sexta-feira, 19 de julho de 2013

Coveiros do Cemitério do Cajú entram em greve por atraso de salários; mais de 15 corpos aguardam enterro

Em greve desde a tarde de quinta-feira (18), os coveiros do Cemitério São Francisco Xavier, no Cajú, mantiveram a paralisação na manhã desta sexta (19). Eles reclamam de atraso de salários. Segundo o SindFilantrópicas (Sindicato dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas, Filantrópicas e Organizações não Governamentais do Estado do Rio de Janeiro), os vencimentos teriam de ser pagos até o dia 5 e o problema é recorrente desde 2010. Ainda segundo o sindicato, 17 corpos estão nas capelas do cemitério aguardando sepultamento. Sem o trabalho dos coveiros, o procedimento só poderia ser realizado por Bombeiros ou agentes da Comlurb.
De acordo com Marcos Flávio, diretor social do SindFilantrópicas, a Santa Casa de Misericórdia vem adiando o pagamento a cada dia e dá inúmeras desculpas para justificar o atraso do salário, de cerca de R$ 1.000. Marcos afirma que desde quinta-feira a instituição e a administração do cemitério não se pronunciam.
Mais de 30 funcionários e seus familiares estão protestando pacificamente em frente ao cemitério.Três viaturas e duas motocicletas da Polícia Militar acompanham o protesto. O sindicato afirma que os trabalhadores prejudicados voltarão imediatamente aos postos assim que o pagamento for efetuado e pede desculpas e compreensão dos familiares dos mortos.
R7 tentou contato com a administração do Cemitério do Caju, mas não havia recebido retorno até a publicação desta reportagem.
Ultimamente, o cemitério São Francisco Xavier vem passado por problemas na administração, com denúncias de construções ilegais de jazigos e de fraudes na revenda de sepulturas feitas pela Santa Casa.
Após denúncia, a Casa Civil fez vistorias nos cemitérios que a Santa Casa administra e lacrou os jazigos ilegais. Também recolheu os livros de registros dos enterros para analisar possíveis irregularidades. Os livros serão digitalizados e vão ficar sob a direção da prefeitura. A Polícia Civil está investigando a denuncia, que aponta Dahas Zarur, como o líder da quadrilha que revende túmulos.
Ainda de acordo com a assessoria da Casa Civil, desde abril, a secretaria analisa fazer pregão no segundo semestre para algum consórcio administrar os cemitérios da Santa Casa.

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