quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Paralisação do serviço funerário continua atrasando enterros em São Paulo


Famílias chegam aos cemitérios sem previsão de quando os sepultamentos serão realizados. "Situação é lamentável", diz servidor

Com a segunda paralisação neste ano do serviço funerário, grandes cemitérios de São Paulo enfrentam problemas com sepultamentos e retirada de corpos dos hospitais. Cerca de 1.366 funcionários (faxineiros, sepultadores e motoristas) estão em greve desde terça-feira (30). Segundo a Secretaria Municipal de Serviços, novas contratações foram realizadas, nesta tarde de quarta-feira, para aulixar o andamento nos principais cemitérios da cidade.
O órgão afirmou que 15 novos carros funerários de empresas particulares estão participando da retirada dos corpos até os cemitérios. Porém, a secretaria não soube especificar para qual cemintério o serviço contratado foi direcionado.

Já no Cemitério da Saudade, na região de São Miguel Paulista, a situação é "caótica", segundo funcionária do local. "Aqui sepultadores e motoristas entraram em greve. As famílias chegam aqui sem hora para sair", explica. Segundo ela, ao receber uma família já explica que a espera é indeterminada.
Funcionários do Cemitério Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da cidade, informam que a situação continua complicada no local. A espera para o recebimento do corpo e início do processo de sepultamento não ocorre em menos de 5h. "É lamentável, não temos o que fazer", explica um servidor que não quis ter o nome revelado.  
Foto: AE
Funcionários de empresa terceirizada realizam os sepultamentos no Cemitério da Vila Formosa, na zona leste
Ainda nesta tarde, funcionários da empresa terceirizada, contratada para serviços de limpeza, realizavam os sepultamentos no Cemitério da Vila Formosa, na região leste. Na parte da manhã, a prefeitura já havia deslocado a Guarda Civil Metropolitana (GCM) para o transporte dos corpos. A fila para a liberação dos cadáveres cresceu ao longo do dia. Enterros precisaram ser até cancelados no Cemitério Vila Alpina, na também na zona leste da capital.
Greve
Os funcionários do serviço funerário exigem um reajuste de 39,79%, referente ao período entre 2004 e 2010, além de plano de carreira e melhores condições de trabalho. "Nossa pauta de reivindicações foi entregue em fevereiro e até agora não responderam nada", afirma Irene Batista de Paula, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo (Sindsep). Ela diz que houve uma reunião com a prefeitura quarta à tarde, mas nenhum secretário apareceu.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que "considera inadmissível e repudia a paralisação, que é considerada ilegal pela Justiça, por tratar-se de serviço essencial à população". O governo ainda alega sempre ter mantido o diálogo com os representantes dos servidores e considerou essencial o apoio da Guarda Civil Metropolitana. "O apoio da GCM e de funcionários terceirizados foi fundamental para que mantivéssemos os serviços de traslado e sepultamento".

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