Morador reclama que água que seus animais bebem tem 'gordura'.
O comerciante André Tokarski está preocupado. O morador tem tido prejuízos por causa do cemitério que fica ao lado da casa dele, no Residencial 2.000. Com o vento, o lixo do local vem até o quintal do morador: são restos de flores artificiais, placas e velas.
saiba mais
No entanto, a situação mais complicada é em relação às nascentes de água que brotam no cemitério, correm para o terreno de André e estão contaminadas. “Meus animais bebem a água. É tipo uma gordura que anda aparecendo. Como é que o bicho vai tomar esse troço?”, questiona.
O Cemitério Municipal Santo Antônio, no bairro Residencial 2.000, já era para ter parado de crescer. Próximo ao lugar, há uma área de banhado. O novo Código Florestal diz que, após 2.008, qualquer construção, inclusive túmulos, deve estar a uma distância de pelo menos 30 metros de qualquer curso d’água.
É bem diferente do que ocorre no cemitério. Segundo o IAP, a saúde da água da região está comprometida. “Os corpos sepultados, ou os que ainda serão, comprometem, sim, a questão ambiental, como o lençol freático, a vizinhança e a saúde pública”, explica o técnico de licenciamento ambiental do IAP, Marco Antonio Silva.
Outros cemitérios irregulares
A
inda segundo ele, áreas que não têm nenhum tipo de controle ambiental são preocupantes. O problema não está só no Residencial 2.000. A maioria dos cemitérios de Guarapuava tem décadas de operação. Quem começou a construí-los foi a própria comunidade que, à época, não se preocupava com os danos que os restos mortais podem causar à natureza.
Cemitério no distrito Entre Rios está em fase de
licenciamento (Foto: Reprodução/RPC)
licenciamento (Foto: Reprodução/RPC)
Em Guarapuava, e administrados pela prefeitura, são outros quatro cemitérios irregulares e mais três nos distritos Palmeirinha, Guará e Entre Rios. No último, parte do terreno está em fase de licenciamento. Na mesma etapa, está uma área de 50 mil metros quadrados no bairro Xarquinho.
A previsão da prefeitura era a de que o terreno entrasse em funcionamento até o fim de agosto. Entretanto, até o momento, o IAP não liberou a licença de instalação e operação. A situação não é boa, mas pode ser melhorada com o monitoramento de cursos d’água e a paralisação de mais obras em locais inadequados.
Prefeitura responde
O secretário municipal de Habitação, Flávio Alexandre, reconhece o problema. “É sério. Todos os cemitérios municipais em Guarapuava estão esgotando a capacidade. Nós não vamos mais ter lugares para enterrar ninguém. Por isso, a nossa preocupação em fazer, rapidamente, o licenciamento do novo cemitério”, diz.
Flávio acredita que, até o fim do ano, tudo estará certo. Ele também diz que a prefeitura está tomando as providências necessárias para regularizar a situação dos cemitérios que não tem a licença ambiental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário