quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Coveiro: uma profissão de arrepiar

Hoje é comemorado o Dia de Finados, os floricultores comemoram e  os cemitérios ficam lotados de pessoas e de sentimentos, divididos entre saudade e tristeza.
Para uma profissão em especial o dia de finados não se resume a 2 de novembro, mas sim ao ano todo. Os coveiros são os responsáveis por preparar as covas onde serão enterrados os falecidos e fazer a exumação de restos mortais. Seu local de trabalho é um cemitério, sua companhia consiste em além de cadáveres, baratas e escorpiões.
Esses são alguns dos motivos que fazem com que os coveiros sejam conhecidos com "Administradores de Cemitério"  e também  com que muitas pessoas tenham uma opinião em comum: é uma profissão de causar arrepios.
Como toda profissão os coveiros tem suas normas, uma das principais é não demonstrar sentimentos. Apesar de cavar, preparar as covas e baixar os corpos ser uma papel de protagonista em um enterro, os coveiros devem permanecer "invisíveis" respeitando e ficando indiferente a dor e a tristeza dos presentes.
O Ribeirão Preto Online conversou com o  coveiro Nilton César,  que trabalha no cemitério da Avenida Saudade há 2 anos e meio, e ele nos falou o dia a dia da sua profissão.
Nilton contou que trabalha da 7h às 18h tirando medidas e cavando valas para os caixões, quando há enterros, ele reboca o túmulo e desce os corpos. Ele ainda ressaltou que a parte mais difícil do trabalho é a exumação de corpo,feita depois de 3 anos do falecimento o trabalho consciste em abrir o caixão, retirar os restos mortais e colocar em uma urna. “ A gente fica exumando as covas e recolhemos ossos com cabelo e tudo, os cabelos e os dentes ficam intactos” disse.
Ele ainda contou, que apesar do medo das pessoas em relação aos cemitérios, nunca ocorreu nada de incomum ou perigoso no trabalho. “ Eu nunca vi nada estranho e não soube de nenhum caso de roubo ou invasão desde que estou aqui”.
Hoje, quando muitas pessoas visitam os cemitérios prestando homenagens aos falecidos, coveiros como Nilton César se preparam para quarta feira,  quando o cemitério deixa de ser um lugar de homenagens para voltar a ser o seu local de trabalho.

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