segunda-feira, 4 de junho de 2012

Mercado funerário aposta em luxo, conforto e nova tendência

 

III Feira Funerária do Ceará revela que o mercado cearense está buscando serviços que ofereçam luxo, qualidade e itens diferenciados. Empresários do Norte e Nordeste estão em Fortaleza conferindo as novidades
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FOTO KLÉBER A. GONÇALVES
A expectativa é de que esta edição comercialize o equivalente a R$ 3 milhões, dobrando o faturamento da edição anterior
 
 
Com a presença de 28 empresas fornecedoras de produtos, artigos e serviços funerários de todo o País, começou, ontem, em Fortaleza a III Feira Funerária do Estado do Ceará e a II do Norte e Nordeste.

Espalhadas por 46 estandes no Centro de Negócios do Sebrae-CE, as empresas expositoras apresentam aos empresários do segmento no Ceará e de outros estados o que o mercado oferece de melhor para a prestação do serviço.

O coordenador da Feira, André Luís Macedo, espera que esta terceira edição comercialize o equivalente a R$ 3 milhões, dobrando o faturamento obtido na segunda edição, ocorrida em 2010, que permitiu a concretização de R$ 1,5 milhão. “O público esperado para os três dias é de 3 mil pessoas. Neste primeiro dia, o número já impressiona e mostra que o evento já é um sucesso”, diz.

Antes da criação da Feira Funerária do Ceará, Macedo afirma que os empresários do setor dispunham apenas de um evento similar, a Funexpo (Feira Internacional de Produtos, Serviços e Equipamentos para o Setor Funerário e de Cemitérios), em São Paulo. Bianual, esta feira foi criada em 1996. “A nossa tinha caráter local, mas acabou atraindo empresários de outros estados, principalmente do Norte e Nordeste que tinham dificuldade de participar do evento em São Paulo”, cita o coordenador.

Veículos
As vedetes da Feira são os veículos funerários adaptados e os fornos crematórios. Wilson Sena da Pick Up&Cia, de Maringá (Paraná), trabalha há 10 anos com veículos funerários e diz que o crescimento da demanda atinge de 25% a 30% ao ano. A empresa comercializa, hoje, uma média de 45 a 60 veículos/mês, tendo como clientes principais as funerárias e os planos funerários.

Ronaldo Nogueira, diretor geral da Brucker Fornos Crematórios, de Votuporanga (SP), diz que os fornos estão em expansão no Brasil, que segue uma tendência europeia e que, no Ceará, as empresas funerárias estão se preparando para deixar de oferecer apenas o serviço de velório para também oferecer cremação de humanos e animais.

“Se estão investindo é porque há interesse do público. O Sul ainda é o principal mercado, mas o Nordeste, em terceiro, está crescendo e pode vir a ser segundo lugar”, afirma.

Pesquisa da Ufal aponta contaminação da água por cemitérios

Sinais de decomposição por cadáveres foram encontrados durante a avaliação. A água contaminada pode provocar diarréia e dores abdominais.

 
Estudiosos analisam a qualidade da água
Um estudo recente realizado pela Universidade Federal de Alagoas nos anos de 2009 a 2010, identificou que em três bairros maceioenses a água está contaminada por necrochorume, líquido produzido pela decomposição de corpos.
Os bairros do Trapiche, Jaraguá e Prado, possuem três grandes cemitérios que seriam os responsáveis pela contaminação dos lençóis freáticos que atinge a população desses locais.
O estudo realizado pela professora Florilda Vieira dos Santos, mestre em Recursos Hídricos e Saneamento, coletou amostras em 22 pontos dos cemitérios Nossa Senhora Mãe do Povo, São José e Nossa Senhora da Piedade. A avaliação das águas do subterrâneo revelou que as covas simples, que deixam o caixão em contato direto com o solo, contamina a água por meio da decomposição dos cadáveres, o que mostra ser uma método arcaico de enterro.
De acordo com a pesquisadora, o consumo dessa água contaminada pode provocar diarréia e dores abdominais. As águas coletadas dos três cemitérios estão fora dos padrões de água potável segundo normas do Ministério da Saúde.
A pesquisa aponta ainda que 68% do sistema de abastecimento da capital alagoana é feito por fontes subterrâneas. O necrochorume encontrado na água, é formado por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas tóxicas como a putresina e a cadaverina.