Assíduos, frequentadores usam espaço para tocar instrumentos, fotografar, ler e estudar
Adriano Conter | 01/11/2011
Adenílson Silva: sempre que dá, usa o horário de almoço para ler no Cemitério da Consolação
Adriano Conter
Adenílson Silva, 39 anos, trabalha como programador ao lado do Cemitério dos Protestantes, ou da Consolação, como é mais conhecida a necrópole. Há oito anos, sempre que dá, ele usa o horário de almoço para ler na companhia de Tarsila do Amaral e da marquesa de Santos, enterradas ali. “É um local onde encontro paz”, afirma, para estranhamento dos amigos.
Se o cemitério é cenário de histórias de assombração para alguns, Silva não dá ouvidos e já até acostumou a filha a fazer o mesmo. “Ela gosta de ir comigo para fotografar”, conta.
Em São Paulo, são comuns passeios fotográficos nas necrópoles, que atraem interessados graças a obras de artistas famosos como “Grande Anjo”, de Victor Brecheret, também na Consolação.
Kléber Gouvêa, 27, organiza esse tipo de atividade. Analista de processos e fã do Cemitério do Araçá, ele tem interesse por esses espaços desde criança. Gouvêa conta que chegou a administrar uma comunidade do Orkut sobre o assunto. Ele diz que muitos ainda têm receio de participar, mas são vencidos pela curiosidade. “As visitas geram interesse histórico e artístico.”
Arquivo Pessoal
Kléber Gouvêa: passeios no cemitério para fotografar
O coveiro Rogério Alves, 28, conta que Geraissate não é o único que usa a necrópole de “estúdio” para ensaios. Ele diz que também há um trompetista que aproveita a paz do local para praticar. “É comum que as pessoas venham aqui para passar o tempo”, finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário