O cemitérios para muitos
lembram apenas coisas ruins e sombrias. Mas temos um olhar diferente. Lugar onde
são guardadas mais dos que lembranças, histórias de vida que poderiam encher
milhares de páginas em branco. De pessoas que contribuíram de alguma forma para
a história local, nacional e, por que não, da humanidade. Cada cemitério tem a
sua história em particular. E isso que vamos enfocar hoje. O primeiro cemitério
utilizado pelo Distrito de Paz de Bauru localizava-se próximo ao Córrego “Água
do Arroz”, divisa entre os municípios de Bauru e Pederneiras, próximo ao
Instituto Lauro de Souza Lima. Antigo Aimorés. Segundo os antigos moradores da
região, foi construído por João Alves Ferreira e Cândida Alves Ferreira, por
volta de 1870. Ali eram sepultados posseiros, sertanejos, índios, escravos. Foi
desativado pelo governo imperial.
Outro cemitério sem denominação, cuja
data de criação é desconhecida e seu funcionamento foi até a inauguração do
Cemitério da Saudade, se localizava na Vila Vieira, onde funcionou a Usina de
Pasteurização de Leite Vigor e o Posto de Profilaxia da Lepra. Diziam na época
que eram sepultadas pessoas que morreram pagãs, isto é, sem batismo. Era um
cemitério suplementar ao da Saudade.
Temos ainda os cemitérios do antigo
Leprosário Aimorés e do Distrito de Paz de Tibiriçá, o Cemitério São Pedro,
fundado em 8/7/1928. O Cemitério da Saudade foi inaugurado em 26 de julho de
1908. Teve seu terreno inicial ampliado pela doação do hoteleiro João Henrique
Dix. Oficializada a doação, foi empreitado o serviço de construção do muro e do
frontispício da entrada principal aos construtores Casemiro Onofrilo e João
Buceroni. Consta que, na ocasião em que o muro ficou pronto, João Dix
suicidou-se e foi o primeiro sepultamento. Criou-se a lenda de que ele teria se
suicidado para ser o primeiro as ser sepultado no cemitério.
Com o
desenvolvimento urbano da região oeste da Vila Independência, surgiu a
necessidade de um cemitério para atendê-la. Em 6 de setembro de 1949, criou-se o
cemitério Municipal São Benedito. Na década de 70, com o aumento crescente da
população, em 30 de novembro de 1972 foi inaugurado o Cemitério Jardim Redentor
para atender a demanda dos óbitos das regiões ocupadas pelos núcleos
habitacionais. O cemitério particular Jardim do Ipê, região Sul, foi fundado em
1970, pela associação messiânica de Bauru. Sendo um empreendimento da
Melhoramentos e Incorporações. Ali não se constroem túmulos. Apenas lajes
indicativas, na superfície da terra, em meio a um jardim e sem a presença do
tradicional Cruzeiro.
No dia 31 de agosto de 1981, foi inaugurado o
Cemitério Cristo Rei. Construído para atender a Zona Norte da cidade. Ainda, o
“Memorial Bauru” - Necrópole Vertical de iniciativa particular, inaugurado em 2
de março de 2004 ao lado do Cemitério da Saudade. O mais recente é o Cemitério
Parque Jardim dos Lírios, construído pela Organização Terra Branca, inaugurado
em 1 de setembro de 2009, no final da Av. Nações Norte, Distrito Industrial III.
Comporta 25.000 sepulturas. O qual tem projeto para 2012 para funcionamento de
um crematório. O número de cemitérios tem acompanhado o crescimento da cidade,
mas hoje a prática da cremação outrora descartada pela maioria da população hoje
já é vista como uma alternativa além da questão espiritual, de espaço e de saúde
pública.
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