sábado, 29 de outubro de 2011

Preço de flores varia até 140% no Finados

Todo ano o ritual de respeito aos finados, no dia 2, atrai multidões aos cemitérios. E as flores são o meio simbólico de manifestar esse sentimento. Mas o consumidor que busca um belo arranjo a baixo custo deve pesquisar, porque os preços variam até 140% entre floriculturas próximas a cemitérios da região. A flor mais demandada, o arranjo de crisântemos, tem custo médio de R$ 10, mas quem comprá-la no Dia de Finados poderá barganhar o preço pagando a metade, afirmam comerciantes.
São as orquídeas que têm maior diferença de preços. Uma pesquisa do Procon de Santo André diz que o custo parte de R$ 25 e atinge R$ 60. Os buquês de rosas, com variação de 100%, têm valores de R$ 5 e R$ 10. As minimargaridas custam entre R$ 4 e R$ 8.
O diretor da floricultura Sakura, em Santo André, Edson Hong, afirma que depende da cultura do consumidor gastar menos ou mais na hora de prestar homenagens no Dia de Finados. Tem quem seja cliente fiel há 30 anos nessa data. "Deixamos tudo pronto e entregamos diretamente para eles. Como são arranjos, acabam ficando mais caros", afirma Hong, há quatro décadas no mercado. Esses conjuntos saem por R$ 50 em média. A procura por flores é incrementada em 50% na sua loja no fim de outubro.
O técnico agrícola e responsável pelo Mercado de Flores, localizado em Santo André e que abastece comerciantes da região, Nicácio Leão da Costa, diz que as vendas no estabelecimento devem subir 40%. Em feriados, a procura já cresce 20% acima do habitual.
Ele cita ainda que os preços ficam 25% maiores na data não apenas por conta do feriado, mas sobretudo em razão de ser época de primavera, em que as flores ficam mais vistosas. "Antes o maço de crisântemos custava entre R$ 7 e R$ 8, mas hoje está orçado na média de R$ 10, e é um preço cobrado até fevereiro. Mas não deixa de ser barato", destaca.
Para a diretora do Procon andreense, Ana Paula Satcheki, os vendedores elevam os custos dos arranjos nesta época do ano pegando carona na procura mais acentuada. No entanto, critica que alguns inflam os custos a ponto de torná-los impraticáveis, dada a variação de preços num mesmo item. "É inadmissível que o comércio se aproveite desta ocasião para colocar preços exorbitantes às flores", sustenta.
Mas há quem amargue prejuízos ou mesmo que feche as portas na data. Caso da floricultura Monjardin, em São Caetano. A diretora do local, Elisabete Buratto, afirma que desistiu do feriado há 20 anos. "A data não tem vendas expressivas, pois as pessoas buscam comprar também em supermercados ou na própria porta do cemitério", destaca a proprietária, resumindo realidade de outras dez floriculturas ouvidas pela equipe do Diário a respeito do Dia de Finados.
Feriado é a 3ª melhor data para o comércio de arranjos
O Mercado de Flores da Ceasa do Grande ABC deve atrair 2.500 visitantes em dois dias; hoje e na data. Em semanas normais o público médio é de 1.500 pessoas e, durante a primavera, o número chega a 1.800. Ou seja, sobe 55,5% no feriado sobre dias primaveris.
O técnico agrícola Nicácio da Costa diz que é possível atingir o número por conta de calendário. Como o feriado cai bem no meio da semana, inviabilizando viagens em massa para fora da cidade, o consumidor aproveita para fazer compras de flores e levá-las aos túmulos. Tanto que a data representa o terceiro maior pico de vendas anual, atrás apenas do Dia dos Namorados e do Dia das Mães. "Hoje deve vender muito, porque é quando os lojistas estão se preparando." O mercado, com 900 m², abre às quartas-feiras e sábados, das 5h às 10h.

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