terça-feira, 7 de maio de 2013

Sepultamentos são suspensos em cemitério de São José dos Pinhais


Secretaria Municipal do Meio Ambiente afirma que há problemas com a documentação do Cemitério Caminho do Céu e MP-PR investiga denúncias de venda irregular de lotes. Empresa administradora nega que haja irregularidades

Os sepultamentos no Cemitério Caminho do Céu, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, estão suspensos desde segunda-feira (22). O espaço é particular e há problemas com a documentação, de acordo com o secretário do Meio Ambiente de São José dos Pinhais, Gastão Vosgerau.

A 4ª Promotoria de Justiça de São José dos Pinhais do Ministério Público do Paraná (MP-PR) informou que investiga também denúncias de que corpos foram retirados de terrenos pagos no mesmo cemitério para que outros fossem enterrados. O secretário do Meio Ambiente Gastão Vosgerau afirmou que teve conhecimento dessa denúncia na segunda-feira (22) e que o caso será investigado.

Uma recomendação foi feita pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) à Secretaria Municipal do Meio Ambiente na sexta-feira (19) para que ninguém fosse enterrado no local até que a situação fosse regularizada. A solicitação chegou à prefeitura na segunda-feira.

Segundo Vosgerau, a prefeitura havia pedido que a administradora do cemitério, Imobiliária Jardim Ltda, enviasse alguns documentos e fizesse alterações na fachada e nos banheiros. Como as medidas não foram adotadas, uma notificação foi enviada e o prazo para a manifestação terminou no último domingo (21). “De qualquer forma, os sepultamentos seriam suspensos temporariamente. Foi uma coincidência com a recomendação do MP”, disse o secretário.

Uma reunião entre representantes da prefeitura e do cemitério está marcada para a tarde desta terça-feira (23).

Vinte enterros, em média, são realizados por mês no Cemitério Caminho do Céu, de acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. O local localiza-se na zona rural do bairro Borda do Campo. Existem outros oito cemitérios na cidade, de acordo com o site da prefeitura de São José dos Pinhais.

Outro lado

O proprietário da Imobiliária Jardim Ltda, Vitor Lemos, afirmou que não há problemas com a documentação do Cemitério Caminho do Céu e que a prefeitura de São José dos Pinhais expediu todas as autorizações necessárias ao funcionamento.

Sobre as denúncias do MP-PR, ele negou que tenha ocorrido alguma irregularidade. Segundo Lemos, alguns lotes são alugados para empresas de planos de luto. Segundo ele, nesse caso, o tempo do contrato é 3 anos. Passado esse período, a família teria de comprar o lote ou retirar a ossada do local. Se isso não ocorre, os restos mortais são retirados do túmulo e colocados no ossuário do cemitério.

Cemitério paulista pesquisa opinião antes de inovar em velório

 
Antes de lançar inovações que poderiam não agradar o público que visita suas instalações, o Cemitério Pax, de Sorocaba (SP), decidiu lançar mão de uma ferramenta que costuma ser reservada às grandes corporações: contratou uma pesquisa de mercado. Durante o Dia de Finados, em novembro do ano passado, a consultoria Hello Research entrevistou 250 pessoas de diferentes religiões que visitaram o cemitério ecumêmico.
As salas do velório oferecem jardim privativo. Foto: DivulgaçãoNo lugar do restaurante, entrevistados sugeriram um café. Foto: DivulgaçãoEspaço para atendimento garante privacidade aos clientes. Foto: DivulgaçãoIluminação noturna do cemitério foi sugerida em pesquisa. Foto: DivulgaçãoServiço de decoração foi uma das propostas dos entrevistados. Foto: Divulgação
As salas do velório oferecem jardim privativo. Foto: Divulgação
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A intenção era descobrir como seriam vistas as novidades planejadas pelo cemitério, que pretendia oferecer uma estrutura para realização de velórios dentro do cemitério, o que não é usual no município.
Além de restaurante e floricultura, o projeto do Pax incluía o serviço de cerimonialista para cuidar de toda a parte burocrática e cerimonial do velório. Também estava incluso o serviço de concierge, que indicaria hotéis e serviços aos visitantes de outras cidades, como lavanderias, farmácias e táxis.
“Toda esta política de trabalho precisava ser validada para ver se as pessoas aceitariam ficar dentro do cemitério e como avaliavam os serviços”, explica um dos sócios da Agência Momm, Pascoal Fioravante, responsável pela contratação da pesquisa.
O levantamento constatou que as pessoas gostavam das ideias, mas queriam que o cemitério ficasse iluminado durante toda a noite. O restaurante, que ofereceria refeições, passou a ser uma cafeteria bistrô, com lanches rápidos. A floricultura foi aprovada, desde que tivesse um visual agradável, sem as tradicionais coroas.
Além de garantir a aceitação das mudanças, a pesquisa facilitou a produção da campanha publicitária do projeto, pois o perfil e os hábitos do público foram identificados com maior clareza. “Ficou claro que os clientes seriam homens e mulheres de 45 a 60 anos, da classe A”, explica.
Tendência
A opção do Cemitério Pax é uma demonstração de que contratar pesquisas de mercado não é privilégio das grandes companhias, e pode ser uma ferramenta útil para empresas de pequeno e médio porte definirem seus rumos estratégicos.
A Hello Research, que prestou o serviço para o cemitério, foi criada há três anos com o objetivo de não atender somente as gigantes do mercado, mas também os pequenos empreendendores.
Segundo o sócio fundador da Hello, Davi Bertoncello, cerca de 70% da demanda por pesquisas no Brasil vem de um grupo de 30 corporações de grande porte. Mesmo assim, ele vê potencial de crescimento para as companhias menores, que também precisam deste serviço, mas têm menos dinheiro para pagar. “Fazemos um esforço para atender também a este mercado”, afirma.
A empresa de pesquisas atende cerca de dez pequenas empresas ao ano, com projetos pontuais. Enquanto uma pesquisa de grande porte custa cerca de R$ 100 mil, empresas de menor porte podem conseguir o serviço por R$ 15 mil a R$ 20 mil na Hello Research.
A diferença, segundo Bertoncello, é que neste caso as pesquisas são feitas em amostras menores e a coleta de informações pode ser feita digitalmente. Outra diferença é que o tempo de resposta de questionários cai de 30 para 20 minutos, e sua complexidade é menor.
Mesmo com estas limitações, o empresário defende que as pesquisas são eficazes para ajudar as empresas a tomarem decisões. A chave para isso é conhecer o público alvo, e avaliar se os produtos ou serviços oferecidos condizem com o desejo dos consumidores. “É uma forma de direcionar os investimentos com maior eficiência, sem apostar somente na intuição”, explica.

Há quase 40 anos cemitério público funciona sem licenciamento ambiental

Cemitério de Santo Antônio, em Porto Velho, foi fundado em 1975.
Prefeitura diz que estudos estão sendo realizados para iniciar revitalização.

 
Fundado em 1975, Cemitério de Santo Antônio não possui licenciamento ambiental (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)Fundado em 1975, Cemitério de Santo Antônio não possui licenciamento ambiental (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)
Funcionando no mesmo local há quase 40 anos, o Cemitério de Santo Antônio, o único público ativo de Porto Velho, nunca realizou o licenciamento ambiental da área para funcionamento. A promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público de Rondônia chegou a instaurar um procedimento referente ao problema, não havendo qualquer estudo ou plano de controle ambiental para o local. Com um projeto de revitalização, a Secretária Municipal de Serviços Básicos (Semusb) busca a regularização da situação para começar a captação de recursos e execução da obra. A prefeitura foi multada, há cerca de três anos, por contaminar um lençol freático na região, mas a secretaria não soube informar o valor da penalidade.
De acordo com o secretário da Semusb, Ricardo Fávaro, uma empresa deve ser contrata em breve para realizar os estudos necessários no local, exigidos no processo de licenciamento. “Tentamos fazer isso com pessoal próprio, mas não temos profissionais capacitados nesta área para isso”, explica Fávaro.
Após a descentralização das atribuições da Sedam, a própria prefeitura passou a ser responsável pela emissão do licenciamento ambiental do cemitério, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema), por se tratar de uma área de baixo impacto, de acordo com o órgão.
Segundo o coordenado municipal de controle ambiental, Marcelo Lucian Ferronato, o local onde o cemitério está instalado nunca passou por nenhum tipo de controle ambiental e para que seja licenciado, uma série de estudos devem ser realizados.
 
Estudo da fauna, flora e lenções freáticos, impacto de vizinhança e um plano de controle ambiental são alguns dos que serão realizados. No decorrer no processo, novos estudos poderão ser solicitados, de acordo com o resultado de cada um. “Estes estudos é que vão caracterizar o local, os impactos que serão provocados e de que forma poderão ser minimizados”, explica Ferronato.
A Semusb garante que tem ciência da situação do local e que diversos estudos já estão sendo realizados. “O cemitério fora dos padrões ambientais é um dos maiores contaminadores. Os impactos nós sabemos que são monstruosos, mas nós temos que saber que medidas teremos que tomar para diminuir estes impactos”, diz o secretário.
Após a conclusão dos estudos e com o cemitério devidamente licenciado, o projeto de revitalização do Santo Antônio deverá ser posto em prática. “Para o ano que vem a gente consegue fazer um cemitério muito mais bonito. Para quem tem um parente ali, é complicado ver o abandono. A intenção é de que seja um local de visitação e que as famílias saiam de lá menos tristes”, diz Ricardo Fávaro.
O projeto prevê a construção de novos ossários, que deverá ser acoplado no próprio muro de cemitério, onde deverão ser depositados os restos mortais de indigentes ou de pessoas em que não houve o interesse da família em manter um tumulo ou jazido.