segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Empregado com bom astral melhora a produtividade

Hoje é um dia daqueles. Você discutiu com seu cônjuge antes de sair de casa.
Um motorista mal educado corta na sua frente. Você para para um cafezinho
antes do escritório e derrama café na gravata. Você chega ao trabalho de mau
humor.

Será que esses sentimentos negativos afetam a sua produtividade e o seu
desempenho pelo resto do dia?

Para muitas pessoas a resposta é sim, e por isso, tomar medidas para ajudar
os funcionários a começar o dia com o pé direito é algo que mais
organizações podem considerar.

Pesquisas recentes que fiz com Steffanie Wilk, professora associada da
Faculdade de Administração Fisher da Universidade Estadual de Ohio,
examinaram a relação entre o humor dos funcionários e o desempenho no
trabalho. Pedimos a profissionais de tele-atendimento de uma empresa do
índice Fortune 500 que registrassem seu estado de humor no início do dia e
diversas vezes durante o dia, por um período de três semanas. Depois de
levar em conta o temperamento natural de cada funcionário e o estado de
espírito dos clientes que atenderam, encontramos evidências de que há
círculos viciosos e círculos virtuosos, dependendo de como os atendentes se
sentiam no início do turno.

Especificamente, os atendentes que estavam felizes no início do dia
geralmente continuavam assim ao longo do dia. Eles tendiam a sentir-se com
um humor mais positivo depois de conversar com os clientes, e em resultado
atendiam melhor nas chamadas subsequentes.

Os que vinham trabalhar sentindo-se infelizes, por outro lado, tendiam a se
sentir pior depois de interagir com os clientes, o que por sua vez levava a
um declínio de mais de 10% na produtividade, pois tinham que fazer mais
intervalos pequenos entre as chamadas para aguentar passar o dia.

O que as empresas podem aproveitar dessa pesquisa? Nossos resultados sugerem
que para melhorar o desempenho, é fundamental tanto reconhecer como
redefinir o humor negativo que os funcionários trazem para o trabalho. Ao
mesmo tempo, reforçar o bom humor - digamos, oferecendo biscoitos numa sala
de descanso - pode trazer uma melhoria na qualidade do trabalho. O gestor
pode concentrar-se mais em minimizar os humores negativos, ou em reforçar os
positivos, dependendo de qual objetivo - produtividade ou qualidade - é o
mais importante.

Muitas organizações presumem, erradamente, que os funcionários que têm que
lidar com coisas estressantes como trânsito ou problemas familiares podem
simplesmente deixar suas emoções na porta. A maioria não consegue. Mas há
medidas que tanto funcionários como empregadores podem adotar para modificar
o mau humor que compromete o desempenho no trabalho.

Os funcionários podem modificar por sua própria conta um astral negativo,
criando a chamada "transição intencional". Isso pode significar parar para
um café, ouvir uma música favorita ou escolher um caminho mais agradável até
o escritório. Como nossos resultados demonstram, isso é mais que uma
estratégia para sentir-se bem - é algo que pode definir o cenário para
causar uma boa impressão no trabalho.

Os líderes e gestores, por sua vez, podem fazer a sua parte, criando
transições positivas para a equipe no início do dia de trabalho. Podem, por
exemplo, fazer uma rápida reunião de motivação com o pessoal todas as
manhãs, ou mandar um e-mail para cada funcionário com um pensamento, um
objetivo ou um comentário em tom positivo.

Assim, pense em criar uma cultura no local de trabalho que incentiva a
começar o dia de uma forma positiva. É algo que pode dar dividendos tanto a
curto como a longo prazo (Rothbard é professora associada de administração
na Faculdade Wharton, da Universidade da Pensilvânia; Valor Econômico

‘Maçã podre’ pode destruir o ambiente de trabalho

10/26/11 9:27 AM
Por Robert Sutton | Especial para o The Wall Street Journal
Os funcionários esforçados costumam receber um monte de atenção dos patrões. Mas as maçãs podres deveriam merecer ainda mais.
Um volume crescente de pesquisas sugere que ter apenas alguns empregados desagradáveis, preguiçosos ou incompetentes pode arruinar o desempenho de uma equipe ou de uma empresa, não importando quão espetacular sejam os outros empregados.

Os maus funcionários distraem e arrastam para baixo toda a equipe e seus comportamentos destrutivos, tais como a preguiça, a raiva e a incompetência, são muito contagiosos. Os líderes que deixam algumas maçãs podres entrar – talvez em troca de favores políticos – ou fazem vistas grossas quando os funcionários são rudes ou incompetentes estão armando um cenário inevitável em que mesmo os profissionais mais hábeis da equipe falharão.

É crucial que os líderes filtrem essas maçãs podres antes de serem contratadas, e se alguma escapar no processo de peneiragem, os gerentes não devem medir esforços para reformá-los ou (se necessário) despedi-los.

É fácil entender por que gerentes preferem se concentrar em atrair e desenvolver funcionários “superstars”. Várias pesquisas mostram que as estrelas e gênios podem produzir resultados surpreendentes. E, obviamente, é mais divertido e inspirador se concentrar em alguém com alto desempenho e cheio de energia.

Mas estudos de áreas que vão desde relacionamentos românticos a relações no ambiente de trabalho mostram que as interações negativas podem ter um impacto imensamente maior do que as positivas. A razão é simples: “Ruim é mais forte do que bom”, como prega o psicólogo Roy Baumeister e seus colegas. 

Os pensamentos, sentimentos e desempenho negativos que eles geram nas outras pessoas são muito maiores e mais duradouros do que as respostas positivas geradas por colegas mais construtivos.

Considere a pesquisa sobre a influência de maçãs podres na eficiência de uma equipe realizada por Will Felps, R. Terence Mitchell e Byington Eliza. Eles examinaram o impacto dos membros de uma equipe pouco esforçados, pessimistas, inseguros, ansiosos, irritadiços e desrespeitosos. Um experimento de Felps descobriu que ter apenas um idiota ou preguiçoso no grupo pode fazer o desempenho geral cair de 30% a 40%.

Como podem as organizações se livrar dessas influências negativas? A maneira mais fácil, obviamente, é evitar a contratação de maçãs podres em primeiro lugar, e isso significa ter uma abordagem diferente na avaliação de candidatos a vagas.

Os meios usuais de triagem são muitas vezes fracos quando se trata de determinar se um candidato é uma maçã podre. Os candidatos podem ter ido para as melhores escolas ou podem ser charmosos e brilhantes durante a entrevista, disfarçando bem preguiça, incompetência ou maldade.

É por isso que uma das melhores maneiras de peneirar funcionários é ver como eles realmente trabalham em condições realistas. Akshay Kothari e Ankit Gupta usam essa abordagem. Quando contratam novos empregados para a Pulse, empresa de Palo Alto, Califórnia, que desenvolve aplicativos para leitura de notícias em smartphones e tablets, consideram as avaliações de colegas e superiores e fazem várias rodadas de entrevistas. Mas dizem que a estratégia mais eficaz é trazer os candidatos para um dia ou dois de trabalho freelance, quando desenvolvem uma tarefa simples.

Não só é uma oportunidade de ver de perto as habilidades técnicas dos candidatos, dizem Kothari e Gupta, mas também de conhecer a sua personalidade. Os dois executivos afirmam que houve vários candidatos que pareciam ótimos no papel e vieram altamente recomendados, mas que não foram convidados para preencher a vaga porque as fraquezas técnicas e interpessoais vieram à tona durante o processo de seleção.

Além de uma seleção inteligente, é importante desenvolver uma cultura que não tolera idiotas. As melhores organizações são explicitamente intolerantes com maçãs podres, deixando claro quais comportamentos são inaceitáveis no ambiente de trabalho e agindo de forma decisiva para preveni-los e detê-los.

Considere Robert W. Baird & Co., uma firma de serviços financeiros que acumula elogios como um ótimo lugar para trabalhar. A empresa é séria sobre a criação de uma cultura onde o desrespeito e o egoísmo são inaceitáveis. Eles chamam isso de “regra contra idiotas”.

A empresa começa dar dicas sobre sua política durante o processo de contratação, diz o diretor-presidente, Paul Purcell. “Durante a entrevista, olho nos olhos do candidato e digo: ‘Se eu descobrir que você é um idiota, vou demiti-lo’”, diz ele. “A maioria dos candidatos não se perturba com isso, mas de vez em quando um empalidece e nunca volto a vê-los, eles encontram algum motivo para desistir da vaga.”

Sutton é professor da Universidade Stanford e autor do livro ” Bom chefe, mau chefe – como ser o melhor e aprender com o que há de pior”.
Fonte: Valor Econômico via Fenacon

Emblemas de times viram moda em cemitérios de São Paulo

Os nomes José Avelino Sobrinho e José Avelino Irmão estão numa lápide do cemitério da Vila Alpina (zona leste). Pouco se sabe sobre a vida dos irmãos, mortos a tiros e enterrados em 10 de fevereiro de 2001. Só não há dúvida em relação a um fato: o time deles. Sobrinho, 58, era corintiano. Irmão, 55, palmeirense.

Numa mesma placa fúnebre estão os emblemas dos times sob a foto de cada um, o que revela uma prática que vem crescendo, segundo estudo do professor Fábio Mariano Borges, que leciona na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado).

A galeria 46 do ossário da Vila Alpina, onde estão os Avelinos, não é a única com distintivos. Numa olhada rápida é possível ver vários "defuntos-torcedores".
Borges, especialista em consumo, percorreu cinco cemitérios públicos da capital e constatou que as lápides são oferecidas nos enterros por vendedores, que dispõem de "books" de placas fúnebres, com opções de frases religiosas, imagens santas e, claro, insígnias de clubes.

Para o professor, o costume mostra que colocar o escudo de um time na lápide representa uma espécie de religião. Nos cemitérios, a simbologia do futebol divide espaço com ícones da igreja.

O pesquisador fotografou cerca de 400 escudos em sua pesquisa. Palmeiras, São Paulo, Corinthians e Santos aparecem representados. 



Fábio Mariano Borges/Divulgação
Lápides com distintivos do Corinthians e do Palmeiras, em homenagem aos mortos
Lápides com distintivos do Corinthians e do Palmeiras, em homenagem aos mortos

A ideia para o trabalho acadêmico surgiu no funeral da avó dele. "Mal enterramos o corpo e já apareceu o vendedor de lápides."

Ao ouvir familiares, Borges descobriu que o time de coração era também uma maneira de identificar o morto.

Ao mesmo tempo, diz Borges, é uma maneira leve e divertida para as famílias transgredirem a morte.

"Quem anda pelo cemitério vai parar nas lápides. É como se o defunto estivesse dizendo: 'oi, eu sou o fulano, palmeirense'", diz.

Outra constatação é o fato de ser uma prática em cemitérios públicos. "É um costume de pessoas de baixa renda. Não vi coisa parecida no cemitério do 

Morumbi, por exemplo". Em áreas nobres, há frases bíblicas ou poemas.

Vivos, os irmãos Avelino estariam em lados opostos hoje, no duelo entre Corinthians e Palmeiras que pode dar o título de campeão brasileiro ao alvinegro.

"Eram trabalhadores e só gostavam de futebol. Foram mortos por maldade", diz Marília, 26, filha de Irmão. O clichê "torcedor até a morte" foi seguido à risca pela família. Marília que o diga. "No domingo [hoje], eles 'vão' estar torcendo muito."