segunda-feira, 1 de abril de 2013

Com estabilização da mortalidade, funerárias investem em inovação


Mercado funerário oferece cerimônias que custam até R$ 45 mil.
Limusine, buffet e violinista estão entre os serviços disponíveis.

Anay CuryDo G1, em São Paulo
A estabilização das taxas de mortalidade e o aumento da expectativa de vida do brasileiro verificados nos últimos anos têm estimulado o mercado funerário a ampliar a oferta de serviços, cada vez mais elaborados, na tentativa de incrementar seus ganhos e conter um possível - e provável - desaquecimento do setor.
Sala Roma, do Funeral HomeSala Roma, do Funeral Home (Foto: Reprodução)

Considerando o número de mortes por ano no país -cerca de 1 milhão - e o custo médio de um funeral,   R$ 2.000 - o mercado movimenta cerca de R$ 2 bilhões por ano. De acordo com último levantamento da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), há 5.500 empresas em funcionamento no país - a maioria familiares.    
Com a proposta de personalizar o funeral, as funerárias têm oferecido cerimônias cada vez mais luxuosas, com direito a música e coquetel, e deixado as famílias cada vez mais livres das obrigações burocráticas que a situação exige.
Nº de mortes no Brasil
2003993.685
20041.013.657
2005996.931
20061.023.814
20071.036.405
20081.060.365
Fonte: IBGE
"Sem aumento do número de mortes, as empresas passaram a investir mesmo na arquitetura funerária. Com isso, a receita das empresas cresceu perto de 25% nos últimos cinco anos", disse o presidente da Abredif, Lourival Panhozzi.   
Para atrair a clientela, as funerárias estão incluindo nos seus serviços - que antes se resumiam a oferecer apenas a urna, uma coroa de flores e o enterro do corpo - transmissão online da cerimônia, refeições completas durante o velório, sala de descanso com móveis confortáveis e cores suaves, "para atenuar o peso do momento", e carro com motorista à disposição da família.
Para agradecer a visita dos amigos e familiares, há empresas que também oferecem lembranças, como camisetas ou cartões com a foto do falecido - "tudo isso para agregar valor", segundo Panhozzi.  
Essa é a proposta de uma funerária instalada em um casarão de arquitetura neocolonial construído em São Paulo em 1928, e que chega a cobrar R$ 2.500 somente pelo aluguel de uma das quatro salas usadas para as cerimônias. Quem estiver disposto a gastar mais pode chegar a desembolsar até R$ 15 mil. Se parece muito, a administradora do Funeral Home, Marta Maria Alcione Pereira, defende que vale a pena.
Sala Roma, do Funeral HomeSala Roma, do Funeral Home (Foto: Reprodução)
"É um novo conceito que torna o momento menos pesado para as famílias, além de permitir que se se faça a última homenagem a memória de quem morreu", diz 
Prova de que as famílias têm aderido ao novo conceito de funeral é o aumento da procura pelos serviços personalizados. Segundo Marta, no primeiro mês de funcionamento do Funeral Home, em 2008, foram feitas apenas quatro cerimônias. Hoje, dois anos depois, a casa realiza de dois a três funerais por dia.
A escolha da instalação da empresa também foi estratégica, de acordo com a administradora. "Estar perto de um conjunto de hospitais facilita muito para as famílias e para nós também."  O Funeral Home fica na Bela Vista (região central da capital).   
Quem pensa que o luxo está presente apenas nas funerárias de grandes metrópoles se engana. No interior do estado de São Paulo, é possível contratar uma limusine adaptada para fazer o transporte do corpo do velório até o cemitério. O aluguel do carro funerário, com direito a motorista, custa a partir de R$ 2.700.
Limusine transformada em carro funerário Limusine transformada em carro funerário (Foto: Divulgação)

Segundo Nelson Pereira Neto, diretor e consultor de cerimônias fúnebres do Grupo Bom Pastor, presente em cidades do interior de Minas Gerais e São Paulo, a limusine foi adaptada para acomodar quatro pessoas, além do motorista e da urna funerária, que podem assistir a mensagens de conforto em duas telas de LCD instaladas nos bancos. O investimento da empresa no automóvel, adaptado desde o ano passado, foi de R$ 350 mil.
"Fomos buscar essas novas ideias no exterior, onde a morte é encarada de outra forma. Nós trabalhamos com o conceito de que o funeral é o último grande evento social de uma pessoa e que, assim como um aniversário ou um casamento, merece ser grandioso", disse.
Caixão presidencial, com madeira especial, violinista e revoada de pombos no final do seputalmento também podem ser incluídos nos pacotes oferecidos, que chegam a custar até R$ 45 mil. Aquelas famílias que optarem pela cremação do corpo também podem pedir que as cinzas sejam transformadas em diamante ou enviadas ao espaço. Segundo Neto, sua empresa tem convênio com instituições estrangeiras que cuidam do serviço. 
"Esse é um mercado concorrido como outro qualquer. É preciso sempre inovar", disse o presidente do Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep), Haroldo Felício.
A previsão do setor é que, nos próximos cinco anos, haja um crescimento de até 15% do segmento de funerárias "premium".

Cemitério vertical no Japão tem capacidade para 3,5 mil sepulturas


No Japão, um lugar onde os mortos interrompem o descanso eterno para receber a visita dos parentes. Achou estranho? Você já vai entender.



Em Tóquio, uma das cidades mais populosas do mundo, cada centímetro é disputado nas ruas, nos escritórios e nos restaurantes. Se falta lugar para os vivos, imagine para os mortos.
Morrer é caro por lá. Em um dos principais cemitérios da cidade, um túmulo de tamanho médio custa o equivalente a R$ 400 mil. A solução pra fugir dessa despesa, os japoneses encontraram com ajuda da tecnologia.
Um prédio de quatro andares em Tóquio não parece, mas é um cemitério e também um templo budista.
No Japão, os cemitérios geralmente ficam no terreno dos templos. No cemitério high tech não é diferente, mas onde estão os mortos?
O monge Tatsunori Ohora convida a equipe do Fantástico a visitá-los. Antes é preciso respeitar uma regra de segurança: usar capacete. O caminho é muito apertado e a equipe do Fantástico corre o risco de bater a cabeça.
A sala tem dez metros de altura, o equivalente a um prédio de três andares. O corredor, de 15 metros de comprimento, parece o depósito de uma loja. O cemitério de alta tecnologia tem capacidade para 3,5 mil caixas, que têm as cinzas de uma pessoa ou mais. Para aproveitar bem o espaço, a sepultura pode ser compartilhada.
No Japão, os corpos são cremados.  As cinzas são guardadas em urnas brancas e, em cada caixa, cabem duas urnas. Assim, o cemitério tem capacidade para 7.000 mortos, e o preço para sepultar um parente fica bem mais acessível: cada caixa custa R$ 16 mil.
Agora, como uma família vai achar as cinzas do parente num depósito desse tamanho? A resposta é, mais uma vez, tecnologia.
Rieko Minakawa, por exemplo, tem o pai e a mãe sepultados aqui. Ela chega à recepção e se identifica. Em um dos andares do cemitério, Rieko encontra um equipamento parecido com um caixa eletrônico, onde encosta um cartão magnético com os dados dos pais dela.  O computador sabe o local exato da caixa e um braço mecânico vai buscá-la.
A caixa é colocada cuidadosamente no meio de uma lápide. Quando está no lugar certo, as janelas de vidro se abrem. Um porta-retrato digital mostra as fotos dos pais de Rieko. Em poucos minutos, a filha já pode colocar suas oferendas, seguindo o budismo, acender incenso e rezar.
Ela explica: "Meus pais moravam em outra cidade, longe de Tóquio. Seria difícil visitar os túmulos. Aqui eles ficam mais perto de mim".
O cemitério tem apenas oito lápides. Quando uma família termina seu ritual, abre lugar para outra. Nas épocas de maior movimento, é preciso fazer reserva pra não perder a viagem.
Um monge diz que a tecnologia não atrapalha as orações nem o sentimento das pessoas em relação aos que se foram. "Estamos perto de uma estação de trem e metrô, então as pessoas acabam visitando seus parentes com muito mais frequência do que num cemitério comum”, explica.
Terminada a oração, a caixa é retirada pelo braço mecânico e volta para o seu lugar no depósito, onde vai descansar em paz, até a próxima visita.

Gato ganha velório com caixão em Minas Gerais


O gato Cristiano tinha 13 anos quando morreu, na última terça-feira (26), em São João do Manteninha (a 432 Km de Belo Horizonte), em Minas Gerais.


A adolescente Edilaine Gonçalves de Castro, 17, tinha ganhado o felino quando tinha quatro anos de idade e queria ter enterrado o animal no cemitério da cidade, mas não pôde.


A estudante procurou o destacamento da Polícia Militar local, procurando orientações. "Nós lhe explicamos que animais não podem ser enterrados no cemitério. Ela se conformou e fez o enterro em casa", disse um soldado que conversou com a jovem.


"Muita gente foi ao enterro. Realmente chamou a atenção do pessoal", afirmou ele.
Sensibilizados pela tristeza da garota, cerca de 200 moradores da cidade compareceram ao velório do bicho, seguido do enterro, realizado no quintal da casa da família, no bairro Recanto das Pedras, na quarta-feira (27).


"Foi muito triste. Muita gente, principalmente do bairro, ficou solidária com a morte do gatinho dela. Postei as fotos do velório no Facebook e já tive mais de 2.000 acessos. Muita gente também se preocupou com ela", afirmou a funcionária pública Patrícia Aparecida Coutinho Lages, que divulgou a informação do velório e do enterro de Cristiano nas redes sociais.


Segundo a amiga, o velório durou "algumas horas" e teve "até fila". A funerária da cidade preparou um caixão para Cristiano, coberto de flores brancas.

A cidade tem 5.188 habitantes e fica no leste de Minas Gerais. Cristiano morreu de velhice, segundo Patrícia. "Os dentinhos estavam muito fracos, ele estava andando pouco. Não aguentou, coitado."

Igreja Padre recusa fazer funeral


Igreja Padre recusa fazer funeral
Um padre de Mirandela não quis acompanhar um funeral até ao cemitério, deixando a família do falecido indignada, conta este domingo o Jornal de Notícias (JN).
Padre recusa fazer funeral