segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Casamento entre cadáveres está na moda na China

Diz a tradição chinesa que homens solteiros com mais de 12 anos não podem ser enterrados sem uma mulher. Uma tradição que faz movimentar muito dinheiro e levou à união de Yang Xin Hua e de Li Na, no passado dia 18, de acordo com o jornal brasileiro «Estadão».

Yang morreu vítima de acidente de trabalho há dois anos. Desde então a família procurava o corpo de uma mulher que se pudesse unir a Yang no além. Uma busca que terminou no mês passado, quando Li morreu de complicações cardíacas, aos 22 anos. Os pais de Li concordaram com o casamento em troca de um «dote» de 100 mil yuans (mais de 11.500 euros).

A tradição de casar mortos na China foi duramente reprimida durante os anos de maoismo e da Revolução Cultural (1966-1976). Depois disso renasceu e nos últimos anos tem vindo a ganhar mais popularidade. 

A prosperidade económica e o dinheiro movimentado pela indústria do carvão em províncias como Shaanxi inflacionaram este mercado. O preço do corpo de uma mulher jovem pode chegar aos 200 mil yuans (mais de 23 mil euros).

Para se entender a importância desta tradição, segundo a qual se um homem solteiro com mais 12 anos for enterrado sem mulher trará azar à família, entendam-se os valores praticados. Os 100 mil yuans que desembolsou pela noiva do filho equivalem a cinco vezes a renda anual do camponês Yang Yu Lin, de 55 anos. 

Apesar dos altos preços praticados, não é fácil encontrar uma «noiva cadáver» num curto período de tempo. Por isso, muitos casamentos ocorrem muito tempo depois da morte. 

No caso de Yang Xin Hua, os pais exumaram o corpo. No dia do casamento, os noivos utilizaramm roupa adequada. Na nova sepultura foram colocados objectos do quotidiano, como pratos, talheres, pentes e espelhos.