segunda-feira, 27 de julho de 2015

Infestação de escorpiões preocupa Vigilância Epidemiológica em Passos

Vistoria em cemitério apreendeu 500 insetos em apenas 50 metros.
Número de pessoas picadas em 2015 já chega a 91 casos, segundo CCZ.


Uma infestação de escorpiões tem preocupado o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Vigilância Epidemiológica de Passos (MG). Desde o mês de janeiro até o momento, foram registrados 91 casos de pessoas picadas por escorpiões, ou seja, uma média de 13 casos por mês.
O balanço do órgão mostra que o número é bem maior que o do último ano.  Durante todo o ano de 2014 foram 99 casos de pessoas picadas na cidade. Neste ano, somente no cemitério da cidade, a equipe capturou 500 escorpiões em menos de 50 metros.
Segundo o CCZ, são registrados todos os dias cinco chamados para capturar escorpiões. Somente neste ano, 504 ligações foram feitas para o setor. O número de acidentes envolvendo os insetos também disparou. Em 2014, a Vigilância Epidemiológica registrou 99 casos, neste ano já foram registrados 91.
Incidência de escorpiões amarelos é registrada em escola de Joinville (Foto: Reprodução/RBS TV)Incidência de escorpiões amarelos é registrada
(Foto: Reprodução/RBS TV)
Ainda no CCZ, uma caixa de vidro não para de receber os escorpiões, o que preocupa o coordenador do Centro. “Em 2014 tivemos 800 apreensões o ano todo, agora estamos em julho e já passamos de 500, é um número bem crescente e preocupante. Recomendamos alguns cuidados, como jamais colocar a mão, tomar cuidado com crianças, olhar sempre sapatos e calçados e caso encontre algum inseto do tipo, entrar em contato com CCZ”, disse Osvaldo Rattis Junior.
O problema do cemitério é a arquitetura do local, que pode atrair baratas que, consequentemente, atraem os escorpiões. Para tentar resolver o problema,  o CCZ está fazendo uma vistoria no espaço. O trabalho deve durar pelo menos 10 dias. Entretanto, apesar da infestação, não houve nenhuma picada de insetos no cemitério.
De acordo com o CCZ, esse período do ano é ideal para a reprodução dos escorpiões, principalmente da espécie Titius Serrulatos, a mais comum em Passos. Os bichos foram encontrados até mesmo no IML da cidade, onde pelo menos 50 pessoas passam diariamente para fazer as perícias médias.
“Nossa maior preocupação é que vem crianças aqui fazer perícia e pode acontecer algum acidente, alguma levar uma picada, né?”, disse o auxiliar de legista, Edilson José de Paula Camargo.
Segundo a Vigilância Epidemiológica, esse escorpião encontrado em Passos é conhecido como escorpião amarelo. Ele é considerado o mais venenoso das 140 espécies encontradas no Brasil. A picada em crianças e idosos pode ser fatal.

Vagas nos cemitérios de Florianópolis chegam ao fim

Um ano depois do alerta de que restavam apenas 350 das 4.995 vagas nos 13 cemitérios municipais de Florianópolis, a situação piorou. Na sexta-feira (24), havia apenas uma vaga, localizada no cemitério.

Mandou cremar ossadas que afinal não eram as da filha



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Erro na identificação de cadáveres no cemitério da Póvoa de Santa Iria fez com que Maria José Colimão recebesse as cinzas da cremação de um corpo não reclamado e não as da sua filha Mónica, falecida em 2000.


Maria José Colimão esteve sete dias convencida de que tinha cremado as ossadas da sua filha, Mónica, falecida em 2000. Mas um erro no cemitério da Póvoa de Santa Iria fez com que os restos mortais cremados, no dia 10 de Julho, fossem os de um corpo não reclamado e não os da filha, que não estava sepultada no local devido.

No dia 24 de Julho, Maria José devolveu a urna com as cinzas à Junta de Freguesia da Póvoa e Forte da Casa, que acusa agora de não lhe ter dado conta do sucedido. Este é apenas mais um momento triste dos últimos 20 dias que Maria José classifica como "horríveis". Foi uma amiga, Betina, que lhe ligou a dizer que tinha visto o caixão da sua filha ainda no cemitério, sete dias depois de Maria José ter levantado as ossadas e recebido a urna com as cinzas da cremação.

Na campa 737 do cemitério da Póvoa de Santa Iria, em Vila Franca de Xira, era onde deveria estar o corpo de Mónica, que morreu aos 20 anos, em Espanha, vítima de tumor cerebral. Mas no segundo levantamento das ossadas, a 10 de Julho, onde Maria José não esteve para evitar a comoção, o corpo que foi entregue para cremação foi o de um cadáver não reclamado, seguindo depois para o jazigo da família.
Três dias depois, a vizinha Betina, que foi levantar as ossadas da mãe, descobriu igualmente que o corpo da sua mãe não estava no local correcto e, ao abrir várias campas, à terceira reconheceu o caixão de zinco em que Mónica tinha sido sepultada. O coveiro confirmou que se tratavam dos restos mortais de uma jovem que tinha vindo de Espanha.
Passando a própria dor, Betina avisou os funcionários da junta. Dias depois, vendo que a junta de freguesia não avisou Maria José, telefonou-lhe a explicar o sucedido. Esta foi imediatamente pedir satisfações ao presidente da junta Jorge Ribeiro, pois já se sabia do erro há, pelo menos, sete dias e nada foi feito.
"Quanto a mim foi ocultação, se não é ocultação o que é? Eles tomaram conhecimento no dia 13 e esperaram até dia 20 para serem confrontados com isso. Atentaram contra a dignidade da minha filha que, mesmo depois de morta, não foi respeitada. Estou a reivindicar os meus direitos para que não haja mais Maria Josés e mais Mónicas. Vou agora entregar as cinzas do corpo que me foi entregue já cremado", explicou Maria José a O MIRANTE, à porta do cemitério.
Acabou por ser o cunhado, Pedro Silva, a fazer a entrega das cinzas a uma funcionária, pois Maria José não teve forças para o confronto. Mas promete ir até às últimas consequências. "Acho inconcebível e uma falta de respeito que a junta tenha demorado sete dias a dizer-me o que se passava. Era para entrarem imediatamente em contacto connosco, não para ter sabido por terceiros como soube. Tive de esperar duas horas pelo presidente e não receber qualquer pedido de desculpas. Foi de uma frieza indescritível", afirmou.
Maria José, de 66 anos, sente-se como num pesadelo, tendo de se forçar a ir reconhecer, no dia 22 de Julho, o corpo da filha para a voltar a enterrar, pois o cadáver ainda não podia ser cremado devido ao efeito retardante da quimioterapia. "Continuo a acordar a meio da noite e não consigo dormir, mas vou levar a minha luta até ao fim", desabafa.
A O MIRANTE, o presidente da Junta, Jorge Ribeiro, confirma que já decorre um inquérito. "Já tratámos do assunto com a família, tudo o que foi solicitado foi atendido e está, neste momento, a desenrolar-se um inquérito. Não tenho nada mais a dizer", afirmou. Entretanto, Maria José foi já ressarcida pela junta dos cerca de 200 euros que gastou com a cremação daquele que pensava ser o cadáver da sua filha.