Funcionamento das duas unidades pode liberar poluente orgânico persiste
O crematório do Cemitério Jardim das Colinas e a usina de lixo do Bairro Alvarenga, ambos a serem inaugurados em São Bernardo, poderão ser fontes emissoras de poluentes com risco à saúde da população. O funcionamento das duas novas atividades libera POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes) para a atmosfera. A exposição contínua a essas substâncias chega a causar câncer, infertilidade, depressão do sistema imunológico e alterações genéticas.
O forno do cemitério está previsto para junho de 2012. A usina, que transformará resíduos em energia elétrica, está programada para funcionar em 2015. De acordo com a PhD em Toxicologia e Saúde Ambiental da FioCruz (Fundação Oswaldo Cruz), Ana Maria Cheble Bahia Braga, são os processos de tratamento térmico de resíduos ou de cadáveres que liberam ao meio ambiente as dioxinas, PCBs (Policlorobifenilos) e HCB (Hexaclorobenzeno). Esses produtos estão entre os 22 poluentes mais tóxicos do mundo. E são justamente esses que podem causar as doenças.
Ana Maria disse que o problema está na junção do processo térmico com substâncias cloradas, carbono e cloro.
Apesar disso, a especialista esclarece que filtros de ar e outras tecnologias, tais como o resfriamento rápido do gás de exaustão dos incineradores, pode controlar o problema.
A resolução 316/2002 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) impõe valores de emissão para tais poluentes.
Fiscalização rígida - Questionado sobre a poluição, que poderá ser emitida na usina de lixo, o secretário de Governo de São Bernardo, Tarcísio Secoli, garante que as leis ambientais serão respeitadas e que a fiscalização será rígida. “Vamos acompanhar o volume de emissões de forma online, o que nos permitirá parar o processo de qualquer lugar, caso seja necessário. E seja qual for a empresa ganhadora da licitação, ela terá de respeitar as tabelas de emissões da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).”
A US Cremation Equipment, empresa que fabrica o forno do Cemitério Jardim das Colinas, disse que os equipamentos são automatizados e contam com as tecnologias mais modernas em tratamento térmico de resíduos e controle de poluentes.
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