O mato alto e a falta de manutenção do cemitério
São Francisco de Assis, o maior de Florianópolis, localizado no bairro
Itacorubi, são alvo de reclamação de quem vai visitar os túmulos de familiares
e amigos no local. Em março do ano passado, a prefeitura firmou um convênio com
o governo do Estado para que detentos do regime semiaberto realizassem a
limpeza da área, mas eles só trabalharam lá durante um dia. Cada preso
receberia pelo serviço um salário mínimo e teria um dia reduzido da pena.
Elizabeth Nunes da Silva, operadora de caixa,
esteve no cemitério visitando o túmulo de uma amiga e ficou indignada com a
falta de cuidados com o local. “Não tem nem como acender uma vela. Eu vim aqui
na sepultura da minha amiga e não teve como. Eu tive que arrancar o mato com a
mão para poder acender uma vela”, reclamou ela, que se perguntava onde estavam
os detentos que iriam cuidar do cemitério.
Outra pessoa que ficou bastante incomodada com a
situação foi Adriana Maria Fernandes, atendente de farmácia, que sepultou a mãe
no início desta semana e escorregou quando foi visitar o túmulo de seu pai. Ela
voltou no dia seguinte com uma enxada para tentar tirar um pouco do mato que
estava no caminho para as sepulturas. “Não é frescura. Não tem mesmo condições.
Eu já rasguei várias luvas aqui tentando fazer o trabalho. Estou desanimada e
vou voltar outro dia para tentar limpar isso aqui, porque hoje realmente eu não
consegui”, contou Adriana.
No meio do mato que tomou conta da maior parte do
cemitério, é possível encontrar cobras e caramujos africanos. Além disso,
alguns dos vasos de flores que ficam em cima de túmulos estão cheios de água,
se tornando focos de criação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e
da febre chikungunya.
A secretaria de Serviços Públicos da prefeitura
municipal informou que o convênio com o governo do Estado continua ativo.
Porém, os detentos que deveriam trabalhar no cemitério do Itacorubi foram
realocados para outras áreas da cidade em função da chuva que atingiu
Florianópolis em janeiro. Na tarde desta quarta-feira, foi realizada uma
reunião com a prefeitura e a Comcap para estabelecer um cronograma permanente
de limpeza do cemitério, que provavelmente irá ficar sob a responsabilidade da
autarquia.
A prefeitura também explicou que a mão de obra
carcerária para fazer a manutenção e a limpeza dos cemitérios públicos de
Florianópolis custa cinco vezes menos que a contratação de uma empresa
terceirizada. Cada detento receberia um salário mínimo e teria reduzido um dia
da pena pelo serviço.


Confira a reportagem do Balanço Geral Florianópolis:
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