segunda-feira, 15 de junho de 2015

Coveiro arrenda área de cemitério para agricultor plantar amendoim

Internauta diz que plantas passam por cima de túmulos e enviou foto ao G1.
Zelador retirou plantação e foi advertido, afirma prefeitura de Moiporá, GO.

Internauta, Missianópolis, GO
24 comentários
Plantação de amendoim em cemitério de Missianópolis, em Goiás (Foto: Internauta/VC no G1)Plantação de amendoim em cemitério de Missianópolis (Foto: Internauta/VC no G1)
Em visita ao cemitério municipal de Missianópolis, distrito de Moiporá, no oeste de Goiás, uma moradora da cidade, de 28 anos, que não quis se identificar, registrou uma plantação de amendoim em uma área de aproximadamente 400 m². A foto foi enviada via VC no G1. Segundo a internauta, a plantação tem cerca de 40 dias e foi autorizada pelo coveiro responsável pelo local.
“Ele simplesmente decidiu arrendar para uma pessoa plantar, colher e vender. Às vezes, a plantação passa do lado e até em cima de onde as pessoas foram enterradas. Acho que é um desrespeito com os mortos da cidade”, afirma.
Ainda de acordo com a moradora, a suspeita da população da cidade é de que a plantação seja de responsabilidade de um homem que vive vizinho ao terreno. “Ele vigia as plantas e não deixa ninguém tirar”, conta.
Ela relata também que o fato se tornou um assunto bastante comentado em Missianópolis: “Lá na cidade, inclusive, virou motivo de chacota. Todo mundo fica perguntando quem quer amendoim”.
Nota da Redação: O G1 entrou em contato com a prefeitura de Moiporá, responsável pela administração do cemitério, que afirmou ter tomado conhecimento do caso na segunda-feira (10). Segundo o secretário de Administração, Sebastião da Costa Ferreira, representantes da prefeitura foram até o local. “A gente foi lá e falei que ele tinha duas horas para limpar aquilo. Voltamos depois e verificamos que tudo já foi retirado”, afirma o secretário. Sebastião afirma ainda que o funcionário recebeu uma advertência na ficha funcional e que o caro será encaminhado para a assessoria jurídica da prefeitura.

Justiça interdita único cemitério por irregularidades em Valparaíso, GO

O único cemitério de Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, foi interditado pela Justiça. De acordo com a decisão, da 3ª Câmara Cível, os trabalhos eram realizados de maneira irregular, causando impactos ambientais e riscos de contaminação à rede hídrica da cidade. A multa estabelecida, em caso de descumprimento, é de R$ 50 mil por sepultamento ou cremação. O local só deve ser reaberto após uma série de readequações.
De acordo com o a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual (MP-GO), alguns moradores da região chegam a apresentar distúrbios gastrointestinais em função das irregularidades cometidas no cemitério Jardim Metropolitano. Imagens divulgadas pelo órgão mostram lixo acumulado no local, além de caixões queimados e água acumulada nos túmulos.
O caso é analisado pela Justiça desde 2007, no entanto, a empresa responsável pelo cemitério recorreu diversas vezes. Segundo a promotora Oriani Graciane de Sousa, um laudo pericial constatou que o cimento usado nas sepulturas tinha uma espessura mais fina do que a exigida por lei.
“A porção de terra que cobria os caixões também era menor do que deveria ser. Então acontecia essa infiltração, a água passava pelos corpos em decomposição e comprometia toda a rede de abastecimento", disse a promotora.
Desta vez, os desembargadores da 3ª Câmara Cível seguiram o voto do relator, Walter Carlos Lemes, e reformou uma decisão do juízo da Comarca de Valparaíso de Goiás, que havia indeferido liminar requerida contra a companhia.
Em seu voto, o desembargador ressaltou que o cemitério não possui licença ambiental para funcionamento, mas apenas para a instalação. Por conta disso, ele concluiu que as atividades realizadas no cemitério provocam dano ambiental e, por isso, ele deve se adequar às normas pertinentes. O magistrado entendeu que os requisitos para a concessão da tutela antecipada estavam presentes e decidiu pela reforma da decisão.
Walter Carlos considerou que o perigo de demora estava evidenciado pelas “graves irregularidades relatadas no laudo pericial”. Ele destacou, entre essas irregularidades, a “prática corriqueira de queima de resíduos sólidos a céu aberto, inclusive de caixões retirados das covas”. Quanto ao dano irreversível, o magistrado entendeu que não estava presente no caso já que o município encontra-se no entorno de Brasília, “existindo outras cidades bem próximas e que possuem cemitérios”.
Em nota, a administração do Cemitério Jardim Metropolitano informou que tem todas as licenças para funcionamento e que vai recorrer da decisão judicial.

Fotos tiradas pelo MP-GO mostram água acumulada nos túmulos do cemitério, em Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Fotos tiradas pelo MP-GO mostram água acumulada nos túmulos (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Medo
Um levantamento da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) apontou que 10% das casas de Valparaíso são abastecidas por cisternas e poços artesianos. Por isso, os moradores ficaram assustados com a situação do cemitério, já que todos podem estar consumindo água contaminada.
“A gente que mora próximo tem medo, pois morrem várias pessoas com vários tipos de doenças, então não tem como não ficar preocupado”, disse a dona de casa Elizabete Brasil.
Na casa do vigia Alino da Cruz toda água consumida vem de um poço artesiano. “Aqui a gente não precisa cavar muito fundo para abrir um poço. Como ele dá muito raso, significa que o lençol freático está em cima e não é profundo. Isso preocupa”, disse.

Reparação
A promotora diz, ainda, que a Prefeitura de Valparaíso de Goiás também foi omissa, pois deveria fiscalizar o cemitério. Ela pediu na ação que a empresa faça um reparo dos danos ambientais e que a administração municipal faça a fiscalização desse trabalho.
"No caso, eles [empresa] vão ter que fazer uma correção ambiental. Cabe ao próprio município fiscalizar quanto a essa questão, qual que foi o dano, e aí a prefeitura, no seu poder de polícia, pode aplicar essa multa”, destacou Graciane.
O superintendente de fiscalização da prefeitura, Paulo Brito, disse que a administração está resolvendo os problemas apontados pelo MP-GO. Enquanto isso, os enterros terão que ser feitos em outras cidades da região.
Cemitério está passível de multa de R$ 50 mil por enterro realizado no local (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Cemitério está passível de multa de R$ 50 mil por enterro realizado (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Dentes de cadáveres são roubados no Rio de Janeiro

A administração do cemitério do Cajú, na Zona Portuária do Rio, mostrou perplexidade com o possível roubo de próteses dentárias de cadáveres. A polícia investiga a participação de coveiros na venda das arcadas, algumas com dentes de ouro.
 
 
No fim da noite da última quinta-feira, dois homens foram presos atrás do cemitério negociando as próteses. A dupla carregava 27 gramas de ouro em uma sacola.
 
 
De acordo com o responsável pelo consórcio Reviver, Ricardo Silva, que assumiu a administração do cemitério do Cajú há quatro meses, não há possibilidade de identificação da procedência do material.
 
 
Segundo a polícia, Bruno Pires, de 21 anos, e Luiz Fernando, de 24, informaram que compraram o ouro de um coveiro identificado com Rodnei. O consórcio Reviver informou que o acusado seria um ex-funcionário do cemitério.
 
 
Os suspeitos assinaram um termo circunstanciado de violação de sepultura. O documento serve para que os acusados tomem conhecimento que serão investigados por terem cometido um crime de menor potencial ofensivo.
 
 
Em novembro do ano passado, o consórcio Reviver assumiu a concessão de sete, dos 13 cemitérios públicos da cidade. Os outros seis estão sob o comando do Consórcio Rio Pax. As duas concessões colocaram fim ao centenário e polêmico monopólio da Santa Casa na administração dos serviços em cemitérios e funerais da capital fluminense. O prazo de concessão aos dois novos consórcios é de 35 anos.

Quadrilha limpa tumbas e revende túmulos em Nápoles

Ladrões retiravam restos mortais de tumbas e vendiam túmulos 'ocupados' como se estivessem livres.

Túmulos eram vendidos irregularmente pelo equivalente a até R$ 2,8 milhões (Foto: Comune di Napoli)Túmulos eram vendidos irregularmente pelo equivalente a até R$ 2,8 milhões (Foto: Comune di Napoli)
A polícia italiana prendeu uma quadrilha que retirava os restos mortais de túmulos pouco visitados de um cemitério no sul do país e vendia os jazigos a outras pessoas.
Com a ajuda de empregados do cemitério de Poggioreale, na cidade de Nápoles, os bandidos localizavam túmulos que já não eram visitados há vários anos.
Eles retiravam os restos mortais e as inscrições com os nomes dos mortos e "vendiam" o jazigo para outras famílias, que pensavam estar comprando o túmulo da própria administração do cemitério.
O esquema incluía até um oficial de cartório que emitia certificados falsos de propriedade. São acusados de envolvimento também funcionários de duas empresas funerárias.
No total, 11 pessoas foram presas pela polícia. O destino dos restos mortais retirados pelos criminosos ainda é desconhecido.
Venda online
Os túmulos eram oferecidos em sites na internet e custavam até 800 mil euros, o equivalente a R$ 2,8 milhões.
Alguns deles eram estruturas grandes e incluíam até pequenas capelas. Várias tumbas de família "recicladas" pelos bandidos datam do século 19 e não podem ser vendidas nem legalmente.
O esquema veio à tona quando membros de uma família dona de um túmulo no local foram visitar o cemitério depois de muito tempo e encontraram outros nomes no lugar.
A família não quis se pronunciar sobre o assunto, mas a polícia diz que o ocorrido foi um choque para as pessoas envolvidas.
Andrea De Giacomo, responsável pelos cemitérios de Nápoles, disse que a administração desconhecia o mercado ilegal de túmulos e que sua descoberta foi uma grande surpresa.
Poggioreale, fundado em 1837, é o principal cemitério da cidade de Nápoles e um dos maiores de toda a Europa.