segunda-feira, 29 de abril de 2013

Ex-administrador de cemitério é indiciado por violação de túmulos


Polícia Civil investiga venda clandestina de covas em São Carlos, SP.
Emprenteiro também foi indiciado e pedreiro é suspeito de participação.


O ex-administrador do Cemitério Nossa Senhora do Carmo, o maior de São Carlos (SP), foi indiciado nesta sexta-feira (26) pela Polícia Civil por peculato e violação de túmulos. A polícia e a Prefeitura investigam a venda clandestina de covas no local.

Segundo a polícia, Paulo Roberto Damin teria comandado a venda ilegal de túmulos no cemitério. Quatro famílias denunciaram que sepulturas onde deveriam estar os corpos de parentes na verdade estavam com nomes de pessoas diferentes.
O ex-administrador do cemitério de São Carlos Paulo Roberto Damin (Foto: Reprodução/EPTV)O ex-administrador do cemitério de São Carlos
Paulo Roberto Damin (Foto: Reprodução/EPTV)
Além de Damin, um empreiteiro também está sendo indiciado por violação e um pedreiro é suspeito de envolvimento no caso. “Eles se aproveitavam do abandono de túmulos e passava para outros”, afirmou o delegado Maurício Antônio Dotta.
O pedreiro que era contratado para fazer serviços no cemitério deve ser ouvido na próxima semana. O depoimento dele será confrontado com os depoimentos do ex-administrador e do empreiteiro de 68 anos, que também foi indiciado por crime contra a honra de pessoas mortas.
O caso
No dia 11 de abril, a representante comercial Solange Maria Dias veio a São Carlos para visitar o túmulo dos três filhos, mas teve dificuldade para encontrar. Ela descobriu que a sepultura foi vendida irregularmente para outra família.
No dia 17 de abril, a advogada da família que comprou o túmulo onde estavam as crianças entregou os documentos que oficializavam a venda. Na taxa de venda, que é de R$ 400, tem a identificação da Prefeitura de São Carlosx. O recibo comprova a compra, feita em 18 de julho de 2005 por R$ 2 mil, e foi assinado por um responsável pelo cemitério, mas não consta o nome e documento de identificação, como RG ou CPF.
Também no dia 17, o delegado recebeu a denúncia de uma mulher que afirmou que o túmulo da mãe foi vendido, os restos mortais transferidos para um ossário, mas o corpo do tio está desaparecido.
Investigação
A Prefeitura de São Carlos solicitou que a administração do Cemitério faça um levantamentode todos os túmulos da área infantil. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, não há prazo para entrega do documento com as informações sobre os túmulos.
Comércio ilegal em 2005
Há oito anos, o ex-administrador Paulo Roberto Damin foi exonerado e condenado a indenizar famílias por venda de túmulos e desvio de taxas. Ele negou envolvimento no caso denunciado pela família de Ribeirão Preto. Damin disse que, quando assumiu o cargo em 2001, foi obrigado a fazer a desapropriação de túmulos simples, ainda na terra, para garantir novos sepultamentos.

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