Um estudo recente realizado pela Universidade Federal de Alagoas nos anos de
2009 a 2010, identificou que em três bairros maceioenses a água está contaminada
por necrochorume, líquido produzido pela decomposição de corpos.
Os bairros do Trapiche, Jaraguá e Prado, possuem três grandes cemitérios que
seriam os responsáveis pela contaminação dos lençóis freáticos que atinge a
população desses locais.
O estudo realizado pela professora Florilda Vieira dos Santos, mestre em
Recursos Hídricos e Saneamento, coletou amostras em 22 pontos dos cemitérios
Nossa Senhora Mãe do Povo, São José e Nossa Senhora da Piedade. A avaliação das
águas do subterrâneo revelou que as covas simples, que deixam o caixão em
contato direto com o solo, contamina a água por meio da decomposição dos
cadáveres, o que mostra ser uma método arcaico de enterro.
De acordo com a pesquisadora, o consumo dessa água contaminada pode provocar
diarréia e dores abdominais. As águas coletadas dos três cemitérios estão fora
dos padrões de água potável segundo normas do Ministério da Saúde.
A pesquisa aponta ainda que 68% do sistema de abastecimento da capital
alagoana é feito por fontes subterrâneas. O necrochorume encontrado na água, é
formado por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas
tóxicas como a putresina e a cadaverina.
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