O CARONTE

A opinião do Barqueiro nas notícias.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Projeto prevê construção de cemitérios públicos para animais


  • Cemitério público para animais é pauta do projeto de lei do vereador Rodrigo Maroni. (Foto: Divulgação/Clínica Saúde Animal)
    Proposta visa evitar descarte inadequado dos corpos (Foto: Divulgação/Clínica Saúde Animal)
  • Discussão sobre moção de repúdio ao reitor e professores da UFRGS. Na foto: Vereador Rodrigo Maroni (Foto: Guilherme Almeida/CMPA)
    Vereador Rodrigo Maroni (PR) (Foto: Guilherme Almeida/CMPA)
Está em tramitação, na Câmara Municipal de Porto Alegre, o projeto do vereador Rodrigo Maroni (PR) que prevê a construção de cemitério público municipal para animais. No local, de acordo com a proposta, poderão ser construídos cinerários e recinto para exposição de animais. O projeto permite também a celebração de convênios com instituições ou empresas públicas ou privadas, ou ambas, ficando as despesas decorrentes por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas, se necessário. Se aprovada a proposta, o Executivo Municipal deverá regulamentar a nova lei no prazo de 90 dias, contados da data de sua publicação.
De acordo com Maroni, o projeto visa a conceder destino digno para os animais e a evitar o descarte inadequado de seus corpos, muitas vezes por abandono. "Antes de abandoná-los post mortem, o homem deveria ter a consciência de que está cometendo um crime. E uma solução para diminuir o grande número de descartes incorretos de corpos de animais, domésticos ou não, é dar-lhes repouso eterno em cemitério apropriado para animais." O vereador explica que as famílias tutoras de animais poderão visitá-los, quando for de sua vontade, em cemitério próprio, a exemplo do que ocorre com os seres humanos. "Essa oportunidade será de grande relevância para as famílias tutoras, uma vez que, hoje em dia, animais domésticos nada mais são do que entes familiares. Ressalte-se a importância de se mitigar o impacto ambiental causado pelos restos mortais dos animais, devendo a sociedade e o Poder Público Municipal darem toda a base e a regulamentação a essa questão, por meio da construção de cemitério de animais, seja pela Administração Pública, seja pela iniciativa privada."

Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Postado por Robson Posnik às 12:57 Nenhum comentário:

Planos funerários vendidos em Uberlândia não cobrem todos os gastos

por Cindhi Belafonte
O pagamento de planos funerários tende a tranquilizar as pessoas que contratam esse serviço quanto aos gastos que a família teria com preparação, velório e sepultamento. No entanto, os planos não oferecem cobertura completa, fazendo com que os familiares tenham que desembolsar valores que, em Uberlândia, variam de R$ 379 a R$ 3,5 mil com taxas de cemitério e aquisição de jazigos. Há ainda o valor do salão para velório, que também não está incluso em alguns convênios disponíveis na cidade, o que custa entre R$ 600 e R$ 1,2 mil, dependendo do tipo de sala e da funerária contratada.
Em Uberlândia, são oferecidos planos por três empresas diferentes. Eles cobrem, com variações, caixão, preparação simples do corpo, coroa de flores e o traslado. Os preços variam de R$ 30 a R$ 50 mensais. Não são valores fechados. A taxa é paga todos os meses até o falecimento. Os procedimentos particulares para quem não tem plano custam, em média, R$ 5 mil.
Dagma Porto é gerente de uma funerária onde o plano não cobre alguns serviços, mas dá desconto (Foto: Cleiton Borges)
Dagma Porto é gerente de uma funerária onde o plano não cobre alguns serviços, mas dá desconto (Foto: Cleiton Borges)
O diretor-geral de uma empresa que comercializa planos funerários Pedro Alves da Costa Filho, explicou que as despesas após a morte mesmo para quem tem o plano se referem a outros procedimentos. “Existem taxas municipais para sepultar, que são cobradas pelas funerárias, mas repassadas à Prefeitura. São taxas de exumação, quando é necessário e de sepultamento. Há também particularidades em cada um dos planos, que oferecem coberturas diferentes”, afirmou.
Segundo a gerente-geral de uma funerária no bairro Brasil, Dagma Porto, o plano oferecido pela empresa não cobre os valores referentes a sala de velório e preparação do corpo, mas garante desconto nesses serviços. “Temos oito salas e mais de 26 mil associados, que têm dependentes. Não podemos garantir em contrato que quem tem o plano terá a sala. Pode ser que todas estejam ocupadas. A paramentação da sala, da urna mortuária e o tule para cobrir o rosto estão incluídos”, disse Dagma Porto.
Apesar das taxas que ainda vão restar para os familiares desembolsarem após o falecimento, para a dona de casa Joana Darc Maria Silva o pagamento do plano funerário compensa. “Quando meu avô morreu, passamos muito aperto para enterrá-lo, porque não tínhamos dinheiro nem plano. Minha mãe faz um plano funerário, que pagou por mais de 20 anos. Quando ela morreu, só tivemos gasto com as taxas do cemitério. É um momento doloroso e se a gente não tem dinheiro fica ainda mais difícil.”
A avó da advogada Ana Beatriz Faina, pagou um plano de R$ 50 mensais por 25 anos. O desembolso total foi de cerca de R$ 15 mil. Mas isso não evitou que a família tivesse gastos. “Tivemos que pagar o aluguel de um local para velar. É um valor que nos pegou desprevenidos. É uma questão que as pessoas não têm como negar fazer, porque estão em um momento de tristeza e fazem o mais rápido e melhor para o ente querido, o que pode ficar caro”, disse .
Cinzas
Diferente dos planos funerários, cujos benefícios só estão garantidos enquanto há o pagamento das mensalidades, a cremação ocorre de modo diferente. É um valor fixo que pode ser parcelado. Segundo o gerente comercial de um crematório em Uberlândia Bruno Muniz, o serviço custa R$ 3 mil para pagamento antecipado, que pode ser divido em 18 vezes. “É uma espécie de direito adquirido, que a pessoa paga e pode usar, mas é individual. Ou ela usa para si, ou para um ente. Se não houver aquisição antecipada, se o contrato for posterior ao óbito, o valor sobre para R$ 3,8 mil”, afirmou Muniz.
Segundo Bruno Muniz, mesmo optando pela cremação, os serviços funerários são necessários (Foto: Celso Ribeiro)
Segundo Bruno Muniz, mesmo optando pela cremação, os serviços funerários são necessários (Foto: Celso Ribeiro)
Contudo, mesmo optando pela cremação, é preciso passar antes por um serviço funerário para a preparação do corpo e colocação na urna mortuária. “Há a possibilidade de sepultar as cinzas ou de colocá-las no columbário, que são nichos nas paredes de uma capela que temos aqui. A família decide o que fazer com os restos mortais”, disse.
Taxas de cemitério
Cemitério Campo do Bom Pastor
Jazigo perpétuo com duas gavetas: R$ 971,16
Área de arrendamento*: R$ 181
Abertura de sepulturas: R$ 195 (sem exumação) ou R$ 260 (com exumação)
Cemitério São Pedro
Não há jazigos disponíveis no cemitério
Abertura de sepulturas: R$ 160 (sem exumação) ou R$ 225 (com exumação)
Cemitério e crematório Parque dos Buritis
Jazigo perpétuo com duas gavetas: R$ 2,4 mil**
*A área é arrendada apenas por 5 anos. Após esse período, os restos mortais são retirados e a família tem seis meses para decidir o que fazer. Eles podem ser colocados em uma gaveta perpétua no ossário, que custa R$ 422 ou, se não houver manifestação da família, vão para o ossário coletivo.
**Matéria atualizada às 11h09 para correção de informações. A empresa havia informado inicialmente o valor de R$ 3,5 mil para compra sem antecipação, mas retificou a informação.
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Projeto de lei propõe cobrança de taxa para manutenção de cemitérios parques

Autor da proposta alega que cobrança é necessária para melhoria e expansão do serviço

POR Tatiane Barbosa
20/06/2016 às 07:52 AM

O vereador Paulo da Farmácia (PROS) entregou, na última sexta-feira (17/6), o Projeto de Lei Complementar que propõe mudanças na Lei 4495/71. O projeto sugere que haja cobrança de taxa de manutenção dos cemitérios.
De acordo com a proposta, a prefeitura ou entidades autorizadas podem construir e explorar os cemitérios. Paulo da Farmácia alega que a falta de cobrança dessa taxa de manutenção prejudica até as atividades filantrópicas.
Ainda em março deste ano, a redação do DM On Line esteve no cemitério parque, que está localizado entre o setor Gentil Meirelles e Urias Magalhães. A situação é de abandono por parte do poder público, além de mal iluminado, a quantidade de lixo favorecia criadouros do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue e outras doenças.
“Essa medida é necessária para que os cemitérios cumpram as suas obrigações de manutenção, conservação, melhoria e expansão dos serviços que presta à comunidade”, explica o parlamentar, autor do projeto.
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terça-feira, 14 de junho de 2016

Terapia especializada em 'luto complicado' ganha espaço no país



Moacyr Lopes Junior/Folhapress
A publicitária Rita Almeida, que perdeu um filho e criou o site "Vamos falar sobre o luto"
A publicitária Rita Almeida, que perdeu um filho e criou o site "Vamos falar sobre o luto"
SABINE RIGHETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Há sete anos, a publicitária Mariane Maciel, 38, estava se recuperando da perda da mãe, vítima de um câncer havia poucos meses, quando teve sua vida transformada mais uma vez. Seu noivo, Leo, estava entre os 228 passageiros do avião da AirFrance que caiu na costa brasileira.
Ele tinha vindo da França, onde fazia um doutorado, para formalizar o pedido de casamento a Mariane.
As duas perdas consecutivas fizeram com que a publicitária procurasse uma terapia de luto –especialidade da psicologia que visa ajudar a pessoa a processar sua perda. A modalidade, dizem especialistas, cresce no Brasil.
"Quando comecei a trabalhar com isso, ouvia piadinhas. As pessoas me perguntavam: mas luto não é normal? Pode ser ou pode não ser", diz a psicóloga Maria Helena Franco, criadora, há 20 anos, do Laboratório de Estudos do Luto na PUC-SP.
"Tínhamos poucos pacientes no começo. Hoje, temos lista de espera", diz.
No caso de Mariane, foram cinco meses de terapia de luto. Primeiro, com dois encontros na semana; depois, um. Ela procurou a clínica de psicologia especializada Quatro Estações, em São Paulo.
Nas sessões, fazia exercícios, recebia indicações de leitura e falava bastante.
"Aos 30 anos, meus amigos ainda não tinham lidado com perdas como as minhas", diz a publicitária. "Você se vê sozinho e pressionado para ficar bem logo."
Não é todo enlutado, porém, que "precisa" da terapia de luto. Quem perdeu seus entes de maneira repentina ou em situação de violência pode se beneficiar mais da abordagem. Pode ser o caso também de quem sofre o chamado luto complicado –o antigo "luto patológico".
Segundo Luciana Mazorra, especialista no atendimento a enlutados da Quatro Estações, o luto é uma oscilação entre o sofrimento da perda com momentos em que a pessoa segue a vida. "Quando o indivíduo fica preso no sofrimento e não consegue seguir a vida, o luto é complicado."
A proposta do terapeuta varia de acordo com o caso. Um dos exercícios envolve a criação de uma caixa de lembranças da pessoa que morreu, conta Luciana. Mas, para quem se sente desconfortável, há outras propostas.
A também publicitária Rita Almeida, 56, fez terapia de luto e terapia convencional –que já fazia antes– após a morte de seu filho, Paulo, 28, há quatro anos. Ela recebeu a notícia pelo telefone. O filho estava trabalhando em Londres. "As pessoas não querem falar sobre morte", diz. "A terapia de luto me ajudou a entender o que eu estava sentindo. Você descobre formas de conviver com a dor."
O luto das mães também é bastante valorizado –incluindo a perda gestacional.
"Haverá momentos de muita tristeza ao longo da vida", diz Ana Beatriz dos Santos, psicóloga do HC da USP e membro do Laboratório de Estudos sobre a Morte da USP.
Mães que perderam seus filhos costumam ser ativas em grupos de ajuda. Rita ajudou a criar o "Vamos falar sobre o luto", site que reúne histórias de enlutados e é comandado por sete amigas com diferentes experiências –incluindo Mariane.
"Há uma espécie de cerco do silêncio. Quem sofre, quem está doente ou por perto evita falar sobre o assunto", diz Ana Beatriz. Para quem está convivendo com enlutados, a indicação é estar por perto e ouvir sempre que a pessoa quiser falar a respeito.



luto

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quinta-feira, 9 de junho de 2016

Crematório de SP entrega cinzas em sacolas plásticas


A falta de urnas para colocar as cinzas de pessoas cremadas tem levado o Crematório Municipal da Vila Alpina, na zona leste de São Paulo, a devolver os restos mortais aos familiares em sacos plásticos. O problema acontece ao menos desde março deste ano e tem causado indignação de famílias como a do empresário aposentado Fernando Martins Pizo, de 78 anos.
No dia 18 de maio, ele cremou o corpo da filha, Daniella Paula, de 44 anos, que lutara durante quatro anos contra um tumor raro no cérebro. Dez dias depois, a família se preparou para retirar as cinzas da pedagoga e despejá-las no jardim de uma igreja, mas a homenagem foi frustrada quando o irmão dela chegou ao local com os restos mortais em uma sacola.
“Foi uma das coisas mais terríveis e desrespeitosas pelas quais já passei, uma tristeza imensa para toda família”, relata Pizo. “Entregaram as cinzas da minha filha em um saco de feira com um nó na ponta. Isso choca. Perder um filho é uma tristeza muito grande. Imagina receber as cinzas dele em um saquinho como se fosse cimento”, lamentou.
Pizo já havia pago R$ 577,04 pela cremação e a família disse não ter sido avisada sobre a falta de urnas, que são vendidas à parte aos familiares. Segundo o Serviço Funerário Municipal, o estoque de urnas cinerárias no valor de R$ 178,28 acabou em janeiro e as urnas que custam R$ 435 se esgotaram em março. De acordo com o órgão, novos produtos estão sendo licitados e devem ser colocados à venda em julho.
O órgão diz informar sobre a falta de urnas verbalmente e por escrito junto com a documentação entregue aos familiares. O problema já havia acontecido em 2012 e fez com que o vereador Nelo Rodolfo (PMDB) pedisse uma auditoria no Serviço Funerário ao Tribunal de Contas do Município (TCM).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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quarta-feira, 8 de junho de 2016

Um Carnaval de vida floresce no território dos mortos em Cabul

MUJIB MASHAL
DO "NEW YORK TIMES", EM CABUL (AFEGANISTÃO)
07/06/2016 11h00

O ponto de encontro das crianças é o túmulo de uma certa Bibi Jawaher. Ela morreu há 27 anos, a inscrição em sua lápide está tão desbotada que você tem que passar os dedos sobre ela para entender totalmente o seu nome e o ano da sua morte.
Mas a boa localização do seu lugar de descanso, em uma pequena colina no meio do vasto cemitério Kart-e-Sakhi em Cabul ocidental, dá a um grupo de jovens trabalhadores uma vista deslumbrante para potenciais clientes que visitam as milhares de sepulturas que pontilham a montanha.

Cemitério em Cabul tem piqueniques e algodão-doce aos fins de semana

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Adam Ferguson/The New York Times
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Aqui está um joalheiro de meia-idade fazendo sua peregrinação semanal à mãe, que morreu de câncer; ele paga um dinheiro extra para que o túmulo dela seja lavado com a precisão de um banho de esponja. Aqui está a mãe angustiada por pesadelos de que o túmulo do seu filho de 15 anos, que cometeu suicídio depois de um fracasso amoroso, seja engolido por chamas. Ela visita o cemitério regularmente para verificar a lápide, que mostra um retrato do seu filho vestindo jaqueta e gravata, e oferece às crianças um pouco de água para ser borrifada, ritualmente, sobre o túmulo.
O ato de jogar água em sepulturas é uma tradição antiga no Afeganistão. Acredita-se que isso mantém a memória do falecido fresca e os ajuda a serem absolvidos dos pecados que cometeram em vida.
Bem sobre o corpo de Jawaher, as crianças esperam com seus baldes grandes, carregados em um poço de um santuário das redondezas e transportados em suas costas. Quando elas encontram um cliente, correm com baldes menores, muitas vezes brigando entre si pelo caminho. Mas no final elas sempre mantêm um código tácito: quando uma delas consegue um cliente, o resto se retira e imediatamente recomeça a vasculhar o lugar em busca da próxima oportunidade.
As crianças buscam diversão onde podem, mas o negócio delas é sério. Põem comida na mesa das suas famílias. Elas fazem cerca de 10 afegãos por cada pequeno balde que borrifam —o preço de um pedaço de pão, cerca de 15 centavos (aproximadamente R$ 0,50). Em dias de sorte, conseguem muito mais graças às gorjetas, algumas tão generosas como US$ 10 (R$ 35) ou até US$ 20 (R$ 70), o que marca a sepultura em questão como um lugar de sorte, diferente em suas memórias.
Elas acabaram tendo de contar com a dura realidade da vida no Afeganistão: depois de décadas de guerra e tragédias incrivelmente frequentes, cada vez mais famílias afegãs têm algum tipo de negócio em cemitérios de Cabul, onde se concentra uma parte cada vez maior do cotidiano.
"Ajmal normalmente joga a água sem pedir permissão", disse Jamshid, 10, que se une a ele em dias de muito trabalho. É uma tática eficaz: uma vez que a água é borrifada, o visitante do falecido tem de pagar.
"Quem está dizendo que eu faço isso?", queixou-se Ajmal, também de dez anos. "Está bem. Talvez eu tenha feito isso uma vez. Ou duas."
Atrás deles, outro menino estava montado na lápide de Jawaher como se estivesse em um cavalo de brinquedo.
"Nós não a deixamos suja assim", disse Jamshid, sobre sua base ao lado da sepultura. "Nós lavamos o túmulo com a água que nos sobra antes de irmos para casa."
RINHAS E ALGODÃO-DOCE
O cemitério de Kart-e-Sakhi ganha vida às quintas e sextas-feiras, o fim de semana afegão. Lápides específicas se tornaram pontos de referência para novas comunidades, algumas transitórias, outras mais permanentes.
Crianças com mãos rachadas brincam com bolinhas de gude na sepultura de Zaher Turkman. Dois homens fumam maconha perto do túmulo de Sayed Rohullah Sadat. (No final, eles eram policiais.) Um estudante universitário, usando uma jaqueta azul e segurando suas anotações de classe, caminha entre as sepulturas, tentando memorizá-las antes de um exame.
O cemitério é uma dádiva de Deus para os jovens amantes, um lugar de privacidade, onde, com um manto de luto estabelecido ao seu redor, podem falar por telefone sem as interrupções ocasionadas pela barulheira que em outros lugares é muito normal aqui. Em um canto distante, escondido, duas adolescentes se sentam na beira de uma sepultura, uma delas fala ao telefone, sorrindo e ficando ruborizada. Um vendedor de algodão-doce circula em uma bicicleta.
Todo fim de semana, há rinhas no túmulo de Sayed Faqir Hussain. Os homens sentam-se em círculo, e as aves treinadas são trazidas debaixo dos braços dos seus proprietários. O mestre-de-cerimônia do jogo, seu padrinho e árbitro, é Said Gul Agha, que atende pelo apelido de "O Mecânico", sua vocação nos dias úteis.
As sepulturas em Kart-e-Sakhi se tornaram chamativamente decoradas recentemente. Sempre houve padrões florais e poéticos, mas agora há várias lápides com retratos gravados e até cartazes pendurados nas grades que cercam as sepulturas.
A nova safra de lápides decoradas é uma amostra, em sua maioria, do trabalho de um artista, Muhammad Zahir, que deixa seu endereço e número de telefone na parte inferior de cada obra.
Zahir trabalhou 25 anos como operário no Irã, onde aprendeu a fazer esculturas, lareiras e fontes de pedra. Fazer retratos em lápides era uma pequena parte do seu negócio.
Quando voltou ao Afeganistão, há mais de uma década, primeiro tentou trabalhar com esculturas, lareiras e fontes. Elas tiveram uma boa venda durante a enxurrada de dinheiro ocasionada pela massiva presença militar internacional, mas as vendas caíram e depois pararam.
"Só nos restou fazer essas lápides", disse ele, "porque morrer é fácil aqui".
SEM ESPAÇO
Em Cabul, uma cidade pequena, mas superpovoada e não planejada, a logística de lidar com a morte em uma taxa tão rápida ao longo de três décadas trouxe dilemas.
"Estamos enfrentando uma falta de espaço para cemitérios na cidade", disse Abdul Rahman Ahmadzai, diretor do departamento do Ministério de Assuntos Religiosos que supervisiona os cerca de 30 cemitérios de Cabul, 12 deles enormes, como Kart-e-Sakhi.
Desde a guerra civil, que começou na década de 80, cemitérios não planejados surgiram por toda a cidade. Na década de 90, quando a luta entre facções se intensificou, as pessoas mal podiam sair por medo dos rojões, então muitas vezes enterravam seus entes queridos em qualquer pedaço de terra que encontravam. Agora, cada túmulo representa uma disputa de terra que deve ser solucionada pelo governo.
"Nossa política é que, qualquer que seja o lugar em que corpos são enterrados, ele se torna automaticamente propriedade do governo", disse Ahmadzai. "Se for uma propriedade das pessoas, o governo lhes dá propriedades em outros lugares."
O departamento de Ahmadzai tem trabalhado na aquisição de terras em distritos fora dos portões da cidade, para mover os cemitérios para lá. E ele limitou rigidamente o espaço para sepulturas individuais: 1,5 m por 2,5 m, dimensão que, segundo ele, é requerida de acordo com a sharia (lei islâmica).
Ahmadzai sabe das atividades das crianças em Kart-e-Sakhi, claro. Isso acontece em todos os lugares, e há uma tradição reconfortante por trás disso, disse. "A pulverização de água é boa, porque se os mortos pecaram, sabemos que mesmo a menor planta louva a Deus, e a água pode ajudar plantas e ervas daninhas a crescer."
REUNIDOS POR DINHEIRO
Os próprios jovens trabalhadores, que oscilam entre 5 e 13 anos, têm preocupações mais mundanas em suas mentes, em sua maioria. Eles foram endurecidos pela concorrência, pelas circunstâncias difíceis e pela multidão com que se misturam.
Em uma quinta-feira à noite no final do outono, as crianças esperavam que aparecesse trabalho no túmulo de Jawaher. O cemitério estava tranquilo. Um menino, Edris, com roupas sujas e o rosto cheio de marcas, com catarro escorrendo do nariz, montou na lápide da pobre mulher, balançando-se para a frente e para trás. (Em uma visita feita apenas uma semana depois, a lápide de Jawaher seria encontrada em pedaços.)
Edris não parecia ter mais do que seis anos, mas foi indagado sobre quantos anos tinha. Ele contou os dedos e disse: "Vinte e dois". Em que série está? "Assim", disse ele, mostrando os dedos das duas mãos: "Vinte e dois".
"Ele fica aqui o dia inteiro, e vai para casa conosco à noite", disse Ajmal. "Quando sua família muda a roupa dele, ele não gosta. Ele veste a suja de novo e vem para cá."
Tradução de DENISE MOTA
Postado por Robson Posnik às 11:42 Nenhum comentário:

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Empresa funerária cria lápide na forma de iPhone

Empresa funerária cria lápide na forma de iPhone

por Fernando Moreira
01/06/2016 09:38
Lápide com formato de iPhone
Os pedidos se multiplicam. A empresa russa Autograph criou uma lápide com a forma de um iPhone.
A lápide à la Apple custa o equivalente a cerca de R$ 3.900 e é feita com basalto proveniente da Ucrânia.
A companhia agora vai ampliar o serviço fúnebre, fazendo lápide com a forma de smartphone da Samsung, contou o "Siberian Times".
Postado por Robson Posnik às 14:14 Nenhum comentário:
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