A família
da pequena Jhenifer Laís registrou um boletim de ocorrência contra um
coveiro do cemitério São João Batista em Cruzeiro do Sul, interior do
Acre. Segundo a família, o servidor teria se negado a enterrar a bebê,
que morreu na sexta-feira (16), na Maternidade da cidade, após nascer
prematura e passar cinco dias na UTI. Um vídeo, gravado pela família,
mostra os familiares fazendo o sepultamento da menina.
“ O sepultamento foi trágico, parecia um filme de terror. Já é triste
ter que enterrar uma criança, imagine ver sua própria família enterrando
sua neta. Chegamos no cemitério e passamos por constrangimento. O
coveiro pediu para a gente chegar ao cemitério antes da 11h, senão, ele
não esperava para sepultar. Chegamos ao cemitério às 10h54. Ele já tinha
saído e deixado tudo fechado”, conta a avó da menina, Maria Zilmar, de
36 anos.
O coveiro Valdecir Silva, de 53 anos, diz que não se negou a sepultar a
criança. Ele afirma que tinha ido almoçar, quando a família chegou com o
corpo.
“O pessoal da família está aumentando. Estou me recuperando de uma
malária. Eu disse para uma senhora que estava com dificuldade de cavar a
cova e ela disse que cavava. Entreguei o enxadeco, ela foi cavando e eu
retirando o barro e acertando a cova com uma trincha. Quando
terminamos, uma moça ligou e disse que não tinha hora para chegar ao
cemitério, pois não tinha chegado o caixão”, alega.
A família diz ainda que o coveiro entregou uma enxada para que a bisavó da criança cavasse a cova.
“Mandei gravar um vídeo da minha mãe e meus familiares fazendo o
sepultamento da minha neta. Espero que as autoridades punam esse rapaz.
Estou indo na delegacia registrar um boletim de ocorrência. Se o coveiro
estava doente, que entrasse com um atestado médico para que outro
pudesse trabalhar em seu lugar”, desabafa.
Abalada, a mãe da criança, uma adolescente de 16 anos, não quis falar
sobre o caso. O coveiro afirma ainda que o sepultamento foi irregular.
“Acertamos que íamos para casa almoçar. Neste intervalo, chegaram com o
corpo e enterraram sem meu consentimento, de maneira irregular, sem
apresentar a guia de sepultamento. Nunca me recusei a sepultar ninguém.
Tenho 13 anos de trabalho e sempre atendo a todos, sem nenhuma
distinção”, finaliza.
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