quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Retroescavadeira é usada em enterro e revolta família: 'Falta de respeito'


Caixão foi danificado e máquina quebrou muro de cemitério em Areiópolis.
Segundo a prefeitura, serviço foi necessário porque coveiro está de férias.

Parentes de um homem enterrado em Areiópolis (SP) na última quinta-feira (13) ficaram revoltados com o uso de uma retroescavadeira para abrir e fechar uma cova no cemitério da cidade. Amigos da família estão indignados e gravaram um vídeo que mostra a situação. As imagens foram divulgadas nesta segunda-feira (17). (Veja o vídeo acima)
Com uma máquina, funcionários do Cemitério Municipal de Areiópolis abriram a cova para enterrar o corpo. Segundo relato de parentes, a retroescavadeira foi usada, pois o coveiro está de licença. "As pessoas que estavam presente diziam: 'Nossa, nunca vi isso. Foi uma irresponsabilidade e falta de respeito com o próximo", comenta o pedreiro Alexander Rogério da Silva.

Máquina foi usada para enterrar homem em Areiópolis (Foto: Reprodução/TV TEM) 
 
Máquina foi usada para enterrar homem em
Areiópolis (Foto: Reprodução/TV TEM)
Para entrar com a máquina no cemitério, foi preciso quebrar o muro e algumas pedras, que se misturaram com a terra e danificaram o caixão. Algumas pessoas ficaram indignadas e decidiram desenterrar o caixão e levar para outra cova. 
Os parentes da vítima não quiseram registrar boletim de ocorrência e ainda arcaram com todas as despesas do velório e do enterro. A empresa que presta este tipo de serviço diz que ofereceu todo apoio necessário – inclusive forneceu um caixão novo – e que a responsabilidade dentro do cemitério é da prefeitura.
Já o prefeito de Areiópolis, Amarildo Garcia Fernandes, confirmou que o coveiro da cidade está de licença, mas garantiu que outro funcionário faz o serviço quando necessário. Sobre o uso da máquina, irá apurar de quem foi a responsabilidade. “Nunca vi na história da cidade um fato dessa natureza e isso me entristeceu muito. Agora cabe a nós apurar a responsabilidade de quem cometeu essa falha, que eu entendo ser desumana.”

VIDEO

 

Sem espaço em cemitério, ossos são retirados de túmulos sem autorização

Familiares não foram avisados sobre venda de sepulturas, em Itirapina, SP.
MP e Prefeitura apuram os casos; prefeito diz que cemitério será ampliado.

 

Famílias de Itirapina (SP) denunciam que os ossos de parentes enterrados no cemitério da cidade estão sendo retirados dos túmulos sem autorização. O local não tem mais espaço para novas sepulturas e, segundo os moradores, a Prefeitura está vendendo os locais para novos enterros. A reportagem do Jornal da EPTV flagrou restos mortais sem identificação em uma capela. O Ministério Público abriu inquérito para investigar os casos. O prefeito Zé Maria (PMDB) disse que as denúncias serão analisadas e que o cemitério será ampliado.
A dona de casa Luzia da Rocha e a filha Vilma da Rocha levaram um susto quando foram visitar o túmulo onde a cunha foi enterrada em 2007. O local estava com o nome de outra pessoa e,  inconformada, Luzia procurou o coveiro. “Falou que tinha sido vendido mesmo o tumulo e que a responsabilidade era da prefeitura. Que ele recebeu ordem, veio um fiscal da prefeitura, fotografou o tumulo e, em seguida, veio a ordem para retirar os ossos dela”, disse.
Ossos são colocados em sacos de lixo sem identificação em Itirapina (Foto: Felipe Lazzarotto/ EPTV)Ossos são colocados em sacos de lixo sem
identificação (Foto: Felipe Lazzarotto/ EPTV)
O pagamento da sepultura chegou a ficar atrasado por quatro meses, mas ela refinanciou a dívida e mostrou o carnê com as prestações. “Ele falou que o problema não era com eles. O problema era com a Prefeitura e que ele era funcionário e só recebia ordens”, afirmou.
Ossos em capela
Outra surpresa foi quando a família soube que os ossos foram trazidos para uma capela no cemitério e colocados em sacos de lixo.  Apenas um saco estava identificado com o nome de uma pessoa. “Falaram: Deve ser esse aqui. Não tinha nome, não tinha identidade, simplesmente jogados ali dentro”, reclamou Vilma.
A reportagem da EPTV foi até a capela e o coveiro abriu o saco e mostrou os ossos. “Como aqui não esta cabendo mais ninguém, não tem espaço nenhum para abrir nenhuma sepultura, se lá não constar que está pago, aí eles dão permissão para tirar”, disse o homem.
Como a gente vai saber quais são os ossos dela? Não tinha nome, não tinha identidade, simplesmente jogados ali dentro. (...) É muito triste, é muito desagradável o que a gente está passando"
Vilma da Rocha, dona de casa
“Como a gente vai saber quais são os ossos dela? Não tinha nome, não tinha identidade, simplesmente jogados ali dentro. Por sinal nem sabe qual destino vai ter. Ninguém soube responder para a gente o que vai acontecer na verdade. É muito triste, é muito desagradável o que a gente está passando”, lamentou Vilma.
A diarista Regina Célia da Silva enfrentou o mesmo problema e descobriu que o túmulo da mãe foi vendido porque as prestações estavam atrasadas. Os ossos também foram parar na capela do cemitério. Indignada, ela fez uma denúncia ao MP de itirapina, que abriu.
“A sepultura era minha e eles não falaram nada, não avisaram. Eu acho um descaso. A pessoa que mexe com isso, está mexendo com a morte, mas também está mexendo com a vida de outras pessoas. Setembro faz 14 anos que minha mãe morreu e eu não vou ter um lugar para levar uma flor, fazer uma oração.  Está chegando novembro, e  como eu vou fazer?”, questionou.
Para o advogado Guilherme Deriggi Goes, a prefeitura não deveria ter revendido os túmulos. “Caso a pessoa tenha atrasado essas parcelas, esse não é o meio mais viável para se cobrar o pagamento de uma dívida.  Deveria a prefeitura cobrar por execução fiscal ou através de penhoras no nome da pessoa, penhora de bens, negativar o nome, mas jamais retirar o túmulo de uma pessoa”, explicou.
Prefeitura
A reportagem foi  à  Prefeitura, mas a atendente disse que o prefeito não estava na cidade. Por telefone, o prefeito disse que os dois casos mostrados vão ser analisados. Ele informou ainda que já tem uma área, ao lado do cemitério, pronta para ampliação, mas precisa concluir o processo de licitação. O local terá capacidade para 450 túmulos, onde poderão ser enterrados os restos mortais que foram retirados das sepulturas.

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Cemitério em Angra dos Reis, RJ, descarta caixões com restos mortais

Quem mora perto diz que já flagrou até a queima de ossos.
Instituto Estadual do Ambiente (Inea) suspeita de irregulares.

O cemitério do bairro Belém, em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio, está descartando caixões com restos mortais. De acordo com o presidente da associação da moradores, Lair dos Santos Pereira, o cheiro forte começou há pouco mais de um mês e só estava aumentando.
"Eu vim detectar e detectei. Eles queimando os caixões com couro cabeludo, ali atrás. Bom, aí eu falei como rapaz que trabalha aqui no cemitério que não fizesse. Eles abriram um buraco pelos fundos do cemitério, onde tem um manancial de água. Por acaso, eu entrei no cemitério e me deparei com dois caixões, aí falei: 'Eles vão colocar fogo nesse caixão aqui, estão queimando, continua'. Fui abrir e tinha dois corpos. Eu me assustei, eu chorei, fiquei indignado com a falta de respeito com o ser humano", reclamou.
Área onde caixões são descartados fica atrás do cemitério (Foto: Reprodução/TV Rio Sul) 
 
Área onde caixões foram descartados fica
atrás do cemitério (Foto: Reprodução/TV Rio Sul)
As fotos foram tiradas pelos moradores nos fundos do cemitério. Os caixões não estão mais no terreno. Mas ainda ficaram coroas de flores. Depois que as imagens começaram a circular nas redes sociais, o secretário de obras, Luiz Antônio Dias, decidiu ver o que estava acontecendo no cemitério. Ele diz que esse é um procedimento normal quando as covas e ossários precisam ser liberados para outros corpos.
"Os cemitérios tem um local chamado ossário geral, que é um local exatamente para armazenar os ossos das pessoas que os familiares não reclamam. De tempos em tempos, esses ossos são encaminhados para incineração. Ocorreram duas exumações, os dois caixões foram levados para onde fica o ossário. Enquanto foram pegar um outro, alguém entrou, abriu um caixão e fez imagens", explicou.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) suspeita de irregularidadess. Há três semanas os fiscais já tinham encontrado roupas e restos mortais no terreno em frente ao cemitério e em outro local.
"A própria ação do Inea há três semanas atrás já havia identificado isso. Algum material que sai do cemitério possa estar sendo jogado aqui. Restos de sapatos dos mortos, roupas, mechas inteiras de cabelos, com couro cabeludo. Uma coisa deprimente, hiorrível", disse o superintendente do Inea, Roberto Félix.

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