sexta-feira, 23 de março de 2012

Camara de Curitiba promove seminário sobre o Rodízio de Funerárias


Hoje, dia 22 de março, a partir das 14h, a Câmara Municipal de Curitiba promove um seminário para discutir a Lei 10.595, que regula as normas do Serviço Funerário Municipal.
Segundo pesquisa encomendada à Paraná Pesquisas pelo grupo que administra o Cemitério Vertical de Curitiba, os curitibanos não estão satisfeitos com as regras existentes no serviço funerário administrado pela Prefeitura de Curitiba, que consiste no rodízio e direcionamento da funerária. Dados da pesquisa indicam que 87,7% dos entrevistados são a favor do projeto da Câmara que devolve ao consumidor o direito de livre escolha da funerária. E ainda, acreditam que a iniciativa, poderá melhorar a qualidade dos serviços prestados e reduzir os preços, já que assim, teriam o direito de orçar com várias empresas do ramo de atividade.
A lei atual já esta em vigor há dez anos. 

Artista faz obras com árvores em cemitério de São Paulo



Nos parques Ibirapuera e Burle Marx, na zona sul de São Paulo, e no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, os bancos criados pelo designer Hugo França, 57, misturam-se à paisagem entre plantas e esculturas. Os troncos das árvores são, ao mesmo tempo, móveis e obras de arte.

Desde 2002, o porto-alegrense usa espécies condenadas ou caídas naturalmente para produzir as peças. "Perdemos a referência das árvores quando lidamos com peças manufaturadas", diz ele. Em 2010, seu trabalho começou a ganhar parques da cidade. Hoje, ele toca seu projeto mais inusitado: a transformação de três eucaliptos num cemitério da zona sul, onde os visitantes poderão encontrar conforto no miolo da árvore.
Galeria: veja imagens de outros trabalhos do artista
Maria do Carmo/Folhapress
O artista Hugo Franca, que faz móveis com árvores no cemitério Memorial da Cerejeiras, na zona sul
O artista Hugo Franca, que faz móveis com árvores no cemitério Memorial da Cerejeiras, na zona sul
O convite surgiu de Daniel Gomes Arantes, 37, diretor do Memorial Parque das Cerejeiras, na estrada do M'Boi Mirim. "Vi o trabalho dele e me encantei", conta. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, também se interessou pelo mobiliário verde ao visitar São Paulo no ano passado.
Depois de presentear o parque Ibirapuera com um banco do Central Park, durante a conferência das cidades C40, ele recebeu uma peça de Hugo França em nome de São Paulo.
Isso fez com que fosse resgatado um projeto do designer que estava engavetado em Nova York -no segundo semestre, ele segue com quatro pessoas para a metrópole americana, onde irá transformar cerca de 50 árvores que serão depois espalhadas em parques.
No início do ano, ele passou uma semana na cidade para conhecer os locais e as espécies com as quais deverá trabalhar. A visita serviu também para ver como o assunto é tratado por lá: a prefeitura armazena as árvores em galpões e as reutiliza como adubo ou proteção de jardins públicos no inverno. "Isso faz muita diferença. Em São Paulo, as árvores são jogadas no lixo."
A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente informou que, aqui, as árvores dos parques também viram adubo. Sobre as plantas que ficam nas calçadas das ruas, algumas subprefeituras reutilizam sua madeira enquanto outras a descartam.
A parceria com Nova York prevê apenas a doação do material. O apoio financeiro fica por conta do artista, que deve correr atrás de patrocínio. Após a captação de recursos e a produção das peças, as obras deverão ser instaladas em 2013. Para ele, o esforço vale pela visibilidade. "Quero fazer algo maior por aqui. A ideia é reaproveitar as árvores e ter uma escola que crie mão de obra especializada."
Raízes
O fascínio de Hugo pela natureza vem desde a infância. Sua maior inspiração, porém, surgiu quando largou a vida de engenheiro de produção em Porto Alegre para viver numa comunidade de pescadores em Trancoso, na Bahia, em 1981. "No começo foi difícil, vivia-se de maneira bem rústica", lembra. "Foi um aprendizado. O trabalho que faço resume essa experiência."
A vida no Nordeste durou 15 anos, até ele ter as peças trazidas a São Paulo. A maior parte da produção continua lá, onde ele passa metade do ano. Em São Paulo, mantém um "showroom" na Vila Olímpia, zona sul.
Para produzir os bancos do cemitério, desde o início do mês até a semana passada, ele enfrentou alguns dos dias mais quentes do ano sob o sol do meio-dia. Acostumado ao calor nordestino, afirmou que o clima não atrapalha, enquanto fazia desenhos de giz nos troncos e orientava os artesãos a esculpi-las com serra-elétrica. "Poucos artistas têm obras em cemitérios. É interessante", afirma. "Agora só lembro
de mim e do [Victor] Brecheret."