quarta-feira, 10 de junho de 2015

TJ manda Diadema indenizar família que teve túmulo violado

A Justiça determinou que indenização no valor de 20 salários mínimos (equivalente a R$ 15.760) deve ser paga a Luzineide da Silva, 36 anos pela Prefeitura de Diadema. Isso porque, em outubro, o túmulo de seu filho foi violado no Cemitério Municipal da cidade.

A decisão foi dada pela 3ª Câmara de Direito Público do TJ (Tribunal de Justiça), enquadrada em indenização por danos morais. O pequeno Miguel Arcanjo da Silva Pimentel veio ao mundo morto em dezembro de 2013. Ele estava sepultado na área conhecida como columbário.

No dia 20 de outubro do ano passado, o roubo do caixão e o posterior aparecimento foram informados e registrados no 1º DP (Centro) da cidade. A sepultura foi violada no domingo e o corpo foi localizado no dia seguinte, dentro do próprio cemitério.

Conforme a decisão, a administração do local informou a Luzineide que ladrões teriam violado algumas sepulturas, entre elas a de seu filho. No recurso, ela alegou falha no serviço de segurança no local.

Na época, Luzineide conversou com o Diário e afirmou que o roubo foi um segundo choque após a morte do filho. “A Guarda Civil Municipal me procurou para me acompanhar até o cemitério. Só lá me contaram que o corpo do meu filho tinha sumido. Entrei em desespero, fiquei revoltada. Foi uma dor maior que ter que enterrá-lo há praticamente um ano”, disse na época. Luzineide foi procurada por meio de seu celular e na residência onde vivia, mas não foi encontrada para comentar a sentença.

Após a perícia atestar que os restos mortais pertenciam ao recém-nascido, ele foi sepultado novamente. Porém, desta vez em uma área destinada aos natimortos.

No documento do TJ, a Prefeitura afirmou que faz a proteção do cemitério, com muros e vigilantes. Segundo a administração, seria impossível resguardar totalmente o local, mesmo com todos os meios de segurança que estão disponíveis.

O relator do processo, o desembargador Maurício Fiorito, disse que o Executivo não juntou ao processo fotografias ou documentos que comprovassem a existência dos muros e a quantidade de vigilantes que trabalhavam no dia dos fatos. Segundo ele, era obrigação da administração zelar pela segurança do cemitério.

O Diário procurou a Prefeitura para comentar o caso, porém, não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Instalação de câmeras está em estudo

Após os casos de violação de sepultura no ano passado, a Prefeitura de Diadema afirmou que havia estudo para a instalação de câmeras no Cemitério Municipal. Quase oito meses depois, a administração afirmou que ainda não há prazos para instalação do circuito. Além disso, a intenção é elevar a altura do muro e instalar arames de concertina, também sem data para execução.

A equipe do Diário esteve no cemitério ontem e não encontrou nenhuma sepultura violada ou outras irregularidades. Porém, praticamente não havia funcionários fazendo a segurança do local.

Uma comissão foi formada na Câmara pelos vereadores José Dourado (PSDB), Milton Capel (PV), Reinaldo Meira (sem partido) e Josa Queiroz (PT). Representantes da Federação de Umbanda e de
Cultos Afro-brasileiros de Diadema também participaram de reuniões na época.
Segundo Zé Dourado, que atualmente é presidente da Câmara e por isso não participa mais da comissão, não houve reuniões neste ano. “A intenção é a instalação de câmeras e uma reforma no local. Mas este assunto não voltou à pauta.”

O vereador Josa Queiroz afirmou que a comissão está no aguardo das ações da Prefeitura. “Eles ficaram de fazer a reforma e ter esse estudo, mas, por enquanto, não começaram nada. Estamos aguardando”, disse.

O Diário não conseguiu contato com os outros dois vereadores. 

Pintura funerária egípcia de 3.400 anos vai a leilão em Paris



Chamava-se "Ta-nedjem" ("Doce país"), morreu no Vale dos Reis no Egito há 3.400 anos e seu retrato estampado na pintura funerária colocada em cima de seu sarcófago irá a leilão em 18 de junho em Paris - uma venda inédita.
Esta é uma venda excepcional, já que é a primeira vez que uma tela funerária egípcia vai a leilão. Existem apenas 22 exemplares preservados em todo o mundo, a maioria guardada em grandes instituições como o museu do Louvre (Paris) e o museu Metropolitan (Nova York).
O caráter inédito da venda faz com que seja difícil estimar o preço deste valioso testemunho.
A tela, cujas cores permanecem vibrantes, data da XVIII dinastia egípcia (1400-1300 antes de Cristo) e foi descoberta por Henri-Pierre Teissèdre, diretor e curador da casa Piasa, entre os bens de Jeanne Loviton, editora, escritora e advogada, morta em 1966 após uma vida digna de novela.
Na peça de 29 por 21 centímetros, o defunto é representado de perfil, como mandava a tradição, sentado em uma poltrona na frente de uma pequena mesa de oferendas como pão, cabaças e pedaços de carne.
Estas obras de linho correspondem a um tipo de tecido funerário descoberto em Deir el-Medineh, no Vale dos Reis, onde morava a irmandade dos artesãos responsáveis ​​pela construção de túmulos e templos mortuários dos faraós durante o Império Novo, segundo o especialista Christophe Kunicki.
As telas, confeccionadas no mesmo material usado para embrulhar múmias, eram depositadas em cima do sarcófago, como mostra o único exemplar encontrado intacto no local.