terça-feira, 30 de agosto de 2011

Espanha pode ter cemitério de corpos congelados para ressuscitá-los

Cientistas devem construir na Espanha um cemitério para corpos humanos congelados, na tentativa de conservá-los enquanto a ciência avança nos estudos que poderiam ressuscitá-los. O primeiro deles, o Cemitério-Laboratório Ibero-Americano de Criopreservação, poderá ser abrigado na Espanha.

Ainda não há data para a construção do cemitério. Estima-se que ele seja capaz de receber 500 corpos e que custe cerca de R$ 100 milhões, de acordo com o diretor da recém-criada Associação Ibero-Americana de Criopreservação, Francisco Roldán.

"Ficção científica? Se quiserem chamar assim, pois que chamem. Milhares de anos atrás os homens sonhavam voar e não imaginavam que um dia o faríamos em um avião", disse ele à "BBC Brasil".

O investimento é sem garantias e vai custar em torno de R$ 140 mil por cadáver. O corpo ficará congelado a -196 graus em um caixão de alta tecnologia industrial.

Opiniões divergem
A construção do cemitério e a ideia de ressuscitação fazem com que surjam discussões sobre a validade ou não dessa iniciativa.
O porta-voz da Comissão de Ética da Organização Médica Nacional disse à "BBC Brasil" que "não se trata de impedir os avanços da ciência, nem de criar falsas expectativas. Mas de saber quais são os limites médicos, humanos e até divinos, se for o caso."
Para o pesquisador Ramón Risco Delgado, chefe do Departamento de Criopreservação da Universidade de Sevilha, "em mais de 50 anos de tentativas, no máximo a ciência conseguiu reviver o rim de um coelho e o útero de um rato. Conservar um cadáver humano congelado com a esperança de ressuscitá-lo no futuro não tem sentido. É um engano absoluto".
Roldam explica que "com estas técnicas corremos contra o relógio. Assim que se constata a morte legal, o cérebro continua enviando impulsos elétricos durante uns instantes. E é durante esse tempo que aplicamos a vitrificação".
A Associação Ibero-Americana de Criopreservação diz que os primeiros sinais das possibilidades de ressuscitação já existem, e usam o exemplo dos óvulos humanos para fecundação.

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