terça-feira, 23 de junho de 2015

Cheiro de ente querido que faleceu pode virar perfume

Conservar em um frasco o cheiro do ente querido que morreu ou está momentaneamente ausente deixará de ser impossível com os perfumes elaborados por uma empresa francesa a partir do aroma deixado nas roupas. Katia Apalategui teve esta ideia há sete anos após perder o pai. "Comentei com minha mãe e disse: sabe de uma coisa, eu também sinto falta do cheiro e não quis lavar a fronha de seu travesseiro", conta à AFP esta agente de seguros de 52 anos.
Após inúmeros esforços, contactou a Universidade de Le Havre (noroeste da França), que desenvolveu uma técnica para reproduzir o odor humano. "Pega uma roupa da pessoa, extrai o odor - o que representa mais de 50 moléculas - e o reconstitui em forma de perfume dissolvido em álcool após quatro dias", explica Géraldine Savary, docente nesta universidade.
O filho de Katia Apalategui, estudante de administração de empresas, lançará o negócio em meados de setembro com a ajuda de um engenheiro químico. "Através das funerárias, propomos aos parentes enlutados um estojo com um pequeno frasco com o cheiro do falecido, recolhido de alguma roupa que tenham nos fornecido", explicou Apalategui.
"É algo feito sob medida, algo íntimo, que custará 560 euros", disse, classificando seu produto de consolo olfativo que se somará a fotografias, vídeos e outras lembranças da pessoa. A empresa, que também espera poder se implantar em outros países, não quer se limitar ao setor fúnebre, e se voltará a outros mercados como, por exemplo, o de São Valentin ou o de crianças afastadas por alguma razão de seus pais.
Le HavreFrança

Ex-funcionário de funerária particular conta detalhes de esquema ilegal


Esquema tira dinheiro de pessoas que precisam enterrar parentes em SP.
Ex-funcionário afirma que pagava propina para servidores públicos.


Depois que o Jornal Hoje mostrou um esquema que tira dinheiro de pessoas que precisam enterrar um parente em São Paulo, surgiram novas denúncias. Um ex-funcionário de uma funerária particular contou os detalhes de como pagava propina para servidores públicos.
Os atravessadores que abordavam as famílias nas entradas do IML Central e do Serviço de Verificação de Óbitos desapareceram. O servidor público Olávio de Fatimo Occhiuzzi, que ofereceu os serviços de uma funerária particular, já não trabalha mais na agência funerária. Ele foi transferido para uma atividade sem contato com o público e vai responder a uma sindicância.
Na segunda-feira (22), o Jornal Hoje mostrou um esquema ilegal para tirar dinheiro das famílias que precisam enterrar um parente em São Paulo. Atravessadores e funerários particulares oferecem serviços funerários que são de competência exclusiva da Prefeitura. Eles cobram a mais por isso das famílias e dizem que pagam propina para os servidores municipais.
Agora, surgiram novas denúncias. Um homem diz que foi ao serviço de verificação de óbitos e que lá atravessadores pediram dinheiro para liberar o corpo do irmão mais rápido. “Cobraram na faixa de R$ 6 mil, porque o caixão teria que ser grande”, relata.
Ele se recusou a pagar, procurou o serviço funerário e o enterro saiu por um preço três vezes menor. Porém, para liberar o corpo teve que dar dinheiro para o motorista do serviço funerário: “O motorista que levou o corpo para o velório cobrou mais R$ 200. Aí ele viu que eu fiquei nervoso e me cobrou R$ 50”.
A equipe do Jornal Hoje localizou em São Paulo um ex-funcionário de uma funerária particular que diz que participava ativamente de um esquema de corrupção dentro do serviço funerário da Prefeitura.
Ele afirma que era o encarregado de pagar propina para os servidores públicos. Como a funerária particular não pode, por lei, fazer enterros em São Paulo, ele conta que a cada sepultamento pagava caixinha, inclusive nas agências funerárias do município, que ele chama de mesa.
“Pagava direto na mesa, nas agências funerárias, pros motoristas e pros coordenadores de garagem, em torno de R$ 50 a R$ 100 na mesa, em dinheiro, sempre em dinheiro, dinheiro vivo. A empresa já dava esse dinheiro pra fazer o acerto”, afirma.
O ex-funcionário explica o que acontecia se não pagasse a propina: “O serviço não andava. Era a única forma que o serviço podia acontecer. Então, primeiro, pra eles se calarem, pra não falarem pra família que você tava fazendo um serviço que não era certo, que não era correto”.
Ele disse ainda que as famílias pagavam pelo enterro um valor bem maior que o cobrado pela prefeitura e deu exemplo. Pela tabela da Prefeitura, o funeral podia sair por R$ 2 mil. A funerária, então, cobrava da família R$ 5 mil. Assim, pagava o funeral que era feito pelo município e ainda tinha lucro.
“Era R$ 2 mil na Prefeitura e R$ 5 mil para a empresa, nessa faixa. Um lucro bom, de R$ 3 mil líquidos, em cada atendimento. É uma máfia extremamente organizada, sabe o que tem que fazer e exploram as pessoas no momento mais delicado, que é o momento do luto, sem sentimento, sem medo nenhum”, relata.
A atual gestão do serviço funerário de São Paulo declarou que vem trabalhando com a Controladoria Geral do município para enfrentar eventuais denúncias de funcionários públicos, desde que assumiu em janeiro do ano passado. O serviço funerário da Prefeitura disse ainda que várias ações estão sendo tomadas para informar a população sobre as competências dos diferentes órgãos públicos na hora de contratar um funeral, para evitar que as pessoas sejam exploradas por pessoas inescrupulosas.

Família faz funeral ao homem errado

Os corpos de dois homens terão sido trocados, no Hospital de Chaves. Só depois de um dos funerais realizados, o erro foi detetado

Um homem de 55 e outro de 85 anos morreram no Hospital de Chaves. Os corpos foram trocados e um deles foi entregue à família errada. Quando o erro foi detetado pela agência funerária, já um dos funerais tinha sido feito.
 
Na aldeia de Rebordondo, a família de José Meireles fez um funeral, no domingo, com o corpo que pensava ser do homem de 55 anos. Só no dia seguinte é que a agência funerária os informou sobre a troca que tinha acontecido.
 
A família já fez o segundo funeral, mas quer apurar responsabilidades.
 
O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro diz não ter qualquer responsabilidade neste caso e que o erro terá sido da agência funerária que entregou um dos corpos à família errada. A agência recusou-se a falar sobre o caso.