segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ex-vendedor de flores no cemitério hoje lucra com floricultura virtual

Clóvis Souza, proprietário da Giuliana Flores

 

Clóvis Souza, proprietário da Giuliana Flores

Vender flores em um cemitério foi o que mostrou ao empreendedor Clóvis Souza, fundador da Giuliana Flores, o caminho para o sucesso. Aos 10 anos, ele era ajudante em uma floricultura vizinha do Cemitério da Quarta Parada, na Mooca, em São Paulo, e, durante a adolescência, montava arranjos e prestava serviços a diversas lojas.
Em 1990, aos 19 anos, uma oportunidade despertou seu tino empreendedor. “Fui com um amigo colocar uma placa de ‘aluga-se’ em um imóvel e vi que era um excelente ponto comercial. Em vez de colocarmos a placa, fomos para a imobiliária e aluguei, assim, sem nenhum planejamento”, diz. Ali, abriu sua primeira floricultura.
A aposta se mostrou promissora ao unir boa localização, numa avenida movimentada em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, com o conhecimento técnico que ele já tinha. Além disso, sua então pouca experiência já havia lhe dado a noção de que, para ter sucesso, era preciso fazer coisas novas para se diferenciar da concorrência.
O empreendedor ia para Embu das Artes (27 km a oeste de São Paulo) comprar peças de madeira para incrementar os arranjos, possuía um catálogo com fotos e códigos para fazer vendas por telefone e até a decoração da loja era diferente. “Tinha cipós pendurados do teto ao chão, o que era muito legal para a época. As floriculturas eram muito tradicionais.”
Apesar do tino para a inovação, faltava-lhe o conhecimento em gestão de empresas. “Eu sabia que tinha que comprar flores, produzir os arranjos, vender e entregar. Meu primeiro funcionário foi um motorista, para eu poder ficar mais tempo na loja. Fui aprendendo com o tempo a colocar preços nos produtos e a cuidar das contas para ter lucro”, afirma.

Expansão só veio com a internet

Dez anos depois, com a loja já consolidada, ele resolveu apostar em outro mercado promissor: a internet. Mas não se arriscou nesse universo sozinho. Por não ter conhecimento em comércio eletrônico, ele investiu. Contratou especialistas e alugou uma plataforma web para o processamento das compras.
Após quatro anos, a empresa deslanchou com a construção de uma estrutura própria de tecnologia da informação e com a contratação de mais profissionais, inclusive uma equipe de marketing on-line. Hoje, é uma das maiores no comércio virtual de flores, com 18 mil pedidos por mês, em média, entregues em cinco mil cidades do Brasil.
“Eu não vendo flores, eu vendo logística. A pessoa que compra flor é ansiosa, é um produto emocional, que tem que chegar no dia certo”, declara Souza. Ele conta que a empresa investe em tecnologia, como envio de mensagem no celular para confirmação da entrega, possui parceria com três transportadoras e realiza entregas de manhã, à tarde e à noite.
Entretanto, chegar a esse modelo levou um tempo. “No início, eu queria vender tudo para todos os lugares, mas nem todos os produtos podem viajar. Eu tive que aprimorar embalagens, ver o que pode ser manuseado ou não. Hoje, a oferta de produtos no site é separada entre ‘Para todo o Brasil’ e ‘Grande São Paulo’”, declara.

Produção é centralizada para garantir padrão


  • Divulgação
  •     Loja física cresceu, mas 60% do faturamento da empresa é proveniente das vendas online
Todos os produtos saem de um centro de produção único. O empreendedor explica que não é possível estabelecer parcerias com floriculturas locais de outras regiões do Brasil porque a empresa oferece produtos de empresas parceiras que não estão presentes em todos os lugares, como as chocolaterias Kopenhagen e Havanna.
A loja que começou com 32 metros quadrados hoje possui 560 metros quadrados e 12 funcionários. No site, que tem operação separada, são 127 funcionários. A loja virtual é fornecedora de grandes varejistas online, como Extra, Casas Bahia, Ponto Frio, Americanas.com, Ricardo Eletro, entre outros, e responde por 60% do faturamento da empresa.
O sucesso é tão grande que Souza lançou outras duas empresas virtuais: a Nova Flor, que também vende flores, mas com foco na nova classe média, e a Cestas Michelli, especializada em cestas de café da manhã e outras ocasiões.

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