) durante o protesto dos moradores da região do bairro Aventureiro, na zona Norte de Joinville, contra a instalação de um crematório na esquina da avenida Santos Dumont e rua Tuiuti. O grupo, com cerca de cem pessoas, tentou bloquear o trânsito no cruzamento, mas após dez minutos de tráfego interrompido, os ânimos dos motoristas que tiveram que aguardar ficaram exaltados. Por pouco não houve brigas. Os policiais apaziguaram a tensão entre manifestantes e condutores e passou a controlar o fluxo, enquanto a população manteve o protesto no acostamento.

Mais uma vez, o grupo – responsável pelo primeiro protesto na sexta-feira passada – usou caixões, cartazes e cavaletes para chamar a atenção e fechar a pista. Nos instantes iniciais, alguns motoristas furaram o bloqueio, que foi iniciado por volta das 17h. O condutor de um caminhão chegou a passar por cima de um dos caixões. Outro motorista saiu do carro e quebrou um dos cavaletes de madeira. O proprietário de uma empresa de turismo que seguia num ônibus pela rua Tuiuti no sentido bairro-Centro, ficou indignado com o bloqueio da pista feito com um caminhão.
O homem discutiu com os manifestantes e pediu ajuda à polícia, que controlou os ânimos e determinou a liberação do trânsito. “Conheço outros crematórios e nunca deu problemas em outros lugares. Nós estamos trabalhando”, disse o empresário Jaime Correia, em tom de desabafo, antes de prosseguir com o ônibus. Com o tráfego liberado, os moradores continuaram o protesto no lado da pista. Caixões, cavaletes e pneus foram queimados em frente ao terreno onde está sendo construído o crematório.
O objetivo do grupo é tentar embargar a obra, iniciada há quase um mês. Os protestos devem continuar na próxima semana, quando os moradores planejam fazer uma carreata pelas ruas para mobilizar mais pessoas da comunidade. Um abaixo-assinado com mais de cinco mil assinaturas também foi feito.
Publicado em 14/06/13-20:21 por: Cláudio Costa.

Internauta registra confusão durante protesto contra crematório em SC

Manifestação ocorreu nesta sexta-feira (15), em Joinville.
Imagens mostram veículos ultrapassando barreira e caixões queimados.

Rolf Otto      
 
 

Cerca de 100 pessoas fizeram um protesto contra a instalação de um crematório do Bairro Aventureiro, em Joinville, no Norte de Santa Catarina. Os manifestantes levaram caixões e fecharam o cruzamento da Avenida Santos Dumont e a Rua Tuiuti. O internauta Rolf Otto registrou o momento em que motoristas furaram o bloqueio e passaram por cima dos cavaletes colocados pelos manifestantes.
O vídeo mostra alguns motoristas passando pelo bloqueio e até mesmo uma discussão entre manifestantes e motoristas. Segundo Otto, as ruas permaneceram fechadas durante 15 minutos e a Polícia Militar precisou ser chamada para controlar o tumulto e normalizar o trânsito. Como mostram a imagens, após a confusão, os manifestantes queimaram os caixões utilizados no protesto.  
 
Nota da Redação: Os protestos contra a instalação do crematório no bairro Aventureiro, de Joinville, ocorreram durante toda a semana. Os manifestantes alegam que não foram consultados sobre a obra e querem ser ouvidos. Uma comissão formada por representantes de associações e empresários pretende protocolar uma ação no Ministério Público.
A Prefeitura alegou que não há nenhum impedimento para a construção do empreendimento. Já empresa garante que a tecnologia utilizada impede mau cheiro e fumaça.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Da paz dos cemitérios ao fogo dos crematórios

Queremos uma paz viva e participativa, com a juventude de todas as faixas etárias e agrupamentos envolvidos
"Quando ouço alguém falar em cultura, saco o meu revólver" - esta frase, de uma peça antinazista de Hanns Jost, encenada em 1933, ano em que Hitler assumiu o poder, foi atribuída a Herman Göring, chefe da Gestapo e braço direito do Führer.
Há uma variante, saída da boca de um magnata de Hollywood: "Quando ouço falar em cultura, puxo o meu talão de cheque".
E, na contramão, a paráfrase pacifista dos anos 1960, do "mago" francês Louis Pauwels: "Quando me falam em revólver, puxo a minha cultura".(Arnaldo Niskier)
É mais ou menos como nos sentimos aqui na Vila Prudente quando falamos sobre a construção do teatro, que já tem denominação sugerida para o grande teatrólogo e dramaturgo Zé Renato do Teatro de Arena (1/2/1926 - 2/5/2011), companheiro de Augusto Boal.
Recentemente a Comissão da Verdade começou a dirimir dúvidas porque houve um período na história do Brasil que foram abertos tantos cemitérios e se contratou um forno crematório de uma empresa inglesa Dowson & Mason, que seria instalado em Perus, no bairro de Vila Nova Cachoeirinha e acabou na Vila Alpina em 1974.
Neste período, houve uma enorme epidemia de meningite e era proibido divulgar os dados. Centenas de pessoas foram executadas pelo esquadrão da morte, além dos presos políticos.
O objetivo era cremar os corpos ao invés de enterrá-los.
O processo 180.991/69 registra um pedido de tramitação urgente e injustificado, no qual a empresa D&M acha estranho o projeto de prédio para o forno, considerado inadequado ao acompanhamento de familiares.
Quando concluído em 1974, o cemitério passou a recolher corpos de indigentes, os corpos vindos do IML e da Faculdade de Medicina, além da grande epidemia de meningite.
Essas histórias são tristes e macabras e vêm da memória da ditadura. E nós convivemos com essa herança em nosso bairro.
Por muitos anos essa tendência de não se construir no terreno mais nobre do loteamento do Jardim Avelino, por que era considerado uma enorme sesmarias, onde foi construído o Centro Educacional e Esportivo Arthur Friedenreich em 1969, o Cemitério em 1971 e o Crematório em 1974.
Todo o restante da área era um espaço agregado ao patrimônio da funerária, tanto é que isso levou mais de 10 anos para o Parque da Vila Prudente Lydia Natalizio Diogo sair do papel.
Em uma área total de 380 mil m² pretende-se construir o teatro de 2.187m². Vários expedientes protelatórios foram feitos para não se ocupar a área, como a existência de um clube privado e outras formas de utilização, para impedir que a área tivesse outra destinação que não as atividades lá existentes e de exploração comercial.
Essa tendência vem mudando nos últimos anos com iniciativas vitoriosas, pois o grupo político e empresarial que dominou a década de 1960 e 1970 está mudando gradativamente. A Folha de Vila Prudente tem exercido um papel importantíssimo na aglutinação das forças progressistas e na transformação desta visão.
A construção do Centro Cultural e do teatro são pontos centrais e estratégicos desta mudança de mentalidade.
É sabido que arte pode não mudar a realidade, a arte pode retratar a realidade, mas os artistas, os poetas, os sonhadores, os intelectuais e as pessoas de bem podem e acreditam que possa se construir uma sociedade civilizada e evolutiva.
Principalmente na nossa região tão desprovida de equipamentos culturais, esportivos e de lazer.
Os últimos teatros construídos são da década de 1950, como Arthur de Azevedo e Paulo Eiró. E agora, que temos essa possibilidade, não podemos de forma nenhuma jogá-la fora.
Um teatro com essas características, aliado a um centro cultural, é mais do que importante e necessário para nossa região. E esse sonho não acabou.
Foram 10 anos de marchas e contramarchas. Esse sonho continua vivo e vai ser realizado.
Chega da paz do cemitério e fogo dos crematórios!
Queremos uma paz viva e participativa, com a juventude de todas as faixas etárias e agrupamentos envolvidos.
*Adriano Diogo é deputado estadual pelo PT-SP
Autor: Adriano Diogo

Construção de crematório gera polêmica em Joinville

 

Assista ao vídeo clicando aqui.

 

Em protesto contra crematório, moradores fecham a avenida Santos Dumont em Joinville

Manifestantes usaram placas, faixas e até caixões durante a mobilização


img João Batista da Silva
@jb_joaobatista
Joinville      

 
 


Luciano Moraes/ND
Moradores fecharam a Santos Dumont pedindo a suspensão das obras do crematório

Os moradores dos bairros Aventureiro, Jardim Paraíso, Jardim Sofia e Vila Cubatão, que já são vizinhos dos cemitérios do Cubatão e Jardim das Flores na região, não querem mais um empreendimento funerário perto de suas casas. A indignação contra a chegada do crematório, em construção na esquina da avenida Santos Dumont e rua Tuiuti, mobilizou mais de 100 pessoas na tarde desta sexta-feira (07) em frente ao local. O grupo fechou a avenida por meia hora, em protesto com faixas, placas e até caixões para sensibilizar as autoridades de que área é inadequada para o serviço.
“Não vejo a chegada o crematório como um progresso. O Aventureiro vai virar um bairro-cemitério”, afirmou o aposentado Flávio Cercal, 63, reclamando da falta de serviços mais essenciais na região, como bancos e escolas. De acordo com o empresário Alberto Beier, um dos organizadores da mobilização, os moradores não são contrário ao crematório mas ao local onde está sendo instalado. “Nós entendemos que o crematório é bom para a cidade. O que discutimos é a posição geográfica. Estão fazendo um crematório em frente a uma cidade de 34 mil habitantes”, considerou, em referência ao bairro mais populoso de Joinville.
A população quer que o serviço seja instalado às margens da BR-101. Outro problema apontado diz respeito à mobilidade com o aumento de cortejos vindos de vindos de outros bairros e cidades. “É um tipo de empreendimento que não traz benefícios para a comunidade. Vai entupir nossas ruas”, completou. Outro morador, Robson de Souza, 35, destacou que a presença de um crematório na região interfere negativamente numa das principais entradas da cidade, em função do aeroporto. “Não queremos ficar conhecidos com o bairro do crematório”, disse.
Novos protestos previstos
As lideranças comunitárias dos bairros envolvidos pretendem fazer novos protestos todas às sextas, até que o empreendimento seja paralisado. Além das manifestações, um abaixo-assinado, com mais de cinco mil assinaturas já coletadas, está sendo elaborado. O documento será anexo a uma ação judicial que uma comissão de lideranças pretendem abrir contra o crematório. “Sabemos que legalmente a empresa está amparada, mas a gente vai tentar embargar a obra judicialmente”, informou o coordenador da Uamba (União das Associações de Moradores do Bairro Aventureiro), Luiz Castanha.
Ele ainda comentou que será solicitado um estudo de impacto de vizinhança e uma audiência pública com os moradores para esclarecer a população sobre o novo serviço. “Antes de se construir, a população do Aventureiro deveria ser consultada. O crematório não é uma coisa que traz facilidades à vida dos moradores. Os imóveis ficarão desvalorizados”, considerou. Também na sexta, Castanha e outros integrantes da comissão de moradores tiveram uma conversa com o prefeito sobre o assunto. O grupo aguarda uma interferência do governo.
Legalidade
A construção do crematório começou a cerca de três semanas e deve ficar pronta em seis meses. Com todas as licenças liberadas para o início do trabalho, após o término, a empresa responsável, que já atua com uma funerária na cidade, ainda precisa receber a autorização de operação, que confirma que a obra foi feita conforme o projeto, para as atividades terem início. Desde a primeira tentativa de implantar o serviço em Joinville, em 2007, a empresa destacou que o serviço não é poluente, não produz cheiro e nem fumaça.
Em reunião com os representantes dos moradores na sexta, a Prefeitura destacou que a construção da obra no local está dentro da legalidade. O prefeito Udo Döhler acompanhou o encontro, manifestando-se aberto ao diálogo com os moradores sobre o projeto. Os diretores do Ippuj (Institutod e Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville) e da Fundema (Fundação Municipal do Meio Ambiente), no entanto, esclareceram que a construção atende todas as exigências legais em relação ao zoneamento e as licenças. O presidente do Ippuj, Vladimir Constante, explicou que o crematório é uma atividade não poluidora e de baixo impacto na mobilidade. “Comparado com outras atividades daquela região como o aeroporto, cemitério, indústrias, igrejas e centro de eventos o impacto é bem menor”.

Publicado em 08/06/13-08:23 por: João Batista da Silva.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Dois artigos colocam crematório de Joinville em debate

 

Presidente do Ippuj e vereador Mauricinho ampliam a visão sobre a discussão polêmica

Dois artigos colocam crematório de Joinville em debate Salmo Duarte/Agencia RBS
Crematório está sendo construído entre a rua Tuiuti e a Avenida Santos Dumont, no Aventureiro Foto: Salmo Duarte / Agencia RBS
Na edição de quarta-feira, o “AN” publicou reportagem sobre a polêmica em torno da construção do primeiro crematório de Joinville, previsto para o bairro Aventureiro. O conteúdo esclareceu dúvidas, desfez mitos, mostrou que o projeto segue os parâmetros da legislação e antecipou que a obra deve ficar pronta em seis meses. No AN.com.br e no Facebook, dezenas de leitores manifesfaram suas opiniões sobre o assunto. A maioria destacou a importância da obra para a cidade.

Para ampliar este debate, o jornal convidou o presidente da Fundação Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville (Ippuj), Vladimir Tavares Constante, e o vereador Mauricinho Soares (PMDB), que está liderando um abaixo-assinado na comunidade, para dizerem por que são a favor e contra a obra, respectivamente.

MURAL: O que você acha da instalação de um crematório em Joinville?

Por que no AventureiroA atividade de crematório está prevista para ser implantada em diversas áreas de Joinville, conforme a lei 312/2010, que regra o uso e ocupação do solo em nossa cidade. São áreas possíveis de implantação desta atividade as denominadas zonas de proteção das faixas rodoviárias (ZPRs), as zonas industriais (ZIs) e as zonas de corredor diversificado (ZCDs).

O caso específico do futuro crematório de Joinville encontra-se na ZPR2, zona esta que acompanha a avenida Santos Dumont, nos dois lados da via, desde a rua Tenente Antônio João até a rua Tuiuti. Desta rua até o aeroporto, no lado norte, encontra-se a ZI, onde também é permitido o uso do crematório. Já o lado Sul, no bairro Aventureiro, é uma zona residencial multifamiliar em área de uso restrito (ZR4) e não é permitido o uso em questão.

Neste sentido, vale dizer que a lei em vigor previu este uso em áreas não residenciais após 2007, quando pela primeira vez este serviço tentou ser implantado em Joinville. Esclarecemos que se trata de um empreendimento de iniciativa privada de empresa especializada que deve cumprir todas as exigências legais relacionadas às licenças de instalação e operação de equipamentos de acordo com as normas ambientais e sanitárias. A Prefeitura de Joinville, cumprindo suas atribuições por meio de seus órgãos competentes, fará rigoroso acompanhamento da implantação e operação do crematório.

O crematório é uma atividade institucional, não poluidora e de baixo impacto sobre a mobilidade. Quando comparada a atividades como aeroporto, cemitério, indústrias, igrejas e centro de eventos, que estão naquela região, o impacto é bem menor. Quanto a um lugar específico para implantação deste serviço, em várias cidades os locais são os mais diversos, mas entende-se que esta é uma atividade que não deve ser locada em áreas estritamente residenciais, o que não é o caso da localização aqui em Joinville.

Ademais, outras argumentações a favor e contra esta atividade já ultrapassam o debate urbanístico e não devem suplantar a boa técnica e a legalidade.


Por que não no AventureiroAcompanho a opinião da maioria dos moradores da região onde está sendo construído o crematório porque entendo que trará transtornos ao trânsito local, em função de a avenida Santos Dumont ser uma via com grande fluxo de veículos tanto para o aeroporto quanto para as regiões do Jardim Paraíso e do Aventureiro.

Sobre a questão do trânsito, o principal argumento contrário da comunidade é com o agravamento de uma situação problemática que já se registra atualmente. O tráfego, preocupam-se os moradores, ficará ainda mais complicado em função dos cortejos fúnebres naquela direção, principalmente nos horários de grande tráfego de veículos.

Outro questionamento da comunidade a respeito da localização do crematório na região do Aventureiro diz respeito ao impacto de vizinhança. Os empresários locais afirmam que se sentirão constrangidos, pelo fato de passarem a ter nas proximidades uma atividade indesejável do ponto de vista social.

Destaco que não sou contra a instalação de um crematório em Joinville, porém, o local adequado para a construção é às margens da BR-101, onde não haverá problemas com a mobilidade e com a vizinhança.

Disponibilizei minha assessoria, junto com os empresários e lideranças do bairro Aventureiro, para coletar assinaturas da comunidade local, e até ontem havia conseguido aproximadamente cinco mil adesões ao documento contrário à obra na avenida Santos Dumont.

Os empresários e as lideranças comunitárias também alegam que o processo para instalação do crematório foi feito à revelia, sem uma ampla discussão sobre o assunto, e que houve uma audiência pública no Jardim Paraíso sem que a comunidade local tivesse ciência.

Portanto, faltou a participação maciça dos moradores daquela comunidade. Também há muitas dúvidas sobre o estudo de impacto de vizinhança para a implantação deste crematório.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Grupo rouba ossada de cemitério e faz sopa

As autoridades já sabem quem cometeu o crime, e está realizando busca para encontrar os suspeitos
A Polícia Civil de Madre de Deus, na Bahia, investiga o roubo de ossada no cemitério público, que teve queixa registrada na delegacia na segunda-feira (07). Segundo a ocorrência, três pessoas teriam oferecido uma sopa feita com os restos mortais a uma pessoa portadora de deficiência mental e física.
De acordo com informações da polícia, as autoridades já sabem quem cometeu o crime, e está realizando busca para localizá-los.
Segundo uma fonte, que prefere não ser identificada, os suspeitos são duas meninas e uma travesti, todos usuários de droga. Ela conta que os ossos estavam em um saco plástico reservado para ser devolvido à família quando foram roubados pelo grupo. Segundo ela, um homem que passava pela rua e conhece os suspeitos conseguiu evitar que a vítima tomasse a sopa.

Primeira visita guiada ao cemitério municipal de Curitiba é um sucesso

 

Durante duas horas, os visitantes caminharam entre os quase 6 mil túmulos
03/06/13 às 18:02 SMCS
Visita no cemitério (foto: Everson Bressan/SMCS)
 
Um grupo de 30 pessoas participou de uma expedição inusitada na tarde desta segunda-feira (3). Guiados pela pesquisadora e presidente da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais, Clarissa Grassi, os visitantes percorreram as ruas e alamedas do cemitério mais antigo da cidade, o São Francisco de Paula. A atividade faz parte das ações da Semana do Meio Ambiente e teve as vagas rapidamente preenchidas para todas as sessões (outros grupos estão marcados para esta terça, quinta e sexta).
Durante duas horas, os visitantes caminharam entre os quase 6 mil túmulos que estão no local. “Muitos são preciosidades trazidas da Europa, feitas em materiais nobres, como mármore de Carrara, por artistas renomados”, explica Clarissa. Ela informa que aquele é o maior acervo de esculturas de Curitiba e que não seria possível calcular o seu valor financeiro.
“A arte tumular serviu durante muito tempo como forma de diferenciação social e demonstração de poder”, diz a pesquisadora. O cemitério São Francisco de Paula, fundado em 1853, guarda túmulos de pessoas muito importantes na formação da cidade e também gente comum.
“É um museu a céu aberto. Podemos entender o ciclo econômico e migratório da cidade”, explica. Autora de um livro sobre o assunto - Um Olhar...A Arte no Silêncio -, Clarissa conta que o cemitério São Francisco de Paula foi fundado após mais de 50 anos de discussões entre Prefeitura e Câmara Municipal.
Para substituir os enterros que aconteciam nas igrejas, era preciso achar um local afastado do centro da cidade, que na época era a Praça Tiradentes, que ficasse no alto e fosse bem ventilado. “O local escolhido foi o terreno onde está o cemitério São Francisco de Paula, cujo acesso era tão difícil e cheio de lama que quando chovia muito não era possível chegar até ele”, conta Clarissa.
Esta e outras histórias foram ouvidas com muita atenção pelo advogado Rogério Dumke, de 35 anos, que realizou a visita guiada pela segunda vez. “Anos atrás fiz esta mesma visita por pura curiosidade, mas a partir dali passei a pesquisar o assunto na internet e a me interessar mais”, diz.
Ele confirma que começou a conhecer mais sobre a história da cidade após visitar pela primeira vez o cemitério o que despertou um interesse cultural e histórico pelo assunto. “Tantos nomes de ruas estão sepultados aqui, fiquei curioso para saber mais sobre estas pessoas”, comenta.
Restos mortais de diferentes épocas colocam lado a lado nomes que tiveram destaque na Revolução Federalista, renomados produtores de erva-mate, personalidades como Trajano Reis, Barão do Serro Azul, João Gualberto, nobres e importantes políticos e religiosos do Paraná.
Segundo Clarissa, o túmulo da mártir local Maria Bueno, assassinada num crime passional em 1893, é o campeão de visitas. “Recebe mais de cem pessoas por dia”, afirma a pesquisadora.
Para a nutricionista Letícia Sell, que fez a visita acompanhada de sua mãe, a jornalista Zélia Sell, foi o interesse na parte histórica do passeio que a fez ingressar no grupo. “Esta visita permite entender melhor a história de Curitiba”, cita
Zélia diz que foi uma surpresa o grande interesse do público na visita guiada. “Como membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, busco aqui material de pesquisa para meu trabalho, mas percebo que o assunto tem despertado um grande interesse geral nas pessoas”, diz.
Potencial turístico
Em várias cidades do mundo, os cemitérios fazem parte da lista de monumentos e pontos turísticos mais visitados. A pesquisadora cita como exemplo o Père Lachaise, de Paris, onde estão sepultadas celebridades como Edith Piaf, Allan Kardec e Jim Morrison. “É o quarto local mais visitado pelos turistas que vão a Paris, lembrando que o Museu do Louvre e a Torre Eiffel estão na mesma cidade”, afirma Clarissa.
Potencial ainda a ser explorado em Curitiba, o interesse pela arte tumular e pela história dos cemitérios tem crescido. “Fiz a inscrição na visita guiada pelo interesse pessoal, mas também profissional”, conta o hoteleiro curitibano Igor Pizaia, de 26 anos.
“Eu gosto da arquitetura que encontro aqui e da sensação agradável de paz e contemplação”, explica Pizaia. “Mas também acredito que haja um grande potencial a ser explorado pelo turismo, algo que vi em visitas que fiz a cemitérios do exterior, como Buenos Aires e Glasgow, na Escócia”, afirma.
A diretora do departamento de Serviços Especiais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (MASE), Patrícia Rocha Carneiro, informa que está em estudos na Prefeitura de Curitiba possíveis parcerias para viabilizar que as visitas guiadas sejam inseridas no calendário fixo do cemitério mais antigo da cidade.

Feira funerária tem lápide inteligente e caixão biodegradável

Você consegue imaginar uma lápide colorida, com fotos do falecido e com um código para ler sua biografia na internet? Esta é apenas uma das inovações da Funermostra, uma feira de produtos funerários realizada em Valência, na Espanha. No evento, que reúne mais de 120 expositores internacionais, você também pode encontrar carros funerários com HDTV, caixões de plástico e papelão biodegradáveis e motos Harley Davidson com suporte para levar o falecido para o local de seu descanso final. Confira as principais novidades desse mercado:



Caixão biodegradável
Eles já começaram a ser conhecidos como caixões anticrise ou caixões ecológicos. Isso porque um modelo feito de papelão reciclado da empresa RestGreen custa cerca de US$ 190, enquanto os caixões tradicionais podem chegar a US$ 1.700. "Além de ser o caixão mais barato do mercado, ele é ecológico e biodegradável, se desfazendo completamente no solo em cerca de seis meses ", explica Javier Ferrandiz, sócio da empresa.



Embora seja feito de papelão, ele resiste a um peso de até 200 quilos. O modelo completo, que pode ser personalizado com fotos ou imagens, vem com uma caixa de madeira na qual você coloca um caixão de papelão. "Desta forma, o funeral pode colocar e tirar os ecocaixões", disse o empresário.



Carros funerários com HDTV
Mais do que carros funerários, esses Mercedes-Benz se parecem mais com naves espaciais. A empresa Bergadama, que tem sede em Barcelona, instala nesses carros o que há de mais moderno em termos de tecnologia, desde iluminação LED a cores personalizadas, ativadas por controle remoto.



A tecnologia Drieam Film permite que se coloque uma camada de polímeros e cristais líquidos nas janelas do veículo, que funcionam como uma cortina. Se as partículas de cristal líquido recebem uma corrente eléctrica, bloqueiam a passagem da luz, impedindo o caixão de ser visto a partir do exterior do veículo. Alguns modelos também possuem uma televisão de alta definição, que pode projetar imagens e vídeos durante a cerimônia. O preço desses carros funerários? Entre US$ 78 mil a US$ 103 mil.



Lápides com código QR
À primeira vista, as lápides Vitrolap lembram capas de revistas ou perfis de redes sociais. Algumas são coloridos, com fotos do falecido, com paisagens e frases. "Há uma revolução no mundo do funeral. Costumamos usar costumes e estética muito antigas, enquanto podemos muito bem ser criativos", diz Angel Maria Juste Aranda, diretor da empresa.



Feita de vidro resistente, a lápide tem a qualidade de uma imagem de alta definição e também permite que você inclua um código QR - uma espécie de código de barras que ao ser "lido" pela câmera do celular, ele leva a um site. "Com um smartphone, você pode se conectar a um site ou a um blog para ler sobre o falecido, ver suas fotos, ouvir suas músicas favoritas. E também é uma forma de o falecido continuar a viver na internet." Essas lápides custam cerca de U$ 190.



Enterro sem sair da moto
Depois de ir ao funeral de três amigos motociclistas, Daniel Quiroga Guindín sentiu que estava faltando algo: uma longa linha de motos Harley Davidson a rugir seus motores durante o adeus aos amigos. "É assim que eu gostaria que fosse meu funeral", conta Guindín, também motociclista, da Funeraria Carranza, de Vizcaya.



A partir daí, surgiu a ideia de adaptar uma Harley Davidson preta para transportar caixões em um serviço que inclui ainda obituários e lembretes com estética da famosa motocicleta. "Em muitos países, os funerais são bastante solenes e tratados de forma clássica. Mas muitas pessoas querem dizer adeus a seus entes queridos de outra forma, como tendo suas cinzas jogadas de balão ou ultraleve", diz Guindín. Esse tipo de funeral tem um custo entre US$ 390 e US$ 1.000.



Caixões refrigerados
No interior dos caixões da empresa CEABIS expostos na feira, há duas garrafas de champanhe. Tudo para demonstrar sua capacidade de refrigeração. Eles são adaptados com sistema de ar condicionado, que permite preservar o corpo do falecido durante dias. "É um produto destinado para famílias que ainda têm o hábito de velar seus entes queridos em casa. E é uma ferramenta muito útil para as áreas quentes", diz Jesus Fernandez Godoy, gerente da empresa. A novidade custa em torno de US$ 3.900.

Cemitério de animais irregular cobra R$ 700 por sepultamento em Maceió

Um cemitério para animais localizado na Via Expressa, em frente a um condomínio de luxo, foi interditado pela Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma). Segundo o órgão, o local não tem autorização para funcionar. O curioso é que, mesmo irregular, a direção do cemitério cobra R$ 700 para o sepultamento de animais, conforme veiculado no Jornal da Pajuçara Noite.
No terreno, há placas de cimento com o nome do animal, com a data de nascimento e falecimento. Mas a reportagem de Kelly Cordeiro mostra que a maioria dos túmulos está quebrada, e o mau cheiro toma conta do lugar.
A preocupação é que chorume dos corpos em decomposição estejam contaminando o terreno e o lençol freático.
Assista à reportagem completa: