segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Mercado pet movimenta R$ 18 bi e tem até cemitério

Sepultamento custa R$ 1.300 e tem de tudo, inclusive transmissão pela internet para “familiares”

A convivência com os animais de estimação está mudando os hábitos dos humanos, entre eles os de consumo. Não por acaso, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) registrou um movimento de R$ 18 bilhões no ano passado, 7,8% a mais do que em 2014, em plena crise econômica. Até na hora de se despedir do companheiro de quatro patas o comportamento mudou, e cada vez mais “pais”, “mães” e “irmãos” humanos buscam os cemitérios para animais de pequeno porte, que podem oferecer o sepultamento ou a cremação.
“Quando eu era criança não tinha nada disso. Cachorro comia as sobras. Hoje tem uma alimentação balanceada. Acho altamente positivo, uma demonstração de evolução da nossa civilização”, avalia o servidor público Luiz Gomes Martins, 62, que utilizou os serviços de cremação do Bosque das Águas Claras, um cemitério e crematório de pequenos animais que fica em São Sebastião das Águas Claras (Macacos), distrito de Nova Lima. Existem mais opções de sepultamento e crematório de animais em Betim e Igarapé, na região metropolitana, e em Itabirito.

Os preços de cremação individual variam de R$ 700 até R$ 1.230, de acordo com o peso do animal, até 50 kg. No caso do sepultamento, o valor é único, R$ 1.300, mas há uma taxa de manutenção anual de R$ 130. Entre os serviços incluídos nesses valores estão o traslado, o velório, o certificado de cremação ou sepultamento e o memorial online, além da urna simples ou pingente para as cinzas, no caso da cremação. “Foi muito importante o serviço de traslado, porque fiquei atônito quando minha cachorrinha morreu. E achei o preço bem acessível”, afirma o estudante de direito Pedro Neto, 23, que já cremou dois “irmãos”, como ele denomina, no Bosque das Águas Claras.

O cliente também pode optar por transmitir o velório pela internet para que “familiares” distantes que não puderam ir até o cemitério vejam o ritual.“Tenho clientes que fizeram o velório toda uma manhã, e vieram oito membros da família”, conta a sócia-administradora do Bosque das Águas Claras, Nilceia Lage.

Os itens opcionais podem fazer com que o preço inicial tenha um incremento de até 30% no valor inicial do serviço, segundo Nilceia. Os clientes podem escolher modelos diferenciados de urnas para as cinzas, de caixões e de pingentes, nos quais uma parte das cinzas são depositadas.
Economia. A cremação coletiva é mais econômica e varia de R$ 280 a R$ 660 para animais até 50 kg. Ele também inclui o traslado, velório, memorial online, certificado. Porém, nesse caso, não é possível separar as cinzas. O plano funerário é outra alternativa mais econômica já que permite o pagamento em dez parcelas mensais.

Espaço evita contaminação

A preservação ambiental motiva a procura pelos cemitérios de animais. “Temos que ter uma preocupação com o meio ambiente e evitar contaminação”, diz a psicóloga Heliane Gomes de Azevedo, 53, que cremou a cadela Lili e ainda tem mais sete cachorros.
“Mesmo quem tem espaço pode repensar se vai enterrar um animal no quintal. Isso pode contaminar um lençol freático”, explica a sócia-administradora do Bosque das Águas Claras, Nilceia Lage. (LP)

Investimento foi de R$ 2 mi

O investimento para a criação do cemitério e crematório de pequenos animais Bosque das Águas Claras foi de R$ 2 milhões. O empreendimento começou a ser construído há cinco anos, mas só iniciou suas atividades em outubro do ano passado. “Demorou porque precisávamos de várias licenças ambientais e alvarás”, explica a sócia-administradora do Bosque das Águas Claras, Nilceia Lage.
“O mercado de pet é uma tendência que veio para ficar. A relação das pessoas com seus animais mudou”, afirma Nilceia. Segundo a proprietária, mesmo com a crise, o empreendimento está no azul e fatura o suficiente para cobrir as despesas mensais. “Imaginamos que de um ano e meio a dois anos teremos retorno do investimento”, diz.
Nova vida. Nilceia abriu mão de uma carreira como bibliotecária e professora de pós-graduação para apostar no mercado pet. “Tinha um salário bom, benefícios, mas em uma área que eu não acreditava mais. O Google acabou com o trabalho da bibliotecária. Já esse mercado está em ascensão, muita gente ainda não conhece, mas quem já esteve aqui ficou satisfeito”, afirma.

Mais de 60% dos espaços em cemitérios estão inadimplentes


cemiterio

Mais de 60% das 50 mil sepulturas de Foz do Iguaçu estão inadimplentes, de acordo com informações repassadas pela Divisão de Serviços Funerários. Os parentes das pessoas sepultadas no município devem pagar anualmente a quantia de R$ 81,19. O valor é reajustado uma vez por ano o que, segundo a Divisão, não vem acontecendo há algum tempo. A quantia é destinada à manutenção dos cemitérios. Além das sepulturas, os ossários de cada cemitério já possuem restos mortais de pelo menos 25 mil pessoas. Desde 2012 quem compra uma sepultura tem obrigação de efetuar o pagamento da taxa anual. De acordo com o diretor da Divisão de Serviços funerários,  Edilson Novaes, “a lei entrou em vigor em 2012, antes dela, as pessoas que não pagassem a taxa perdiam a sepultura em 10 anos. Com a lei, o prazo de tolerância da inadimplência cai para três anos dando perda a pessoa responsável. “O lote então será vendido para outro”, explica. (Reportagem: Da redação / Fotografia: Kiko Sierich)

Prefeitura estuda instalar câmeras em cemitérios paulistas


A família do escritor Monteiro Lobato classificou a violação do túmulo como um "desrespeito".
Por Marli Prado Ulprist 21/08/2016 - 12:45 hs
Foto: Reprodução
Prefeitura estuda instalar câmeras em cemitérios paulistas
É desagradabilíssimo", disse Rodrigo Monteiro Lobato (78), neto do escritor

A Prefeitura da cidade de São Paulo cogita a instalação de câmeras de segurança e uma central de monitoramento com equipe para fiscalizar e guardas-civis metropolitanos (GCM) dentro do Cemitério da Consolação devido às várias reclamações de furtos e até mesmo a instauração de um inquérito no Ministério Público Estadual (MPE).
Uma denúncia foi feita pelo Movimento de Defesa do Cemitério da Consolação (MDCC) e do vereador Nelo Rodolfo (PMDB) por violação de túmulos e na última terça-feira (16) um inquérito foi instaurado.

A ação foi movida porque um jardineiro autônomo teria encontrado há três meses restos mortais dentro de uma caixa com a seguinte inscrição "Monteiro Lobato". O material foi recolhido pela Guarda Civil Metropolitano (GCM). O Serviço Funerário negou qualquer violação nos túmulos do cemitério.

A família do escritor Monteiro Lobato classificou a violação do túmulo como um "desrespeito" e disse não saber da denúncia apurada pelo MPE de que os restos mortais do escritor teriam sido achados fora do jazigo.
"Tivemos notícias de roubos da parte do bronze, mas de violação nunca se soube de nada. Não sei como não existe uma prevenção para isso. É desagradabilíssimo", disse Rodrigo Monteiro Lobato (78), neto do escritor.

O Ministério Público também investiga constantes queixas de furtos de portas de bronze e de objetos externos dos túmulos e má administração do crematório da Vila Alpina e de outros cemitérios.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo feita na quarta-feira (17) a Prefeitura cortou, em 2016, praticamente metade dos gastos com manutenção e limpeza dos cemitérios. O orçamento caiu de R$ 25,7 milhões, em 2015, para 14,8 milhões em 2016.