sábado, 30 de outubro de 2010

Urbs reforça linhas de ônibus para a terça-feira

A Urbs, Urbanização de Curitiba S/A, colocará mais ônibus e linhas especiais na terça-feira (2), para facilitar o acesso da população aos cemitérios da cidade. Haverá reforço nas linhas que circulam em direção aos cemitérios Municipal São Francisco de Paula; Paroquial Santa Cândida; Municipal Santa Cândida; Israelita Santa Cândida; Evangélico Luterano; Paroquial Abranches; Universal Necrópole Ecumênica Vertical; São Marcos; Santa Felicidade, Colônia Órleans, Parque Iguaçu; Paroquial Campo Comprido; Muçulmano; Israelita e Municipal, ambos na Água Verde; Jardim da Saudade, no Portão; Umbará; Parque São Pedro Israelita Zona Sul; Municipal Boqueirão, Jardim da Paz, no Cachoeira, e do Convento Irmãs Carmelitas.
A programação de reforço de linhas de ônibus também se estende aos municípios de Almirante Tamandaré, Pinhais, Piraquara, Colombo, Bocaiúva do Sul, Campo Largo e São José dos Pinhais.
Veja as linhas que ganham reforço no link com a prefeitura de Curitiba.

Cremação na Grande Curitiba cresceu 78% desde 2000

Do ano 2000, quando foi inaugurado o primeiro crematório da Grande Curitiba, até agora, o número de cremações aumentou de 78%, conforme informa Mylena Cooper, sócia-gerente da Vaticano, uma das empresas do ramo. "Calculamos que 3% dos falecidos sejam cremados. Mas, de acordo com dados colhidos em São Paulo através de uma pesquisa feita pela Cremation Society e outra da PUC (Laboratório de Estudos e Intervenção sobre o Luto), 8% da população que vai a óbito são cremados. Um número tímido perto de países como a Inglaterra (80%) e Japão (99%)", disse Mylena.

Um dos empecilhos à opção pela cremação é o mito do alto custo em relação ao sepultamento convencional, esclareceu a empresária. Mas ela enfatiza vantagens e facilidades para as famílias. "Um túmulo no cemitério requer cuidados e despesas. Além da cremação ser mais econômica que a compra de um jazigo, túmulo ou gaveta, não exige taxa de manutenção necessariamente, já que as cinzas podem ser levadas para casa ou espargidas na natureza" afirmou.
No caso da Vaticano, a empresa oferece uma sala em que a família pode guardar as cinzas em lóculos personalizados com objetos pessoais, fotos ou cartas. A sala recebe visitação 24 horas por dia e conta com sistema de climatização, música e espaço para oração.
Segundo Mylena a procura pela aquisição antecipada do serviço cresce na mesma proporção da cremação. "O plano preventivo evita que a família tenha despesas e burocracias na hora do luto. Algumas pessoas deixam uma declaração manifestando o desejo de serem cremadas e até mesmo o que deve ser feito com as cinzas e as músicas que serão tocadas em suas cerimônias", explicou. Além da cremação o plano inclui documentação, orador, cerimônia personalizada, a urna e trinta dias de uso da Sala de Memórias, até a família decidir o que será feito com as cinzas. O custo médio é de R$ 2,9 mil. "Jazigos familiares em cemitérios dentro de Curitiba podem custar até R$ 34 mil", comparou Mylena.
Como de costume, a Vaticano promove um evento no Dia de Finados para confortar as famílias. Neste ano seiscentas famílias são esperadas e o tema é a saudade. Violino, harpa e canto lírico estão programados na Capela Vaticano, onde haverá também a soltura simbólica de pombos e balões com mensagens escritas. O destaque é a Árvore da Saudade, um bonsai cenográfico de 3 metros que será preenchido com mensagens de boas lembranças. A programação na terça-feira inicia às 9 horas com missa e culto e encerra às 11h15. Outras informações: http://www.crematoriovaticano.com.br/ ou (41) 3224-3006.

Cemitérios particulares estão prontos para receber visitantes

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cemitério Bonfim apresenta novos serviços no feriado de Finados

Cemitério Bonfim apresenta novos serviços no feriado de Finados

[29-10-2010]
Plano Funeral, Campanha “Indique um amigo” e Projeto Ambiental – Floresta de Pinus são as novidades que a administração do Cemitério Parque Senhor do Bonfim preparou para este feriado (de 30 de outubro a 2 de novembro), quando espera um movimento de cerca de 80 mil pessoas. Entre as atividades previstas, estão missas em dois horários: às 9h e às 15h.

Buscando a sustentabilidade, o Cemitério está plantando uma Floresta de Pinus. Para cada falecimento são plantadas duas mudas de árvores. As árvores do tipo Pinus são bastante valorizadas. Entre os motivos estão a cor da madeira, a sua fibra longa utilizada na fabricação de papel de alta resistência, sua resina e a possibilidade de plantio em solos difíceis.
Plano Funeral e Indique um amigo
        
Após cerca de três anos de estudos, o Cemitério Bonfim lança o Plano Funeral, que contempla vários produtos e
serviços até a quantia de R$ 5 mil por sepultamento. O plano pode abranger desde a escolha da urna à facilitação dos trâmites fúnebres, capela, velório e cerimonial. A cobertura é ampla e estão incluídos titular, cônjuge, filhos, pais e sogros. A carência é de seis meses. A intenção com o novo serviço é solucionar os problemas financeiros na hora em que ocorre um sepultamento e permitir que os familiares e amigos possam se despedir adequadamente de quem partiu.
        
Para quem já é
cliente, o Cemitério Bonfim lança a Campanha “Indique um amigo”. Para participar, basta que o cliente indique um novo comprador para um terreno e este finalize a negociação. Quando a compra for concluída, quem indicou ganha a quitação por dois anos de taxa de manutenção.
Serviço: Cemitério Parque Senhor do Bonfim
Endereço: Valdomiro Valaski, s/n – Guatupê – São José dos Pinhais
Missa às 9h e 15h.
Cemitério Bonfim apresenta novos serviços no feriado de Finados

[29-10-2010]
Plano Funeral, Campanha “Indique um amigo” e Projeto Ambiental – Floresta de Pinus são as novidades que a administração do Cemitério Parque Senhor do Bonfim preparou para este feriado (de 30 de outubro a 2 de novembro), quando espera um movimento de cerca de 80 mil pessoas. Entre as atividades previstas, estão missas em dois horários: às 9h e às 15h.

Buscando a sustentabilidade, o Cemitério está plantando uma Floresta de Pinus. Para cada falecimento são plantadas duas mudas de árvores. As árvores do tipo Pinus são bastante valorizadas. Entre os motivos estão a cor da madeira, a sua fibra longa utilizada na fabricação de papel de alta resistência, sua resina e a possibilidade de plantio em solos difíceis.
Plano Funeral e Indique um amigo
        
Após cerca de três anos de estudos, o Cemitério Bonfim lança o Plano Funeral, que contempla vários produtos e
serviços até a quantia de R$ 5 mil por sepultamento. O plano pode abranger desde a escolha da urna à facilitação dos trâmites fúnebres, capela, velório e cerimonial. A cobertura é ampla e estão incluídos titular, cônjuge, filhos, pais e sogros. A carência é de seis meses. A intenção com o novo serviço é solucionar os problemas financeiros na hora em que ocorre um sepultamento e permitir que os familiares e amigos possam se despedir adequadamente de quem partiu.
        
Para quem já é
cliente, o Cemitério Bonfim lança a Campanha “Indique um amigo”. Para participar, basta que o cliente indique um novo comprador para um terreno e este finalize a negociação. Quando a compra for concluída, quem indicou ganha a quitação por dois anos de taxa de manutenção.
Serviço: Cemitério Parque Senhor do Bonfim
Endereço: Valdomiro Valaski, s/n – Guatupê – São José dos Pinhais
Missa às 9h e 15h.

Plano Funeral, Campanha “Indique um amigo” e Projeto Ambiental – Floresta de Pinus são as novidades que a administração do Cemitério Parque Senhor do Bonfim preparou para este feriado (de 30 de outubro a 2 de novembro), quando espera um movimento de cerca de 80 mil pessoas. Entre as atividades previstas, estão missas em dois horários: às 9h e às 15h.

Buscando a sustentabilidade, o Cemitério está plantando uma Floresta de Pinus. Para cada falecimento são plantadas duas mudas de árvores. As árvores do tipo Pinus são bastante valorizadas. Entre os motivos estão a cor da madeira, a sua fibra longa utilizada na fabricação de papel de alta resistência, sua resina e a possibilidade de plantio em solos difíceis.
Plano Funeral e Indique um amigo
        
Após cerca de três anos de estudos, o Cemitério Bonfim lança o Plano Funeral, que contempla vários produtos e
serviços até a quantia de R$ 5 mil por sepultamento. O plano pode abranger desde a escolha da urna à facilitação dos trâmites fúnebres, capela, velório e cerimonial. A cobertura é ampla e estão incluídos titular, cônjuge, filhos, pais e sogros. A carência é de seis meses. A intenção com o novo serviço é solucionar os problemas financeiros na hora em que ocorre um sepultamento e permitir que os familiares e amigos possam se despedir adequadamente de quem partiu.
        
Para quem já é
cliente, o Cemitério Bonfim lança a Campanha “Indique um amigo”. Para participar, basta que o cliente indique um novo comprador para um terreno e este finalize a negociação. Quando a compra for concluída, quem indicou ganha a quitação por dois anos de taxa de manutenção.
Serviço: Cemitério Parque Senhor do Bonfim
Endereço: Valdomiro Valaski, s/n – Guatupê – São José dos Pinhais
Missa às 9h e 15h.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O BLOG DE ADRIANA VANDONI ESTÁ CENSURADO POR ORDEM JUDICIAL!


Mulher de coragem que fala o que deve, está sendo punida pelo governo Lula!
Veja abaixo o texto que foi censurado pelo governo Lula.
Publicado por
Adriana Vandoni

Já tivemos presidentes para todos os gostos, ditatorial, democrático, neo-liberal e até presidente bossa nova.

Mas nunca tivemos um vendedor de ilusão como o atual.
Também nunca tivemos uma propaganda à moda de Goebbels no Brasil como agora.
O lema de Goebbels era uma mentira repetida várias vezes, se tornará uma verdade.

O povo, no sentido coletivo, vive em um jardim de infância permanente.
Vejamos alguns dados vendidos pelo ilusionista.
O governo atual diz que pagou a divida externa, mas hoje, ela está em 230 bilhões de dólares.
Você sabia ou não quer saber?
A pergunta é: pagou?
Quitou?
Saldou?
Não.
Mas uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade.
Pagamos sim, ao FMI, 5 bilhões de dólares, o que portanto mostra apenas quão distante estamos do que é pregado para o povo.
Nossa dívida interna saltou de 650 bilhões de reais em 2003, para 1 trilhão e 600 bilhões de reais hoje, e a nossa arrecadação em 2003 ano da posse do ilusionista que foi de 340 bilhões, em 2008 foi de 1 trilhão e 24 bilhões de reais.
Este ano a arrecadação caiu 1% e, olhem bem, as despesas aumentaram 16,5%.
Mas esses dados são empurrados para debaixo do tapete.
Enquanto isso os petralhas estão todos de bem com a vida, pois somente com nomeação já foram 108 mil, isso sem contar as 60 mil nomeações para cargos de comissão.
É o aparelhamento do Estado.
Enquanto isso os gastos com infra-esturutra só subiram apenas 1%, já as despesas com os companheiros subiram para mais de 70%.
Como um país pode crescer sem em infra-estrutura, sendo essa inclusive a parte que caberia ao governo?
O PT vai muito bem, os companheiros estão todos muito bem situados, todos, portanto, estão fora da marolinha, mas n
ós outros estamos sentindo o peso do Estado petista ineficiente, predador e autoritário.
Nas áreas cruciais em que se esperaria a mão forte e intervencionista do governo, ou seja, na saúde, educação e segurança o que temos são desastres e mais desastres, mortandades.
O governo Lula que fala tanto em cotas raciais para a educação, basta dizer que entre as 100 melhores universidades do mundo, o Brasil passa longe.
Já os Estados Unidos (eta capitalismo) possuem 20 universidades que estão entre as 100 melhores.
O Brasil não aparece com nenhuma..
São números.
O governo Lula também desfralda a bandeira da reforma agrária.
O governo anterior fez mais pela reforma agrária que o PT, mas claro, esses números não interessam.
Na verdade não deveriam interessar mesmo.
Basta dizer que reforma agrária é mais falácia do que coisa concreta em beneficio da sociedade.
Se querem saber, em todos os países onde houve reforma agrária, logo em seguida eles se tornaram países importadores de alimento.
A ex-URSS, Cuba e China são exemplos claros do que estou afirmando.
Mas continuamos com o discurso de reforma agrária.
A URSS quando Stalin coletivizou a terra, passou a ser importadora de alimento e consequentemente a ser um dos responsáveis pelo aumento do preço do alimento no mundo.
Entendam.
Cuba antes da comunização com Fidel, produzia 12 milhões de toneladas de açúcar do mundo, hoje não produz nem 2 milhões.
A Venezuela tão admirada por Lula produzia 4 mil quilos de feijão por hectares, depois da reforma agrária praticada pelo coronel Hugo Chaves só produz 500 kg por hectares.
Mas os socialistas não sabem nem querem saber dessas questões, o trabalho que dá para produzir, para gerar alimentos, isso porque eles tem a sociedade para lhes pagar o salário, as contas e as mordomias, além de dinheiro do contribuinte para colocar comida na sua mesa.
Mas eles não sabem nem querem saber sobre o que é produzir, cultivar, plantar alimentos.
Pois bem, os companheiros acreditam nos milagres da reforma agrária.
Dizem que estão mudando o país.
É para gargalhar.
Agora incrível, e hoje está mais do que comprovado, que a diminuição dos impostos nos setores de eletrodoméstico fez o comércio e indústria neste setor produzir e vender mais.
O aquecimento na venda de carros também surtiu efeito com a redução de impostos.
O que fica definitivamente comprovado que imposto nesse país é um empecilho ao progresso e ao desenvolvimento.
Mas o discurso dos petistas é outro.
Ou seja, uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade.

É o ilusionismo de Lula.
COMO O BLOG FOI AMORDAÇADO JUDICIALMENTE PELO GOVERNO, VAMOS DIVULGÁ-LO!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

KARL KRAUS -

PERDI ALGUNS amigos nos últimos dias. Que triste. Por quê? Porque no dia 11/10, nesta coluna ("Vai encarar?"), disse que sou contra o aborto, e isso é imperdoável no mundo "inteligentinho". Mas aumentei a dose de antidepressivo e acordei melhor hoje.
Valeu a pena, muita gente "me encarou", e isso é o objetivo do colunista, não? Mas muita calma nessa hora. Nada é tão evidente assim. Muita gente acha que não é essa a função do colunista (e isso é típico da sensibilidade de classe média que domina o debate público nos últimos anos): queremos fazer e pensar o que fazemos e pensamos, mas exigimos que os outros pensem que somos "bonitinhos" em tudo o que fazemos e pensamos. A sensibilidade de classe média infantiliza o mundo.
Na realidade, hoje em dia quase todo mundo quer agradar a todo mundo. Uma praga infantil.
As crianças assim o são por "trauma" diante da própria fragilidade, como nos diz a grande escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís em seu ensaio "Contemplação Carinhosa da Angústia". Mas um adulto o é por mera covardia e desejo de ser desejado.
Também vivo em pânico, com medo de que minha mulher me abandone e de que me achem feio. Somos miseráveis afetivos mesmo, fazer o quê...
Mas, existe luz no final do túnel. Recentemente foi lançado no Brasil, pela editora gaúcha Arquipélago, um livro fabuloso para quem, como eu, cultiva o pensamento sem medo: "Aforismos", do jornalista iconoclasta austríaco Karl Kraus (1874-1936). Iconoclasta é alguém que tem por hábito quebrar o coro dos contentes.
Por exemplo, hoje em dia, chorar por foquinhas fofinhas, ter medo das feministas, falar que somos a pior espécie do planeta e sonhar com um mundo dominado por golfinhos ou "povos da floresta" são crenças do coro dos contentes.
Eu acho o contrário: se o mundo tivesse ficado na mão dos "povos da floresta", estaríamos na idade da pedra e adorando árvores. Os portugueses "nos libertaram" das trevas.
Outro exemplo de crenças infantis é "um mundo sem guerras é possível". Essa então é de doer. Lembro-me, na minha infância, de ouvir isso no concurso de Miss Universo: "World peace" era o sonho de todas elas. Não diziam coisas muito inteligentes, mas eram bonitas e isso, para nós, homens, muitas vezes basta.
Claro que ninguém normal gosta de guerra. Mas, "gosto" nada tem a ver com isso. E também não é uma mera questão de interesses econômicos e políticos do tipo paranoia foucaultiana: "Oh! O sistema! O sistema é malvado e nos controla!". Guerras existem porque simplesmente existem razões para se odiar.
Isso é feio, mas é assim mesmo. Às vezes, não adianta "sentar e conversar". O mundo não é o que Obama pensa que seja, quando sentado em seu gabinete chique sonha com seu mundinho cor de rosa onde todos cabem como bonequinhas cor de rosa. Às vezes, e muitas vezes, infelizmente, somos obrigados a ir à guerra e matar e sermos mortos e nada vai mudar isso.
A grande mentira dos "cor de rosa" é que, por debaixo do "amor a paz" que pregam, o que existe é a afirmação de que só o que eles odeiam é que é justo.
A guerra deve ser evitada justamente porque existem razões racionais (redundância proposital) para fazermos guerras. Para algumas pessoas, em determinadas situações, o ódio é único afeto "justo".
Por exemplo, muitos fundamentalistas islâmicos nos odeiam (nós, ocidentais) porque somos o que somos: acreditamos na democracia (para eles, um regime de "mulherzinha"), adoramos dinheiro (apesar de mentirmos sobre isso), praticamos sexo como descarga fisiológica de prazer, como gatos no telhado, enfim, porque achamos o "mundo deles" o fim da picada e o nosso mundo, legal.
Comece sua semana com duas pérolas do Karl Kraus: "Isso e, apenas isso, é o conteúdo de nossa cultura: a rapidez com que a imbecilidade nos arrasta em seu turbilhão".
E mais uma: "Nada é mais tacanho do que o chauvinismo ou o ódio racial. Para mim, todos os seres humanos são iguais; há idiotas em toda parte e tenho o mesmo desprezo por todos. Nada de preconceitos mesquinhos!"
Acabe seu café da manhã. Coragem. Boa semana.

ponde.folha@uol.com.br

Homem fez sexo com cadáver de menina em Mundo Novo

O pedreiro Celso José Rodrigues Vesolovski, de 47 anos, contou à Polícia Civil que depois de matar Vitória Regina Dias Evaristo, de 10 anos, praticou sexo com o cadáver da menina. Ele foi preso em flagrante em Mundo Novo, município localizado a 476 quilômetros de Campo Grande.

Vitória foi vista pela última vez no domingo, na garupa da bicicleta de Celso. O pedreiro morava ao lado da casa da família da menina.

Celso relatou que era apaixonado pela criança há cinco anos. Ele convidou a menina no domingo para tomar banho no Rio Vitykuê e ao chegar lá, pediu a garota em namoro.

Por ter recusado o pedido, Vitória foi morta com duas facadas no abdômen e uma no pescoço. A menina demorou cerca de uma hora para morrer.

Depois de esperar que Vitória morresse, Celso praticou sexo com o cadáver. Ele enterrou o corpo da menina às margens do rio, junto com a faca usada no crime.

A casa da família de Vitória fica em uma estrada que dá acesso à BR-163. o desaparecimento da criança foi registrado pela mãe na segunda-feira às 17h23.

Celso é nascido em Campo Mourão (PR) e não possui antecedentes criminais em Mato Grosso do Sul. Ele responderá pelos crimes de homicídio doloso (com intenção de matar), vilipêndio de cadáver e ocultação de cadáver.

Limpeza de túmulos somente até 28 de outubro

Serviços de limpeza, manutenção e pequenas reformas nos túmulos dos cemitérios municipais de Curitiba - Água Verde, Santa Cândida, Boqueirão e São Francisco de Paula - poderão ser feitos até quinta-feira próxima. Depois, os cemitérios serão fechados para que as equipes da Prefeitura façam a manutenção e os preparativos para o Dia de Finados, 2 de novembro. "O prazo evita atropelos, e também dá tempo para que a Prefeitura prepare os cemitérios antes de Finados", diz o diretor de Serviços Especiais, Augusto Canto Neto.

A expectativa é de que 100 mil pessoas visitem os cemitérios públicos da capital neste feriado de Finados, onde existem cerca de 45 mil sepulturas. Tradicionalmente, os túmulos mais visitados são os de Maria Bueno (Cemitério Municipal) e Maria Polenta (Água Verde), a quem os fiéis atribuem milagres. No Cemitério Municipal Água Verde estão sepultados o artista Poty Lazzarotto, o escritor Paulo Leminski e Zilda Arns, que faleceu ano passado vitima do terremoto do Haiti.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Oportunismo contamina licenciamento ambiental

O conceito de licenciamento ambiental tem sido crescentemente distorcido no Brasil. Concebido para avaliar e mitigar os inevitáveis impactos ambientais gerados por obras de infraestrutura, o licenciamento tem sido vítima de alguns grupos políticos e outros tantos oportunistas que têm transferido para essa atividade diversas demandas individuais ou responsabilidades do poder público. Esse fenômeno acontece com muita frequência no setor de energia elétrica.

Toda forma de geração de energia provoca impactos sobre o meio ambiente e sobre a sociedade. Diante dessa realidade, o planejamento energético procura refletir as melhores alternativas considerando a competitividade econômica e os impactos socioambientais de cada uma das potenciais fontes de energia. O processo de licenciamento ambiental, por sua vez, analisa a viabilidade socioambiental dos empreendimentos e incorpora programas para reduzir os impactos provocados pela atividade de geração de eletricidade.

Nesse contexto, todos os recursos que forem necessários para a proteção do meio ambiente e da sociedade devem ser avaliados e inseridos nas licenças ambientais. Isso significa, por exemplo, que empreendimentos cujas medidas de proteção socioambiental ultrapassarem o limite da competitividade econômica devem ser considerados inviáveis e interrompidos. Ao contrário do que muitos pensam - incluindo nesses "muitos" altíssimas autoridades - não há a obrigação de emissão da licença ambiental. Projetos ruins devem ser reprovados ou, no mínimo, postergados até que novo equilíbrio econômico-socioambiental seja alcançado.

Uma vez entendida a dinâmica do processo de licenciamento, vale a pena recorrer a números para contextualizar a relevância econômica da dimensão socioambiental em projetos de energia: segundo o Banco Mundial, os custos dos programas socioambientais em empreendimentos hidrelétricos no Brasil têm representado 12% do custo das usinas. Esses custos podem crescer proporcionalmente às necessidades e exigências de proteção ao ambiente e à sociedade. E, se essa for a realidade dos custos atrelados à compensação, compete à sociedade, representada pelas autoridades competentes, julgar, a cada empreendimento, se o custo socioambiental é razoável vis a vis os benefícios gerados pela produção de energia.

Mas o fato de esses custos serem crescentes não é o problema principal. O que realmente preocupa é a indústria que se instalou ao redor dos projetos de energia, grande parte dela apoiada na velha - e oportunista - ideia do "criar dificuldades para vender facilidades". Na prática, são pedidos e concessões que não têm nada a ver com os empreendimentos e seus impactos.

Três casos, para ficar nos mais recentes, exemplificam essa indústria: a usina nuclear Angra III (no Rio de Janeiro), as usinas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio (em Rondônia) e a usina hidrelétrica Garibaldi (em Santa Catarina). Nos três, municípios e Estados exigiram "compensações" para "liberar" as autorizações que permitissem aos órgãos ambientais a emissão das licenças ambientais. No caso de Angra III, foram exigidos R$ 150 milhões; em Jirau e Santo Antônio, R$ 35 milhões e R$ 39 milhões; e, em Garibaldi, outros R$ 10 milhões. Nesse último caso, a exigência inclusive constou da licença prévia do empreendimento a título de "compensação social, como contrapartida para cada município atingido, o valor de R$ 1,8 milhão, atendendo assim às reivindicações destes nas audiências públicas".
"Compensações Sociais" não fazem parte do processo de licenciamento ambiental. O que se esperava da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (FATMA), órgão licenciador do Estado, era que ela equilibrasse as demandas da sociedade, do governo e da empresa, e não simplesmente cedesse a pressões políticas e incluísse na licença ambiental uma compensação não prevista na legislação e que é desnecessária porque todos os impactos socioambientais devem ser adequadamente tratados via programas ambientais que fazem parte do processo de licenciamento ambiental.

O setor elétrico já possui "compensações" suficientes. Além da Compensação Ambiental e da Compensação Financeira pelo Uso dos Recursos Hídricos (CFRUH), começam agora a inventar a "compensação social" que, se materializada dessa forma, em breve se transformará em outro "imposto disfarçado" que provocará o aumento nas tarifas de eletricidade para os consumidores, em benefício de grupos políticos. Vale a pena lembrar que, segundo estudo da PricewaterhouseCoopers, a carga de tributos e encargos sobre a conta de luz é de 45,1%.

É preciso acabar com esse oportunismo que começa a contaminar o licenciamento ambiental. Os programas socioambientais necessários - e seus respectivos custos - devem ser prévia e transparentemente incorporados ao processo de licenciamento, sem abrir espaço para "Compensações Sociais" que não têm nada a ver com o benefício da sociedade.

Claudio J. D. Sales é presidente do Instituto Acende Brasil

O berço escuro do tempo

DAS INÚMERAS EXPRESSÕES que a linguagem cotidiana toma emprestadas das ciências naturais, "buraco negro" talvez seja uma das mais felizes, pois reproduz com certa precisão seu significado físico: um objeto astronômico tão maciço e denso que a atração gravitacional por ele exercida engole tudo à sua volta, até mesmo a luz.
Uma teoria recentemente ressuscitada --com aprimoramentos-- propõe que esses sorvedouros cósmicos podem parar de se contrair e, então, expandir-se violentamente, dando origem a outros universos --como o nosso. Se os modelos e equações do físico teórico polonês Nikodem Poplawski estiverem certos, a explicação poderia contribuir para desvendar um dos maiores mistérios da física: por que o tempo só corre numa direção linear, ou seja, para a frente?

POLÊMICA Não é de hoje que buracos negros suscitam polêmica. A ideia de uma imensa mancha negra no Universo começou a ser discutida ainda no século 18, mas o termo foi aplicado pela primeira vez dois séculos depois. O criador da expressão é o astrofísico John Wheeler, que, no entanto, não assume sua autoria completamente. Wheeler dizia que o termo "buraco negro" teria surgido durante uma aula no final da década de 60 --algum estudante soltou essa expressão quando ele falava sobre estrelas em colapso.
O conceito tem sido debatido intensamente por teóricos célebres como Stephen Hawking, que descobriu, pouco depois de o termo ter sido criado, que os buracos negros podem emitir radiação (ou seja, não são totalmente negros). A relação entre buracos negros e a origem da vida (e do Universo) também começou a ser especulada pela ciência há algumas décadas. O físico Raj Pathria, por exemplo, criou um modelo que tratava o Universo como um buraco negro. O conceito foi aprimorado por cientistas que vieram depois, como John Richard Gott, que, em 1998, publicou uma teoria que relacionava a origem dos buracos negros e dos Universos.

DENTRO DO BURACO Recentemente, um novo cientista ("novo" também porque ele tem apenas 35 anos) sacudiu a comunidade internacional de cosmólogos. Em dois estudos publicados neste ano, o polonês Nikodem Poplawski afirma que um enorme buraco negro que parou de se contrair e começou a se expandir violentamente teria dado origem a este Universo --que, por sua vez, está dentro dele. E essa nova concepção de formação do espaço explicaria por que o tempo corre em apenas uma direção.
Filho de artistas, nascido em Torun -mesma cidade natal do astrofísico e matemático do século 15 Nicolau Copérnico (o autor da teoria heliocentrista, ou seja, a que afirmou pela primeira vez que a Terra girava em volta do Sol e não o contrário)- Nikodem Poplawski começou a se interessar pelas "ciências duras", como a química e a física, quando ainda era criança. Hoje faz pós-doutorado na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. "Quero entender a origem do Universo, a origem das partículas, a seta do tempo", explica.
Os trabalhos de Poplawski foram publicados na "Physics Letters B", uma das mais importantes revistas internacionais sobre física nuclear e de partículas, e no Arxiv da biblioteca eletrônica da Universidade Cornell (EUA). Arxiv é uma espécie de espaço virtual de debates científicos, que podem acontecer entre estudantes de graduação até os mais altos escalões do meio acadêmico.
Especialmente em áreas experimentais, como a física, a publicação no Arxiv funciona bem e é mais ágil do que as publicações em revistas científicas convencionais, cujo processo de aprovação de um artigo pode levar de um a dois anos, desde o seu recebimento.
No Arxiv, por exemplo, o artigo do polonês já rendia cerca de 200 extensos comentários, textos e indicações de leitura de cientistas que interagiam entre si e criavam novas perguntas --todas com cunho científico (quando um debate vira uma conversa "informal" e pouco científica, a repressão dos usuários do Arxiv é grande).
A ideia proposta por Poplawski nessas duas publicações confronta, de certa maneira, a teoria do Big Bang, que define que o Universo teria surgido a partir da expansão de uma grande concentração de massa e energia há 13,7 bilhões de anos. É a teoria que tenta explicar a origem do Universo mais aceita na atualidade.

CRÍTICOS Para os críticos da ideia do Big Bang como origem de tudo, a simples identificação de um momento como o "começo" do Universo é uma proposta irracional. No Brasil, um desses críticos é o físico Mário Novello, pesquisador e professor titular no Instituto Brasileiro de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do Rio de Janeiro, e autor de "Do Big Bang ao Universo Eterno" (Zahar).
Para Novello, caso existisse um "começo singular", o Universo não admitiria uma explicação racional para toda a sua história. Afinal, trata-se de um contexto em que, por exemplo, há uma temperatura infinita e uma densidade infinita. Se não é possível quantificar o infinito, a teoria não daria conta da explicação do fenômeno.
"Consequentemente, a ciência moderna, que teve início lá atrás, com Tycho Brahe, Galileu Galilei e outros astrônomos, teria chegado ao seu limite", diz Novello.
A cosmologia está longe de chegar ao seu limite e, aliás, é uma ciência recentemente institucionalizada. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Cosmologia foi criado em 2003, sob o nariz torto da Sociedade Brasileira de Física. Vários países que ainda não tinham seus institutos seguiram a trajetória tupiniquim, como Índia, Canadá, França e Rússia. E, com laboratórios próprios, cosmólogos do mundo inteiro tentam projetar modelos matemáticos para explicar, por exemplo, de onde veio este Universo.

BERÇO Se o polonês estiver certo e se este Universo tiver surgido de um buraco negro, como teria se originado o buraco negro primordial? A física diz que um buraco negro é gerado por uma estrela que se contraiu. Todas as estrelas (astros que emitem luz própria) precisam de combustível para "se manter" --no caso do Sol, hidrogênio, que se transforma em hélio por fusão nuclear. Quando o combustível de uma estrela acaba, ela começa a se contrair pela ação da própria gravidade.
Se a massa da estrela for muito grande (com campo gravitacional muito intenso), não há nenhum mecanismo conhecido que possa deter sua contração. Nesse caso, o colapso culmina num buraco negro.
A partir daqui, desenrola-se a teoria de Poplawski. Segundo ele, o buraco negro, no seu limite de contração (o que é chamado de "horizonte de eventos"), teria uma expansão rápida e daria origem a um Universo. Assim, esse Universo estaria dentro de um imenso buraco negro que se expandiu violentamente depois de sua contração parar. "Antes disso, nosso Universo era uma estrela que vivia no interior de outro grande Universo", explica o físico. Em outras palavras, cada Universo viveria dentro de buracos negros que, por sua vez, poderiam possuir estrelas que, se altamente contraídas, dariam origem a novos buracos negros, com novos Universos dentro.
As explicações físicas para os buracos negros --que têm campos gravitacionais muito intensos-- são complexas. A lei da gravitação de Isaac Newton, do século 17, por exemplo, não é suficiente para esclarecer esses corpos. Entram, então, em cena as famosas equações de Albert Einstein, propostas em 1915, sem as quais não é possível descrever o que acontece com um buraco negro. Poplawski apropriou-se amplamente dessas equações nos seus estudos.
Mas há uma limitação da teoria de Einstein, que pressupõe um campo gravitacional infinito. "Afinal, não pode haver quantidades infinitas na natureza", explica o físico e divulgador científico Roberto Belisário, doutor pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Como a descrição de Einstein, portanto, não é completa, é preciso também levar em conta a mecânica quântica, que desde o início do século 20 fornece descrições mais precisas sobre sistemas microscópicos na tentativa de explicar fenômenos macroscópicos.

SETA DO TEMPO A teoria de Poplawski de que o Universo estaria dentro de um buraco negro vai além de uma inspiração sobre a origem do Universo. Ela quer também explicar uma das maiores inquietações da humanidade que serve, incansavelmente, de pano de fundo para a ficção científica: por que o tempo só anda para a frente?
A ideia da seta temporal em apenas uma direção, de maneira que não podemos voltar no tempo, mas apenas viajar pelo espaço, tem a ver, de acordo com o polonês, com uma espécie de herança que o Universo "filho" herdaria do buraco negro "mãe". Universos filhos receberiam as propriedades, como o sentido do tempo, de suas mães, e se manteriam em assimetria com elas, assim como pedacinhos de papel jogados por uma janela seguem a direção do vento. E como o buraco negro se expande sempre numa única direção (por bilhões de anos), no Universo filho também só será possível viajar rumo a um único lugar: o futuro.
Se fosse possível detectar essas propriedades transmitidas de "mãe para filho", haveria uma prova experimental da ideia do cientista polonês. Mas, ao que parece, a proposta do autor não foi construir uma teoria "testável", mas mostrar que é possível dar conta da assimetria do tempo e da expansão do Universo com uma teoria. Para testá-la, os trabalhos de Poplawski precisariam ser aperfei- çoados de modo a incluir fenômenos novos e observáveis.
Mas essa tarefa fica para a frente --para o futuro.

A procura do fim da Trilha

A utopia da teoria unificada do Universo

RESUMO
A busca por uma "teoria de tudo", que unifique as explicações do Universo, é um sonho a que se dedicaram muitos cientistas, inclusive Marcelo Gleiser, que neste ensaio faz uma revisão desse propósito, em favor de uma nova concepção do universo que tenha como princípios as ideias de assimetria e imperfeição.

ilustração ANTONIO DIAS



MARCELO GLEISER
O que vejo da Natureza é uma estrutura magnífica que podemos apenas compreender muito imperfeitamente.
Albert Einstein

"TODA A FILOSOFIA baseia-se em apenas duas coisas: curiosidade e visão limitada [...] O problema é que queremos saber muito mais do que podemos ver." Assim escreveu o filósofo francês Bernard Le Bovier de Fontenelle em 1686. A afirmação não poderia ser mais propícia. Se entendemos por filosofia o esforço do intelecto humano em compreender quem somos e em que mundo vivemos, logo percebemos que, de fato, a mola que move nosso conhecimento é a curiosidade.
Já as nossas dificuldades, isto é, os limites do que podemos saber sobre o mundo, são consequência dessa "visão limitada", da miopia que nos permite ver apenas uma fração do que realmente ocorre à nossa volta. Daí que o conjunto do que criamos é, em essência, uma tentativa de aprimorar a nossa visão, de saciar a curiosidade que temos de saber cada vez mais sobre a realidade que nos cerca.
Podemos metaforicamente chamar de conhecimento a trilha que, aos poucos, vai abrindo espaço na imensa e sedutora floresta do desconhecimento. (Se esse conhecimento leva à sabedoria é uma outra questão.) A preocupação central dos filósofos e, nos últimos quatro séculos, dos cientistas, é precisamente ampliar essa trilha.
Uma questão fundamental é se essa trilha tem uma destinação final, que representaria o conhecimento "total" do mundo. Outra é se nós podemos chegar lá. Uma terceira é investigar quais seriam as consequências de chegarmos ou não ao final da trilha. Estas questões, que explorei em detalhe em meu livro "Criação Imperfeita" (Record, 368 págs., R$ 49,90), formam o arcabouço deste ensaio.
UNIDADE A noção de que tudo o que existe -das galáxias aos planetas, das pedras aos seres vivos- é manifestação duma unidade inerente a todas as coisas é muito antiga. Podemos argumentar que sua origem coincide ao menos com as religiões monoteístas: se tudo é criado por um Deus, tudo é parte desse Deus. Nele, encontramos a unidade de todas as coisas, como acreditava o faraó Akenaton em torno de 1350 a.C.
Já no taoísmo, tudo pode ser compreendido a partir da essência do Tao, onde todos os opostos são um. Com o advento da filosofia na Grécia, a questão tomou, ao menos inicialmente, uma orientação mais material: Tales, considerado o primeiro dos filósofos, já dizia que tudo vem duma única fonte de matéria.
Esse "absolutismo" material influenciou profundamente o pensamento ocidental. São vários os filósofos que buscaram construir um sistema em que tudo se baseia numa única entidade ou grupo de entidades, como as formas de Platão ou a mônada de Leibniz. Esse tipo de construção foi criticado pelo historiador das ideias Isaiah Berlin: "Uma afirmação do tipo 'Tudo consiste em...' ou 'Tudo é...', a menos que seja empírica, não significa nada, pois uma proposição que não pode ser contrariada ou questionada não contém informação".
Veja a ênfase no empirismo: para confirmarmos alguma suposição, ela precisa ser questionável, sua viabilidade tem que ser testável. Afinal, qualquer um pode tecer teorias sobre o mundo, convencido de que está correto. Mas, se suas hipóteses não puderem ser verificadas, serão de pouco uso para o resto do mundo. O valor da ciência está em proporcionar meios que tornam esse tipo de validação possível.

FIM DA TRILHA Imagine se fôssemos capazes de chegar a uma descrição completa do mundo, o "fim da trilha" Seria o clímax da razão humana, a confirmação de que somos, de fato, especiais. Não é à toa que tantas mentes brilhantes sucumbiram a essa tentação. Como não poderia deixar de ser, a ciência, ou melhor, os cientistas, não são uma exceção.
Na Renascença, Copérnico, Kepler e, mais tarde, Newton, falavam do cosmo como obra divina, e da ciência (ou, mais apropriadamente para a época, da filosofia natural) como ponte entre a razão humana e a de Deus. Para eles, o Criador, este geômetra, usou as leis da matemática na construção do mundo. Cabe aos astrônomos e aos filósofos naturais decifrar estas leis para conhecermos a "mente de Deus". O dialeto em comum entre os humanos e a divindade é a matemática.
Esse ímpeto intelectual consagrou o papel da simetria como a marca da obra divina: Deus criou o mundo da forma mais perfeita, usando as leis da matemática. A simetria passou a ser o princípio estético da Criação, equacionada com a verdade. As palavras do poeta John Keats ilustram a importância desta união: "A beleza é a verdade, a verdade a beleza".
Leia-se: a simetria é bela, a beleza é verdade e, portanto, a simetria é verdade. Esta estética encontra-se profundamente arraigada nas ciências físicas. E precisa mudar.

SIMETRIA E DOGMA Avançando no tempo, encontramos Einstein, que passou as duas últimas décadas de sua vida buscando pela chamada "teoria unificada", que visava provar que duas forças fundamentais da natureza, a gravidade e o eletromagnetismo, são, na verdade, manifestações de uma única força.
Por que Einstein acreditava nessa unidade fundamental? Curiosamente, não por alguma indicação empírica. Não havia experimento ou observação que sugerissem essa unificação entre as duas forças. Havia, sim, a intenção de Einstein de provar que a geometrização da natureza era possível, e que a união entre as duas forças fundamentais era consequência inevitável desta geometrização. Sua busca vinha mais da sua mente do que do mundo.
Como sabemos, Einstein falhou. Como falharam todos aqueles que se propuseram a encontrar tal união. Críticos modernos dizem que Einstein falhou por não ter incluído as duas outras forças fundamentais da natureza, que atuam dentro do núcleo atômico. Segundo eles, uma teoria unificada deve incluir todas as forças que regem o comportamento das partículas de matéria.
De fato, teorias de unificação atuais, infelizmente chamadas de "teorias de tudo", tentam demonstrar que as quatro forças são manifestações de uma única força. (De tudo as teorias não têm nada, pois estão relegadas a explicar "apenas" o comportamento das entidades fundamentais de matéria. Uma teoria de tudo da física das partículas não explica porque existe vida na Terra ou por que temos apenas uma Lua.)

SUPERCORDAS A candidata mais popular dessas teorias é a teoria de supercordas. Baseada em matemática elegante, ela propõe uma profunda mudança de paradigma: a matéria não é formada por pequenas entidades indivisíveis chamadas partículas; é formada por pequenas cordas, tubos de energia que, ao vibrar, reproduzem as partículas de matéria observadas nos experimentos.
A teoria de supercordas põe o conceito de simetria num novo patamar. Se antes a simetria era usada como ferramenta essencial na construção de explicações aproximadas da realidade física, agora passa a ser o conceito básico dessa realidade. Nas teorias de unificação modernas, simetria é dogma.
As simetrias que regem as interações entre as partículas de matéria não são como as do nosso dia a dia. Quando falamos de simetria, imaginamos um objeto simétrico, como um DVD, ou o rosto (quase simétrico!) duma pessoa. As simetrias da física de partículas são construções matemáticas que descrevem como elas interagem entre si: por exemplo, a atração elétrica entre um elétron e um próton.
FÉ Cada uma das três forças (a gravidade é diferente, suas simetrias atuam no espaço e no tempo) tem uma simetria associada. O objetivo da teoria de unificação é construir uma simetria que englobe todas as três, a "simetria das simetrias". A fé na unidade de todas as coisas é transportada para a física moderna.
Apesar do esforço de muitos e de mais de quatro décadas de experimentos, não temos nenhuma indicação de que essa unificação final exista. Claro, podemos sempre argumentar que a ausência de evidência não é evidência de ausência, que basta continuarmos a buscar que eventualmente encontraremos sinais da unidade profunda da natureza.
Também pensava assim, e dediquei muitos anos a essa busca. Hoje, penso diferente e vejo a busca por uma teoria de tudo como uma ilusão, uma consequência da influência do monoteísmo no pensamento científico. Acredito que esteja na hora de irmos em frente, criando uma nova estética para a ciência, baseada em assimetrias e não em simetrias.

LIMITES Não há dúvida de que a física precisa de simetrias e deve continuar a usá-las. Vemos sua importância em todos os campos de pesquisa. A questão é se uma teoria de tudo, como a metafórica trilha com um destino final mencionada acima, é uma proposta viável. Mesmo dentro dos parâmetros da física das partículas, isto é, restrita à descrição das partículas de matéria e suas interações, não vejo como a construção de uma teoria final seja possível.
Imagine que nosso conhecimento sobre o mundo caiba num círculo, o "círculo do conhecimento". Como cresce o círculo? Através de nossas observações sobre o mundo e nós mesmos. Essas observações, ao menos nas ciências, vêm do uso de instrumentos que ampliam nossa visão. O que os olhos não veem, os telescópios e microscópios veem.
Porém, é importante lembrar que todo instrumento tem o seu limite: vemos até um certo ponto, medimos com uma certa precisão e não além. Mesmo que os avanços da tecnologia permitam que a precisão de nossas medidas aumente, a informação que temos do mundo será sempre limitada. Em outras palavras, além do círculo do conhecimento -que sempre cresce- existe a escuridão do não saber.

TEORIA FINAL Voltando então à teoria final, é claro que se chegarmos a ela teremos conhecimento completo de todas as partículas de matéria e de como interagem entre si. Mas como poderemos ter certeza que, além do círculo, não existem efeitos ainda não previstos por essa teoria "final"? Visto que não podemos ter conhecimento completo sobre o mundo, jamais poderemos confirmar se essa teoria final é mesmo final, ou apenas mais um passo em direção a uma compreensão do mundo.
Certamente, unificações parciais são possíveis: existem já exemplos dela na física, como o eletromagnetismo (eletricidade + magnetismo). Experimentos que estão ocorrendo no Centro Europeu de Física Nuclear (CERN), na Suíça, podem até revelar sinais de que algumas das unificações propostas são viáveis. Mas uma unificação total e final não pertence ao empirismo que define as ciências físicas.
Quando menciono essas ideias, às vezes me dizem que estou sendo derrotista. Não é nada disso. Claro que devemos sempre continuar a buscar por descrições mais simples e completas do mundo natural. Essa é a função da ciência. O que me preocupa é o uso da noção de unidade de todas as coisas na física. Vejo nisso um esforço de equacionar a ciência com a religião e os cientistas a deuses que tudo sabem. As afirmações recentes de Stephen Hawking, de que a ciência hoje mostra que Deus é desnecessário, ilustram o meu ponto.
A ciência tem pouco a dizer sobre Deus ou sobre a fé. Sua missão não é tornar Deus desnecessário, mas proporcionar uma narrativa que explique da melhor forma possível como o mundo funciona. Dadas as limitações da sua estrutura -as hipóteses, aproximações e axiomas que usamos para basear nossas teorias-, sabemos, ou deveríamos saber, que a ciência não é completa e que o conhecimento do mundo também não. Precisamos de mais humildade em nosso confronto com o mundo.

ASSIMETRIAS O que aprendemos nas últimas quatro décadas é que são as assimetrias que estão por trás das estruturas que encontramos no Universo. Da origem da matéria à origem da vida, devemos nossa existência às imperfeições da natureza. Tomemos como exemplo a enigmática "quiralidade" das moléculas orgânicas. O termo vem da palavra grega para "mão".
Várias moléculas são quimicamente idênticas (os mesmos átomos), mas aparecem em dois tipos, um sendo a imagem no espelho do outro, tal qual as nossas mãos. Como Pasteur revelou há 150 anos, a vida prefere moléculas com um arranjo espacial bem específico. Hoje, identificamos que os aminoácidos que constituem as proteínas em seres vivos são todos "canhotos", enquanto os açúcares que compõem o DNA e o RNA são "destros".
Já ao serem sintetizados no laboratório, tanto os aminoácidos quanto os açúcares aparecem em misturas com 50% de cada tipo. Portanto, das duas opções, a vida escolhe apenas uma. Ninguém sabe por quê. Talvez, como sugeri num artigo recente com meus alunos, a escolha da quiralidade dependa das interações que ocorreram entre a química primitiva e o meio ambiente terrestre há 4 bilhões de anos. Se a vida existir em outros planetas, poderá ter quiralidade oposta à vida na Terra.

IMPERFEIÇÕES Ao evoluir, a vida só sobreviveu devido às mutações genéticas, que podemos interpretar como imperfeições do ciclo reprodutivo. Sem elas, os organismos não poderiam ter sobrevivido às várias mudanças ambientais que ocorreram na Terra. A complexidade explosiva da vida terrestre, a transição de seres unicelulares a seres multicelulares, é um feito notável de adaptação.
Ao olharmos para nossos vizinhos planetários, encontramos mundos estéreis, muito provavelmente sem vida no presente. Talvez encontremos vida em outros sistemas estelares, onde planetas giram em torno de estrelas de vários tipos. Mas, pelo que aprendemos da história da vida na Terra, muito provavelmente essas formas de vida serão simples; seres unicelulares sem muita complexidade. Vida multicelular, em particular vida inteligente, será muito mais rara.
Mesmo que exista na nossa galáxia -e não podemos afirmar se sim ou não-, as distâncias são tão vastas que, na prática, estamos sós. Como ilustração, se quiséssemos hoje ir até a estrela mais próxima ao Sol, a Alfa Centauro, te-ríamos que viajar por 110 mil anos. Não temos nenhuma indicação concreta de que existem outras inteligências espalhadas pela galáxia. Infelizmente, relatos de encontros com alienígenas não apresentam provas convincentes. Estamos mesmo sozinhos, ao menos por um bom tempo.

MORALIDADE CÓSMICA A meu ver, essa revelação tem a força de redefinir nossa relação com nós mesmos, com a vida e com o planeta. Somos como o Universo pensa sobre si próprio.
Nada mau para uma espécie que tem apenas conhecimento limitado da realidade. Se a Terra é rara, se a vida é rara e se a vida inteligente é mais rara ainda, nós, seres no ápice da cadeia evolutiva, temos a obrigação moral de preservar a vida a todo custo. Após séculos em que a Terra e seus habitantes deixaram de ser o centro do cosmo, nós, humanos, voltamos a ter importância universal.
Não por sermos emissários divinos, ou porque o cosmo de alguma forma tem algum plano para nós. Nossa importância vem da nossa raridade, do fato de que somos produto de acidentes e imperfeições, da fragilidade da vida num planeta que flutua precariamente num cosmo extremamente hostil. Nossa importância vem do poder que temos sobre o futuro da vida. Vem porque representamos a consciência cósmica -ao menos nesta esquina do Universo.

Críticos modernos dizem que Einstein falhou por não ter incluído as duas outras forças fundamentais da natureza. Segundo eles, uma teoria unificada deve incluir todas as forças que regem o comportamento das partículas de matéria
O que me preocupa é o uso da noção de unidade de todas as coisas na física. Vejo nisso um esforço de equacionar a ciência com a religião e os cientistas a deuses que tudo sabem
Hoje, vejo a busca por uma teoria de tudo como uma ilusão, uma consequência da influência do monoteísmo no pensamento científico. Está na hora de criar uma nova estética para a ciência, baseada em assimetrias

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Anúncio de venda de cadáveres pela Internet horroriza bispos




O professor de anatomia alemão, Gunther von Hagens, está a ser novamente alvo de críticas da Igreja Católica, por ter anunciado a venda na Internet de cadáveres “plastinados”, uma técnica de preservação que inventou.

Von Hagens anunciou a intenção num documento enviado a dadores de corpos, clientes, fornecedores e amigos interessados, revelando que vai colocar à venda as suas controversas “plastinações” na Internet, a partir de 2 ou 3 de Novembro.

Vários bispos católicos já manifestaram a sua opinião, dizendo-se “horrorizados” coma  notícia, exigindo a proibição do negócio. “Não se pode deixar de quebrar este tabu”, escreveram, em comunicado, os bispos Baden-Wuerttemberg, Ulrich Fischer, e o presidente da Conferência Episcopal Alemã e Arcebispo de Freiburgo, Robert Zollitsh.

“A Alemanha não se pode transformar gradualmente numa plataforma de venda de cadáveres de seres humanos”, advertiram.
Segundo a imprensa alemã, o preço de  um cadáver “plastinado” pode custa mais de 69 mil euros, um tronco cerca de 56 mil euros e uma cabeça 22 mil euros.
Os bispos ainda acusasm von Hagens de “profanar cadáveres só para dar espectáculo, sob manto de ensinar medicina”.
O professor tornou-se famoso graças à exposição ‘Body Worlds’, onde corpos humanos e de animais “plastinados” exibiam cenas da vida real, por exemplo, montar a cavalo.
Alguns artigos, partes de corpos humanos e animais, estão já disponíveis para compra on-line, mas apenas para cientistas e peritos médicos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

LICITACAO DAS FUNERARIAS EM CURITIBA

A licitação para escolha das empresas que vão prestar serviços funerários em Curitiba nos próximos dez anos está emperrada há cinco meses. O problema se arrasta desde que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) abriu os envelopes com as propostas das participantes, no dia 7 de maio deste ano. Segundo o diretor de Serviços Especiais da SMMA, Augusto Canto Neto, várias funerárias entraram com ações na Justiça contra o processo e uma delas, que não foi revogada, impede que a concorrência prossiga.

A autora é a Funerária Vatica­­no, que entrou com um mandado de segurança na 4.ª Vara da Fazenda Pública pedindo o cancelamento da participação de 14 empresas e foi atendida pela juíza Vanessa Camargo. A Vaticano alega que as concorrentes não apresentaram toda a documentação solicitada pela prefeitura no edital n.º 18/2008 e não atendem ao item 6.1.1 do documento, que fala sobre instalações e equipamentos necessários. A SMMA está recorrendo da decisão. Se as 14 forem excluídas, restariam apenas 13 funerárias na licitação (27 foram habilitadas pela comissão especial da licitação). O número afetaria o regulamento do edital, que exige a participação de pelo menos 26 empresas.

Desde 1987, 21 funerárias atuam em Curitiba, em sistema de rodízio, sem nunca terem passado por um processo de licitação. No ano passado, o decreto n.º 699/2009, da prefeitura, reforçou a escolha aleatória, baixou o preço do aluguel das capelas mortuárias e abriu a possibilidade de que um número maior de empresas (inclusive de outras cidades) prestem o serviço.

Canto Neto conta ainda que, por querer seguir à risca o edital, algumas concorrentes foram excluídas por não numerarem as páginas da documentação, por exemplo. Mas a Justiça as reinseriu no processo. “Tudo isso atrasou a licitação. Quando abrimos os envelopes vieram as ações”, diz.

O diretor da SMMA alega que é de interesse das funerárias que a licitação siga sem resolução, já que as escolhidas terão de conceder uma contrapartida à prefeitura de, no mínimo, 4% sobre o faturamento bruto mensal (as empresas apresentaram propostas que variam de 4% a 18%). “O lucro de todas elas é de R$ 80 mil a R$ 100 mil por mês. A maioria propõe repasse de 10%. Para que uma pessoa vai querer perder R$ 10 mil por mês?”, questiona. Ele lembra que hoje a prefeitura faz o sepultamento de cerca de 1,5 mil indigentes e carentes por ano, e que jazigo e manutenção dos cemitérios municipais são custeados apenas pelo poder público. Portanto, o valor repassado pelas funerárias ajudaria no custeamento desses serviços.

O procurador judicial da Pro­­curadoria-Geral do Município, Saulo de Meira Albach, diz que a prefeitura tem a missão legal de licitar o serviço. Segundo ele, o objetivo da comissão de licitação é que várias empresas participem. “Por isso, o mandado [de segurança] é emblemático. É uma só funerária tentando tirar outras 14. Enquanto a ideia é justamente contrária. Queremos que exista mais concorrência”.

Outro lado

A diretora da funerária Vaticano, Milena Cooper, diz que “até onde sabemos, nosso mandado não impede que a licitação continue”. Ela cita que os itens 2.1 e 2.1.1 do edital determinam que exista uma funerária para cada 75 mil habitantes, o que, de fato, invalidaria a participação de somente 13. No entanto, Milena pontua que o edital permite classificar as empresas que atendem os requisitos necessários, e que a prefeitura poderia abrir nova licitação para contratação das empresas restantes. “A prefeitura só não acaba a licitação porque não quer. Concordamos plenamente que tem de existir a escolha, só não aceitamos que sejam habilitadas empresas que não atendem os requisitos”. A Procuradoria-Geral respondeu aos itens do mandado da Vaticano e aguarda decisão do recurso. “Acredito que a juíza, analisando com calma, nos dê parecer favorável”, diz Albach.

O procurador acredita que o impasse na licitação não deve ser resolvida antes do fim do ano. “São vários advogados envolvidos. Depois, a ação segue para o Ministério Público. Isso leva tempo”. Outra solução seria encampar o serviço funerário (que passaria a ser administrado somente pela prefeitura), o que já existe em cidades do interior do estado, como Londrina e Cascavel. “Necessitaria de uma série de atitudes, como realização de concursos públicos e licitação para compra de caixões. É algo para ser estudado. Se chegar em um impasse muito grande, a mudança do sistema é possível”, salienta Canto Neto.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CEMITERIO EM CAMPO MOURAO

Desde as primeiras discussões já se passaram dois anos, mas a previsão de conclusão do novo cemitério particular que o sistema Prever está construindo em Campo Mourão é apenas para julho de 2011. A expectativa é do diretor da empresa, Reginaldo Czezacki. Segundo ele, as obras estão dentro do previsto apesar do longo período entre a aprovação e o início da construção.
3
Foto tirada no início das obras do cemitério
Pelos cálculos da empresa, mesmo que o cemitério municipal São Judas Tadeu deixasse de ser usado pelos mourãoenses o novo local poderia ser usado por mais 150 anos. “Não posso dizer que será eterno, mas vai durar muitos anos”, diz Czezacki. Ele explicou ainda que 100 túmulos duplos do novo cemitério serão doados à prefeitura para que sejam entregues às famílias carentes. “Com isso vai acabar aquela coisa de fazer os sepultamentos na terra, o que vive dando problemas de contaminação do solo. Nós já doamos cinco enterros por mês, ou seja cinco famílias recebem todo o serviço funerário sem qualquer custo.”
O cemitério é apontado como o mais moderno do Estado e modelo em termos de controle de impacto ambiental. O diretor da empresa lembrou que apesar de seguir o modelo dos cemitérios parques, onde existe apenas o gramado e uma lápide na terra, cada sepultura é totalmente vedada. “Não tem qualquer contato com o solo, justamente para evitar que ocorra a contaminação do local. Os túmulos tem apenas uma entrada de ar, que tem um filtro biológico. Será totalmente ecológico”, completa.
s

Andamento da obra do cemitério do Prever hoje
Antes de iniciar as obras do novo cemitério, o Prever em parceria com uma construtora de Campo Mourão, participou da construção de um conjunto habitacional com 150 casas no Jardim Cidade Nova. “O lucro que vem do município a gente procura reinvestir no próprio município para gerar emprego e renda. Ainda temos um terreno ao lado de 15 alqueires que será construído algo. Além disso, ainda temos o projeto de construção de um prédio para a área médica”, acrescente Czezack.”
Ele lembrou que tanto a escolha do local, quanto do que seria construído em Campo Mourão partiu de um planejamento. “Procurávamos um lugar seguro, por isso precisava ser próximo do centro, não poderia ser muito afastado porque depois as pessoas vão fazer a visitação e temos de oferecer segurança a eles, não apenas interna no cemitério, mas também no translado. Ali no alto, ficou um lugar bom, a vista é bonita.” Ele ainda acrescentou que um cemitério era prioridade para Campo Mourão.
1
Maquete do novo cemitério parque de C. Mourão

NECROFILIA

Ele matou e estuprou a namorada, estava foragido, depois do enterro dela, ele arrombou o túmulo e estuprou a namorada novamente, tenho informações de que isso ocorreu no México.





quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Construção dos Cemitérios

A Igreja do Rosário no centro de Fortaleza, tem inumeros corpos sepultados no seu interior.
Até meados do Século XIX era costume enterrarem-se os mortos nas igrejas.

Para o saber médico-cientifico a decomposição dos cadáveres tornava os templos foco de doenças.
Assim para adequar a cidade às recomendações médicas, em 1848 foi edificado o primeiro cemitério público de Fortaleza, o São Casimiro, (em homenagem ao governador que autorizou a construção, Casimiro José de Morais Sarmento 1847 1848)  também chamado de Croatá, localizado no lado leste da atual Praça Castro Carrero.

Houve alguma resistência por parte dos segmentos religiosos em relação a medida, afinal o enterro nas igrejas era símbolo de status na verdade só eram enterradas nas igrejas as pessoas importantes, pois os humildes eram inumados pelo areal da cidade. 

Isso de certo modo continuou a ocorrer nos cemitérios , pois túmulos e mausoléus grandes e adornados com estátuas e esculturas passaram a ser erguidos, reafirmando o poder político ou econômico do falecido e de sua família.

Mesmo com a construção do cemitério a Igreja Católica conservou sua influência na “hora da morte”.
No São Casimiro havia uma área reservada e marginal para os que não professavam a fé católica ou atentassem contra os princípios desta (judeus, suicidas, etc).

Foi também construído um cemitério dos ingleses (para protestantes) vizinho ao São Casimiro, que era mantido pela firma de importação e exportação Singlehust & Co, de Henrich Brocklehurst.

Nos anos 1860 discutiu-se a necessidade de construir um novo cemitério, por diversos motivos: além de pequeno, o São Casimiro estava sendo soterrado pelas areia do Morro Croatá, estava muito próximo do perímetro urbano e por que lá estavam sepultados inúmeros coléricos.

Em 1866, mesmo inacabado, foi inaugurado o Cemitério São João Batista (seria concluído em 1880), para ali sendo lentamente removidos os mortos do Croatá.

O Cemitério dos Ingleses continuou a ser utilizado até ser demolido em 1880, para construção de armazéns e da estação da Estrada de Ferro Baturité. A partir daí foi destinada uma área nos fundos do São João Batista para sepultamento dos protestantes.

O São João Batista é um testemunho de que a divisão entre classes sociais que permeia a relação entre os vivos permanece na morte: da metade para frente estão os jazigos de classes dominantes, com peças sacras como anjos, colunas, crucifixos, além de jarros mausoléus e capelas feitas de mármore e granito importados da Europa; da metade para trás estão os falecidos de classes médias e populares.

E hoje...
Os cemitérios são empreendimentos capitalistas privados, acessíveis a qualquer um que possa pagar pelo serviço;
não existem restrições quanto à religião, nem à raça, nem à cor. Os jazigos são espaços homogêneos, uniformes, discretos, sem esculturas, nem capelas.
Tampouco tem nome de santo: é jardim, parque, bosque. Oferecem confortos como lanchonetes, restaurantes, sala de estar, espaço para eventos culturais, conexão com a internet, serviço de ambulatório, assistência médica e psicológica, capelas ecumênicas, e outras modernidades.   

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quem diz não gostar de dinheiro é geralmente uma falsa santidade

por Luiz Felipe Pondé, para a Folha

O que é mais importante na vida: ter ou ser? O que adianta ganhar o mundo e perder a alma? Para aqueles que não creem na alma, pode ser uma boa, não?

Se a vida não tiver sentido, quero passá-la num hotel cinco estrelas com uma mulher bonita do lado. E elas são caras. Amaldiçoados somos todos nós, mas é melhor ser infeliz com grana.

Sou do time de Nelson Rodrigues (em tudo): dinheiro só compra amor verdadeiro.

Uma forma fácil de você fingir que é legal é passar por alguém "superior" ao dinheiro. Eu, que sou um miserável mortal, confesso: adoro dinheiro. E confio mais em quem confessa que faria (quase tudo) por dinheiro. Desconfio de quem diz não dar valor ao dinheiro. Normalmente se trata de uma falsa santidade.

Os cínicos costumam dizer que perder a alma pode ser divertido se você tiver bastante grana.

Outros afirmam que só quem pode comprar tudo o que o dinheiro pode comprar sabe o que o dinheiro não pode comprar. Lembremos a excelente campanha publicitária do Mastercard "priceless": só quem tem Mastercard sabe o que não tem preço. Promessas de pobres sobre a própria integridade são bravatas.

Quando você não tem nada, é fácil dizer que não dá valor a nada.

Diante de questões como essas, gosto de citar uma passagem (supostamente verdadeira) da vida de Napoleão Bonaparte, o cavaleiro da modernidade.

Napoleão estaria conversando com o czar da Rússia sobre o futuro das relações entre a França revolucionária e a Rússia quando o czar disse (um tanto horrorizado com a "gula pelo poder" daquele falso imperador Napoleão, um reles novo rico): "Eu luto pela honra, o senhor luta por dinheiro". Ao que Napoleão teria respondido: "Cada um luta pelo que não tem".

Suspeito que muito do desprezo por dinheiro é na realidade falsa virtude. E falsa virtude é uma das qualidades humanas mais democráticas: todo mundo tem. É sempre chique você desprezar dinheiro e acusar de ganancioso quem não o faz. Mas a verdade é que dinheiro nunca é apenas dinheiro. Faz parte da estratégia da falsa virtude dizer que é.

Dinheiro traz consigo amigos, mulheres, poder, satisfação, emoções, restaurantes bons, reconhecimento, segurança, remédios, psicoterapia, tempo livre, cultura, arte, vida familiar estável, boas casas, lareiras, vinho francês, férias, bons hotéis, filhos felizes, mulheres generosas na cama, sorrisos largos, poesia, romances avassaladores em cenários paradisíacos, uma maior expectativa de vida.

Fala-se muito dos ganhos da ciência, mas estes só foram possíveis porque a indústria farmacêutica existe e ganha dinheiro "vendendo" mais expectativa de vida e daí reinveste na pesquisa.

Adultos infantis dizem: "Maldita seja a indústria farmacêutica!". Quero ver quando eles precisarem de remédios. Claro que grana não impede você de ter um câncer, mas pode garantir mais acesso à quimioterapia, a melhores hospitais e a médicos mais atenciosos. Claro que você pode deprimir numa BMW, mas ainda assim você estará numa BMW, não? Coitado de você, tão triste numa BMW...

Sou do time de Nelson Rodrigues (em tudo): dinheiro só compra amor verdadeiro. Só almas superficiais não têm um preço. Só elas não sabem de nossa tragédia: sempre estivemos à venda.

Haveria algo que dinheiro não compra? Amizade sincera, fidelidade, felicidade? Uma grande desgraça na vida é que, sim, você pode ter muita grana, mas não ter nada disso. Mas dificilmente a culpa será do dinheiro. Este sempre facilita as coisas e não o contrário.

A maior parte daqueles que falam mal do dinheiro é porque simplesmente não o tem. E aí está a falsa virtude, aquela mesma que atrapalha qualquer "crítica" verdadeira a um mundo miseravelmente submetido ao dinheiro.

Os que se afirmam livres do desejo pelo vil metal são os piores quando têm a chance de tê-lo. Só quem abre mão da própria vida está acima do dinheiro, o resto é conversa mole.

Dinheiro reúne em si todas as qualidades humanas. Brilha, emociona, trai, acumula, se vinga, projeta, constrói, destrói, oprime, esmaga, ergue, resolve e cria problemas, sufoca, faz respirar, faz chorar, faz promessas, mente.

Cheio de paixões, patético, como você e eu.

sábado, 2 de outubro de 2010

Quanto mais religioso, mais pobre tende a ser um país, diz pesquisa.

Quanto mais religiosos são os habitantes de um país, mais pobre ele tende a ser. Essa é a conclusão de uma pesquisa Gallup feita em 114 nações e divulgada no último dia 31 que mostra uma correlação forte entre o grau de religiosidade da população e a renda "per capita".
Correlação, vale lembrar, é um conceito traiçoeiro. Quando duas variáveis estão correlacionadas, tanto é possível que qualquer uma delas seja a causa da outra como também que ambas sejam efeitos de outros fatores.

Desde o século 19, a sociologia tem preferido apostar na tese de que a pobreza facilita a expansão da religião. "Em geral, as religiões ajudam seus adeptos a lidar com a pobreza, explicam e justificam sua posição social, oferecem esperança, satisfação emocional e soluções mágicas para enfrentar problemas imediatos do cotidiano", diz Ricardo Mariano, da PUC-RS.

"As religiões de salvação prometem ainda compensações para os sofrimentos e insuficiências desta vida no outro mundo", acrescenta.

O sociólogo, porém, lembra que há outros fatores: "A restrição à liberdade religiosa, ideologias secularistas e o ateísmo estatal dos países socialistas contribuíram para a baixa importância que sua população atribui à religião, como ocorre na Estônia, campeã nesta matéria, e na própria Rússia".

Já na Europa Ocidental, diz Mariano, "modernização, laicização do Estado e relativismo cultural erodiram bastante a religiosidade".

A grande exceção à regra são os EUA. Com uma das maiores rendas "per capita" do planeta, 65% dos norte-americanos atribuem importância à religião em sua vida diária. Tal índice é bem superior à média dos países mais ricos, que é de 47%.

Sem descartar um papel para as explicações sociológicas mais tradicionais, que chama de "fator ópio do povo", Daniel Sottomaior, presidente da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) aventa algumas hipóteses na direção contrária, isto é, de que a religião é causa da pobreza. "Ela promove o fatalismo e o deus-dará", diz.

Em certos lugares, notadamente alguns países islâmicos, ela desestimula a educação e impede a adoção do pensamento científico.

Além disso, afirma Sottomaior, "a religião não apenas não gera valor como sequestra bens, dinheiro e mentes que deixam de ser empregados em atividades econômicas e de desenvolvimento".

RELIGIOSOS

Para religiosos ouvidos pela Folha, é a riqueza que pode reduzir o pendor das pessoas à religiosidade.
Segundo o padre jesuíta Eduardo Henriques, "a abertura a Deus é inversamente proporcional à segurança oferecida pela estabilidade econômico-financeira, com exceções, é claro. Espiritualmente falando, os pobres tornam-se sinais mais eloquentes de que ninguém, pobre ou rico, basta a si mesmo. Por isso Jesus chamou os pobres de bem-aventurados".

Já para o pastor batista Adriano Trajano, a pesquisa mostra que quanto maior for o estado de pobreza e pouco desenvolvimento econômico no país, "maior será a busca por subterfúgios sobrenaturais, pois a religião tem esse poder de transportar o necessitado a um mundo de cordas divinas". "Que a religião desempenha um papel importante nas sociedades, não há dúvida, resta saber até que ponto esse papel favorece a vida?", pergunta.

O teólogo adventista Marcos Noleto é mais radical: "Há uma incompatibilidade da fé prática com a riqueza. Assim como dois corpos não podem ocupar um mesmo lugar no espaço, na mente do homem não há lugar para duas afeições totais. Veja que Deus escolheu um carpinteiro e não um banqueiro para ser o pai de Jesus".