quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Falta de manutenção atrapalha quem vai visitar túmulos em cemitério de Florianópolis


O mato alto e a falta de manutenção do cemitério São Francisco de Assis, o maior de Florianópolis, localizado no bairro Itacorubi, são alvo de reclamação de quem vai visitar os túmulos de familiares e amigos no local. Em março do ano passado, a prefeitura firmou um convênio com o governo do Estado para que detentos do regime semiaberto realizassem a limpeza da área, mas eles só trabalharam lá durante um dia. Cada preso receberia pelo serviço um salário mínimo e teria um dia reduzido da pena.

Elizabeth Nunes da Silva, operadora de caixa, esteve no cemitério visitando o túmulo de uma amiga e ficou indignada com a falta de cuidados com o local. “Não tem nem como acender uma vela. Eu vim aqui na sepultura da minha amiga e não teve como. Eu tive que arrancar o mato com a mão para poder acender uma vela”, reclamou ela, que se perguntava onde estavam os detentos que iriam cuidar do cemitério.
Outra pessoa que ficou bastante incomodada com a situação foi Adriana Maria Fernandes, atendente de farmácia, que sepultou a mãe no início desta semana e escorregou quando foi visitar o túmulo de seu pai. Ela voltou no dia seguinte com uma enxada para tentar tirar um pouco do mato que estava no caminho para as sepulturas. “Não é frescura. Não tem mesmo condições. Eu já rasguei várias luvas aqui tentando fazer o trabalho. Estou desanimada e vou voltar outro dia para tentar limpar isso aqui, porque hoje realmente eu não consegui”, contou Adriana.
No meio do mato que tomou conta da maior parte do cemitério, é possível encontrar cobras e caramujos africanos. Além disso, alguns dos vasos de flores que ficam em cima de túmulos estão cheios de água, se tornando focos de criação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e da febre chikungunya.

A secretaria de Serviços Públicos da prefeitura municipal informou que o convênio com o governo do Estado continua ativo. Porém, os detentos que deveriam trabalhar no cemitério do Itacorubi foram realocados para outras áreas da cidade em função da chuva que atingiu Florianópolis em janeiro. Na tarde desta quarta-feira, foi realizada uma reunião com a prefeitura e a Comcap para estabelecer um cronograma permanente de limpeza do cemitério, que provavelmente irá ficar sob a responsabilidade da autarquia.
A prefeitura também explicou que a mão de obra carcerária para fazer a manutenção e a limpeza dos cemitérios públicos de Florianópolis custa cinco vezes menos que a contratação de uma empresa terceirizada. Cada detento receberia um salário mínimo e teria reduzido um dia da pena pelo serviço.


Mato alto prejudica a visita de moradores em um dos cemitérios da Capital - RICTV Record/Reprodução/ND
Mato alto prejudica a visita de moradores em um dos cemitérios da Capital - RICTV Record/Reprodução/ND



Cobras e caramujos também podem ser encontrados pelo cemitério - RICTV Record/Reprodução/ND
Cobras e caramujos também podem ser encontrados pelo cemitério - RICTV Record/Reprodução/ND



Confira a reportagem do Balanço Geral Florianópolis:

Nenhum comentário: