segunda-feira, 6 de junho de 2011

Inusitado: O cemitério feliz da Transilvânia


Sapanta, uma remota aldeia na Transilvânia ficou famosa por seu cemitério. O que torna este local tão diferente dos demais de sua natureza; é o fato de que nesta cidade o cemitério não é um local triste, com flores mortas, ar obscuro e lápides cinza.
O cemitério de Sapanta ganhou destaque por ser um local colorido e feliz. A felicidade atribuída ao lugar é percebida pelas cores fortes que compõem as pinturas que representam os falecidos.
O povo local tem por costume relatar a vida do parente que morreu através de imagens coloridas e poesias. O costume teve inicio com Ioan Stan Patras em 1935. De acordo com Christine Popp do New York Times, todos os membros da comunidade são mantidos vivos por meio das pinturas e dos epitáfios.
As representações chegam a ter até cinco metros de altura. A imagem do falecido ocupa a posição central em um universo de cores com significados bem específicos; o azul significa esperança e liberdade, o amarelo indica fertilidade, o verde está relacionado com a vida, o vermelho representa as paixões e o preto está associado com a morte inesperada.
As cores também contam um pouco da história de vida dos falecidos. Uma lápide com mais vermelhos mostra que a pessoa tinha paixão pela vida, já muito amarelo indica que o indivíduo deixou vários descendentes. As pinturas retratam cenas da vida cotidiana dos membros da comunidade, como um homem em um trator ou uma mulher batendo um tapete.
A vila apresenta cerca de 10 mortes por ano e os familiares destas pessoas dão continuidade a esta tradição peculiar que valoriza o trabalho artesanal e a vida dos que já habitaram aquele local.
A seguir a tradução do epitáfio de Patras (responsável pelo inicio dessa cultura):
Desde que eu era um garotinho
Eu era conhecido como Ioan Stan Patras
Ouça-me, companheiros
Não há nenhuma mentira no que eu vou dizer
Ao longo de toda minha vida
Eu não quis dizer mal a ninguém
Mas fiz um bom trabalho, tanto quanto eu podia
Para quem perguntou
Oh meu pobre Mundial
Porque era difícil viver nele