sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Morrer em São Paulo custa de R$ 250 a R$ 15 mil


  • Doadores de órgãos e famílias de baixa renda têm serviço de graça


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    No enterro gratuito, família tem direito a uma coroa de flores e a 30 minutos de exposição na capela

    R7

    Apesar de a morte chegar para todos, o modo de encarar a despedida pode variar bastante. Na cidade de São Paulo, todos os serviços funerários são realizados por agências municipais ligadas à prefeitura.

    O valor total do procedimento, que inclui caixão, transporte, entre outros procedimentos, varia de R$ 250 a R$ 15 mil. No quadro abaixo, veja todos os custos discriminados por produto e serviço.

    O custo do funeral vai depender do modelo da urna funerária escolhida pela família. Dessa forma, quanto maior o preço do caixão, mais altas serão as taxas.
    sso acontece porque o serviço funerário é uma autarquia. Toda arrecadação é utilizada para que aqueles que não têm como arcar com as despesas possam ter o serviço de graça.

    Para o sepultamento gratuito, basta a família levar os documentos exigidos até uma agência do serviço funerário e dizer que não tem condições para pagar.

    Neste caso, o corpo poderá ser enterrado somente nos cemitérios públicos Vila Formosa, na zona leste da capital paulista, São Luís, zona sul, Vila Nova Cachoeirinha, zona norte, e Dom Bosco, na zona oeste.

    No sepultamento de graça a família tem direito a uma coroa de flores e a 30 minutos de exposição na capela do cemitério para despedidas.

    Planos

    O funeral mais barato tem sepultamento em quadra geral, inclui caixão e tudo sai por R$ 253,25. O plano não dá direito a velório, mas a urna fica em exposição durante 30 minutos na capela do próprio cemitério para que os familiares prestem suas últimas homenagens.

    Muitos acham que cremações são muito mais caras. No entanto, a diferença de preço entre o sepultamento mais barato e a cremação mais em conta é de apenas R$ 42,80.

    Com a urna funerária mais cara, a diferença aumenta. Com todos os serviços opcionais, o valor do funeral pode chegar até R$ 12.371,55 com sepultamento ou R$ 15.370,30 com cremação.

    Em ambos os casos, o serviço inclui coroas de flores, enfeite floral na urna funerária, mesa de condolências, velas e velório municipal.

    O número de cremações ainda é bastante reduzido na cidade, já que não faz parte da tradição brasileira. Todos os dias há, em média, 250 mortes. Em 180 delas ocorre o sepultamento.

    Para a cremação, é necessário um atestado de óbito assinado por dois médicos e a autorização de um familiar de primeiro grau (pais, cônjuge ou filhos).

    Quem faz questão de ser cremado ao morrer, deve deixar o desejo registrado em cartório.
    Cuidados
    Na capital paulista, todos os serviços funerários são realizados por agências municipais. Por esse motivo, agentes aconselham os familiares para que não aceitem nenhum serviço oferecido por terceiros em hospitais ou cemitérios. Tudo deve ser contratado na agência, onde há a emissão de nota fiscal.

    Um familiar de primeiro grau deve fechar o contrato, já que tem maior conhecimento sobre o morto. É necessário saber peso e altura da vítima para determinar o tamanho do caixão.

    Caso os familiares estejam muito abalados, é indicado estar acompanhado com um amigo ou alguém que esteja em condições de assimilar as instruções dadas pelo agente. Só é permitida a entrada de duas pessoas no atendimento.

    Formas de pagamento

    O pagamento pode ser feito em dinheiro, cheques ou cartões de débito e crédito. É possível parcelar a compra em até três vezes por meio do cartão. A encomenda de flores pela agência só pode ser paga à vista.

    A partir do pagamento, a agência tem o prazo de três horas para a remoção do corpo.

    Muitas empresas e seguradoras cobrem despesas funerárias. Nestes casos, na maior parte das vezes, a família é acompanhada por um representante na hora da contratação dos serviços ou a agência faz a emissão de um boleto para a empresa com prazo de 30 dias.

    Exumação
    Após cinco anos, os restos mortais serão exumados. Caso a família continue sem recursos, ela será convidada a assinar um termo para que os restos sejam transferidos a um ossário geral.

    Se os familiares desejarem que os ossos sejam transferidos para um ambiente particular, terão que pagar também o aluguel retroativo do cemitério.

    A família de um doador de órgãos para transplante médico não precisa pagar caixão, transporte, velório e sepultamento. Véu, velas e flores também são grátis.

    Tudo isso é definido pela Lei 11.479/94, regulamentada pelo Decreto 35.198/95. A família deve levar, além dos documentos exigidos, a declaração de doação de órgãos fornecida pelo hospital. 
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