quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Cemitério em Angra dos Reis, RJ, descarta caixões com restos mortais

Quem mora perto diz que já flagrou até a queima de ossos.
Instituto Estadual do Ambiente (Inea) suspeita de irregulares.

O cemitério do bairro Belém, em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio, está descartando caixões com restos mortais. De acordo com o presidente da associação da moradores, Lair dos Santos Pereira, o cheiro forte começou há pouco mais de um mês e só estava aumentando.
"Eu vim detectar e detectei. Eles queimando os caixões com couro cabeludo, ali atrás. Bom, aí eu falei como rapaz que trabalha aqui no cemitério que não fizesse. Eles abriram um buraco pelos fundos do cemitério, onde tem um manancial de água. Por acaso, eu entrei no cemitério e me deparei com dois caixões, aí falei: 'Eles vão colocar fogo nesse caixão aqui, estão queimando, continua'. Fui abrir e tinha dois corpos. Eu me assustei, eu chorei, fiquei indignado com a falta de respeito com o ser humano", reclamou.
Área onde caixões são descartados fica atrás do cemitério (Foto: Reprodução/TV Rio Sul) 
 
Área onde caixões foram descartados fica
atrás do cemitério (Foto: Reprodução/TV Rio Sul)
As fotos foram tiradas pelos moradores nos fundos do cemitério. Os caixões não estão mais no terreno. Mas ainda ficaram coroas de flores. Depois que as imagens começaram a circular nas redes sociais, o secretário de obras, Luiz Antônio Dias, decidiu ver o que estava acontecendo no cemitério. Ele diz que esse é um procedimento normal quando as covas e ossários precisam ser liberados para outros corpos.
"Os cemitérios tem um local chamado ossário geral, que é um local exatamente para armazenar os ossos das pessoas que os familiares não reclamam. De tempos em tempos, esses ossos são encaminhados para incineração. Ocorreram duas exumações, os dois caixões foram levados para onde fica o ossário. Enquanto foram pegar um outro, alguém entrou, abriu um caixão e fez imagens", explicou.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) suspeita de irregularidadess. Há três semanas os fiscais já tinham encontrado roupas e restos mortais no terreno em frente ao cemitério e em outro local.
"A própria ação do Inea há três semanas atrás já havia identificado isso. Algum material que sai do cemitério possa estar sendo jogado aqui. Restos de sapatos dos mortos, roupas, mechas inteiras de cabelos, com couro cabeludo. Uma coisa deprimente, hiorrível", disse o superintendente do Inea, Roberto Félix.

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