quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Crematório Vaticano é liberado pela Justiça



Balneário Camboriú, SC - O Crematório Vaticano, que estava embargado pela Fatma desde o dia 22 de fevereiro, recebeu na sexta-feira (24) à tarde, autorização judicial para voltar a operar suas atividades normalmente.

O crematório havia sido embargado por fiscais da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FATMA, onde após uma simples fiscalização de rotina, sem que o equipamento estivesse em funcionamento, alegaram que, a empresa no exercício de suas atividades de cremação não utilizava os fornos na temperatura correta, motivo pelo qual uma semana após a referida fiscalização, os fiscais acharam por bem, embargá-lo.

Em sua defesa, feita através do advogado Marcos Ricardo Weissheimer, o Crematório Vaticano apresentou toda a documentação comprovando justamente o contrário, através de laudos e pareceres técnicos e também com o manual do forno, onde consta que a temperatura é a correta.

Em seu despacho, o juiz Hélio do Valle Pereira, declarou que “a interrupção causará, por certo, mais do que padecimento à autora, sofrimento aos familiares enlutados (e no momento mais difícil de suas vidas). Natural, com efeito, que as pessoas continuem a procurar o estabelecimento e mesmo haja, neste momento, corpos que mereçam tratamento digno”.

Lote no Cemitério Municipal de Maringá chega a R$ 50 mil

 

Vende-se imóvel por R$ 58 mil, com amplo espaço para famílias de até seis integrantes e localização central: a principal avenida do Cemitério Municipal de Maringá (CMM).
Este anúncio funéreo retrata a realidade de um município carente de vagas no único espaço público para sepultamentos.

Coveiros e lava-túmulos entrevistados por O Diário afirmam que a revenda de espaços particulares no CMM é uma prática comum. O preço do terreno individual gira em torno de R$ 8 mil, chegando a R$ 10 mil para os jazigos com revestimento de mármore.
Rafael Silva
Cemitério; lotação infla preços
Em geral, famílias transferem os restos mortais de entes queridos para o ossuário – espécie de conjunto de gavetas – e liberam espaço do terreno onde está a sepultura, deixando o lote pronto para a revenda. "Já vi venda por até R$ 15 mil, em que a pessoa tirou o pai do túmulo e passou para as gavetas", conta um dos coveiros do CMM.

Uma das sepulturas chamou a atenção pelo anúncio "vende-se" e o telefone de contato para a aquisição do espaço. O terreno estava sendo vendido por R$ 58 mil e pertence ao vendedor Neodi Marcelo Antônio. Ele conta que o espaço estava ocupado pelo pai, morto em 2005. Os restos mortais foram levados a um cemitério de Foz do Iguaçu. "Minha família é de lá e resolveu transferir o corpo do meu pai", conta Neodi. Ele acredita que o valor não é elevado. "É porque cabem seis pessoas, então se o valor for dividido, fica próximo do que está sendo cobrado hoje no CMM", explica.
Um profissional que atua como lava-túmulos no CMM e que agora acumula a função de corretor de imóveis sepulcrais afirma que Neodi fechou negócio por R$ 50 mil, mas não forneceu detalhes sobre o comprador. "Recebi até comissão", comenta o lava-túmulo. Ele afirma que só vendeu outros dois lotes até o momento. "Vendi um por R$ 8 mil e outro por R$ 10 mil. É muito mais caro e complicado morrer do que nascer aqui em Maringá", acrescenta.

O coordenador do CMM, Carlos Parolin, explica que a negociação entre particulares no local é legal e feita de acordo com a lei. "O terreno pertence à pessoa e ela pode doar, vender, ceder, dispor da maneira como quiser", afirma. A negociação envolve um registro em cartório. "É recomendado que se anexe o recibo da sepultura durante a transferência", ressalta Parolin.

O CMM foi criado em 1946 e tem hoje 28 mil sepulturas com os restos mortais de 70 mil pessoas. Os terrenos se esgotaram. O último lote vendido diretamente pela Prefeitura de Maringá foi adquirido em novembro, por R$ 1.751. Há vagas no ossuário, onde o valor definitivo pela gaveta para até quatro finados é de R$ 89. Os valores são pagos via boleto bancário e recolhidos ao município.


Otimização

A Prefeitura de Maringá prepara um estudo para otimizar o espaço do CMM, para aproveitar ruas, recuos e outros espaços. O estudo envolve as secretarias de Planejamento, Serviços Públicos e Controle Urbano e Obras Públicas. Já está pronto um levantamento topográfico completo. Está sendo concluído um levantamento para saber quantas vagas serão disponibilizadas com a readequação.
 
COMPLICADO

“É muito mais caro e complicado
morrer do que nascer aqui em
Maringá”

Lava-túmulos que atua como
“corretor” de imóveis no
Cemitério Municipal
"Ainda não posso adiantar um número, mas será uma quantidade de vagas satisfatória para atender à necessidade do cemitério", afirma o secretário de Controle Urbano e Obras Públicas, Laércio Barbão. "Estamos trabalhando para concluir esse trabalho ainda em 2012", destaca.

A prefeitura ainda estuda a criação de um novo cemitério. Segundo Barbão, duas áreas estão sendo avaliadas. "É preciso fazer um estudo de solo completo, para obter o licenciamento ambiental, o que inclui um complexo levantamento geológico e de permeabilidade", explica.