Apesar do erro, família resolveu seguir com o enterro. Agora, o Estado vai exumar o corpo errado e mandar o corpo certo
Segundo informações preliminares do IML de Curitiba, o corpo de Jhonatan deu entrada no instituto às 13 horas de sexta-feira, sendo necropsiado e liberado para identificação no dia seguinte. Depois de cumpridas todas as formalidades legais, teria sido enviado para São Carlos.
No entanto, os familiares do jovem em São Paulo não reconheceram o cadáver como sendo o de Jhonatan, mas, mesmo assim, autorizaram o sepultamento, para só então comunicar o IML de Curitiba sobre a troca. “O corpo de Jhonatan continua nas dependências do IML”, afirmou o diretor do IML de Curitiba, Porcídio Vilani. Segundo Vilani, o corpo sepultado em São Carlos ainda não foi identificado.
Investigação e pedido de desculpas
O secretário da Segurança Pública do Paraná, Reinaldo de Almeida César, determinou nesta segunda-feira a abertura de inquérito policial para apurar o erro na identificação dos corpos. A investigação será conduzida pelo Núcleo de Repressão aos Crimes Econômicos (Nurce), com apoio do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). “Casos assim não podem acontecer e pedimos nossas desculpas aos familiares. Não basta apenas um procedimento administrativo. Tudo vai ser rigorosamente revisto”, afirmou o secretário da Segurança.
Para rever os procedimentos, a partir de agora um oficial da Polícia Militar e um delegado da Polícia Civil vão trabalhar em conjunto com a direção do IML, para acompanhamento dos procedimentos adotados para identificação e liberação de corpos.
O delegado-titular do Nurce, Itiro Hashitani, responsável pela condução do inquérito, já começou as investigações. “Constatamos que efetivamente ocorreu o erro no IML e vamos apurar como isso ocorreu e quem foram os responsáveis. Concluído o inquérito, eles poderão ser punidos administrativa e criminalmente”, informou.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública já pediu à Procuradoria Geral do Estado que solicite à Justiça de São Paulo a exumação do corpo sepultado em São Carlos e o envio dos restos mortais a Curitiba.
Condições precárias
A comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) visitou duas vezes o IML de Curitiba nas últimas semanas, após denúncias da precariedade do trabalho e no armazenamento de corpos no local. Depois que um relatório da OAB foi divulgado, o enterro de dezenas de corpos que estavam a espera no IML começou a ser feito.
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